Há muito tempo tenho tido fascinação pela história da
Europa e sempre busquei estudá-la; o que em outras coisas me favoreceu em palestras
que dei sobre a cultura ibérica voltada para os aspectos culturais do Flamenco
na Espanha, a invasão dos Mouros, a migração dos Ciganos e a herança monárquica
de grandes nações como Inglaterra, Espanha e França.
Nessas investigações, sempre olhei os aspectos
antropológicos das sociedades que viveram e sobreviveram às guerras e invasões,
e me deparei com uma curiosa descoberta: A sociedade pós-guerra e os impactos.
Então percebi que a população vitima da guerra,
especialmente os sobreviventes da segunda guerra mundial precisavam
urgentemente de ARTE para se erguerem do cenário de morte e destruição que
desolou famílias e comunidades, dissolvendo a rigidez comportamental religiosa
e extremamente politica em prol de uma nova população sedenta de prazer e
diversão.
No auge dos anos 50 um som de rebeldia surge junto a uma
tendência de libertação na moda e no comportamento, como os “MOD” – que exaltava
com orgulho o poderio militar inglês, com forte alusão ao passado através do símbolo
da Força Aérea Britânica e o fim
da escassez de bens de consumo.
Nessa época surgiu os Teddy Boys (e girls): “Uma
cultura jovem adolescente fora de padrão com intenção
de chocar a geração de seus pais. Assim, rapidamente foram associados com problemas pela mídia”
Leia mais sobre eles aqui
Digamos que começou aí as primeiras
gangues de jovens rebeldes da Inglaterra, em busca de quebra de padrões e
paradigmas num país que recuperava o poderio econômico e a autoestima.
Era o prenúncio do Rock n Roll.
Em seguida, com os anos 60 surgiu o Swinging London, como o
modernismo de uma juventude livre, psicodélica e impactada com a liberdade de
expressão. Foi onde apareceram bandas como Os Beatles, Rolling Stones, The Who, The Kinks, Pink Floyd. Uma época em que finalmente seria abordado o Sexo, Drogas
e Rock n Roll.
O inicio dos anos 70 derramou-se na música com a excessiva
busca da quebra de padrões a manifestação de uma juventude já transviada e
finalmente se sentindo dona do próprio nariz.
As bandas de progressivo surgiam em doses excessivas de
LSD e liberdade, buscando explicações para si mesmo e o universo. Mas o PUNK
viria rasgar todo o conceito de modismo, trazendo a tona os movimentos sociais
excluídos da população pobre que vivia à contramão dos modismos, “fechando” as
cores psicodélicas em prol do negro das vestimentas e o anarquismo, que se
revoltava contra as hierarquias e poderes da sociedade.
E desse grupo social que surgiram bandas como Ramones, The Clash, Sex Pistols e então, Deep Purple, Led Zepellin e Black Sabath.
Ainda com essa forte
vertente em suas veias, Paul Dianno assumidamente punk, introduziu o cenário punk
na NWOBHM (nova onda do heavy metal britânico) na maior banda desse movimento: O
Iron Maiden.
De forma bem explicita, em
letras, postura e rifes de guitarra, o Maiden iniciou sua carreira discográfica
(especialmente nos 2 primeiros discos) com a mescla perfeita de um rock ainda
mais pesado, discursivo e rebelde, mas menos agressivo e com menos tendências
revolucionárias a nível social.
O Heavy Metal britânico
surgiu de forma atraente e reformista pois não buscava restruturações profundas
mas uma mudança significativa na forma de tocar suas guitarras, de cantar e
também de ser manifestar, que intimamente acompanhava os tons negros e os “metais”
de suas vestimentas, com os cabelos longos, confrontando de alguma forma a
sociedade local.
O que se tornou realmente significativo
na formação do Iron Maiden em seu inicio (1975-1982) numa banda que poderia
atingir todas as camadas da sociedade jovem com letras sobre o cotidiano e a
realidade londrina.
Com Bruce, mais tarde isso
assumiria uma nova cara e uma nova adaptação que trouxe à banda o sucesso e a
incrível ascensão de algo que aparentemente era só mais uma banda de roqueiros
cabeludos, para se tornar um fenômeno mundial.
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