[ PONTO DE VISTA ] O fenômeno Bruce Dickinson - Análise da biografia do principal vocalista do Iron Maiden

Tentei em palavras frias descrever uma das maiores personalidades musicais do heavy metal britânico, mas acho que seria um insistente “chover no molhado” visto haver tanta biografia, fotos e informações on line (sites e blogs) que dedicam a ele uma incrível e respeitosa homenagem por parte de fãs no mundo inteiro.

Então vou ser um pouco pessoal e tentar resumir o que possivelmente possa significar a importância deste profissional e ser humano que é Frontman da maior banda de Heavy Metal do mundo.

Mas se você preferir, pode fazer uma extensa varredura de dados que relatam toda uma história autorizada ou não, que há disponível na rede ou em publicações.

Ao invés de recorrer aos livros ou o aval de especialistas, tentarei reunir na mente e aqui descrever, tudo que li e estudei sobre ele ressaltando este homem em seu contexto histórico e profissional, de forma que possamos finalmente entender o fascínio que ele causa nas pessoas ao longo de sua existência.




Bruce Dickinson nasceu em 7 de agosto de 1958 e apesar da sua origem humilde e uma criação que herdou a reconstrução do pós guerra; cresceu num ambiente livre e favorável, onde fora criado principalmente pela avó, enquanto seus pais adolescentes passavam muito tempo a trabalhar.



 A Inglaterra do final dos anos 60 abraçava um importante e riquíssimo berço do rock, onde os Beatles haviam já aberto um portal que derramaria ao longo dos anos 70 infinitas possibilidades a quem gostasse de rock n roll e suas vertentes, e quisesse se aventurar nela.

O jovem Bruce cresceu com bons interesses em história, literatura e até nas forças armadas. E não é de surpresa que ele tenha vivido isso até ouvir Deep Purple pela primeira vez e descobrir que música também era sua praia.

Menino levado, (desses que tem em toda escola) aprontava todas e também apanhava.  Paul (primeiro nome dele) estava no país certo, no momento certo, na hora certa e comungou todos os seus talentos artísticos (que vai além de música, posteriormente artes cênicas, comunicação, marketing) com sua realidade disponível e aberta.


E como se não bastasse sua voz (porta de entrada do seu sucesso) ser mesmo diferente das demais*, ali iniciava-se a introdução nas bandas, enquanto cursava a Universidade de História. 

Depois de Samson (não vou entrar em detalhes sobre as bandas antigas), ele foi descoberto e levado para a banda de Steve Harris (Iron Maiden) para substituir o vocalista Paul Dianno.

Mas para surpresa ou por voltas perfeitas do destino, ele fez muito mais que isso e sua entrada na banda a ergueu num patamar imenso de popularidade e visibilidade,que iria se expandir pela Grã Bretanha; toda Europa, Estados Unidos, América do Sul e hoje percorre todo globo terrestre de forma inexplicavelmente viva e pulsante, pois o tempo não passou pra ele.



Esse cara que se matou de trabalhar para acompanhar a rotina estressante de centenas de shows e viagens, também resolveu ampliar seus conhecimentos e buscou a esgrima, como esporte e a aviação.

Ser da geração dele, ser inglês e gostar de aviação é quase que um aspecto natural, pois o sentido ufanista herdado da guerra aliado ao poderio das aeronaves militares, fizeram com que o menino inquieto explorasse ainda mais suas habilidades.


A banda cresceu de forma progressiva, especialmente até a década de 90 (antes do surgimento do Grunge) e retomada com ele após o ano 2000. Durante esse período ausente, quem estava em atividade era o vocalista Blaze Bayley.

A popularidade era cada vez maior. Bruce era cada vez mais habilidoso no palco e fora dele; pilotando aeronaves ou criando coisas novas.

Adentrou o show business inglês para se mostrar individualmente ao mundo. Encarou programas de TV, escreveu livro, foi radialista, investiu na carreira solo e até fez filme.
Ele sabia que era muito mais que um integrante e conhecia sua popularidade.
E essa incrível personalidade teve papel predominante na história do Iron Maiden.




E ainda que muitos julguem o momento de sua carreira solo como “jogada de marketing” eu recuso concordar, pois alguém livre e independente como ele nunca precisou de alguém para o manipular. E se Bruce um dia saiu do Maiden foi para se expandir e descobrir todas as suas infinitas possiblidades.

Algumas coisas sobre celebridades, particularidades, fofocas e vida intima de pessoas famosas tornam-se fervilhantes no mass mídia.

 No entanto, pouco importa para Bruce Dickinson.

Seja o que for que Bruce fez nos seus bastidores, nada mancha sua reputação como frontman, como piloto, como artista e comunicador. E principalmente, como ídolo.

Casado, pai de 3 filhos, nosso artista preferido ainda pilota por ai. A aeronave que leva a banda para os shows ou aeronaves comerciais. 

Mas também pega um metrô de tarde enquanto lê um jornal ou naturalmente carrega sua bagagem como qualquer mortal, e certamente faz da sua vida a mais natural possível. Ainda que a ostentar sua alcunha de milionário.


Ano passado na palestra dele em Belo Horizonte, para o Campus Party, o vi como alguém absolutamente comum, com firmeza no discurso e propriedade no conhecimento sobre marketing e empreendedorismo.

Entre um telão e outro, assou o nariz e parecia tão à vontade num terno maior que seu corpo. Foi empático, seguro e objetivo. Respondeu perguntas, e com um eterno senso de humor, respondeu uma das perguntas sobre a sua forma de agir com tantas ocupações, com a máxima: “Faço apenas o suficiente. Dedico um tempo para cada coisa que tenho que fazer.”


A palestra revelou um outro lado deste senhor, que já está na idade em que as aventuras tem menos peso, e o prático faz mais sentido....

Ainda sendo o encanto e a fantasia das menininhas e o fascínio de poder dos marmanjões, Bruce Dickinson impressiona com seu discurso sobre análise de marketing moderna (baseado em alguns conceitos de Philipe Kotler) e nos remete ainda à criatividade (picado do mosquito – ou a ênfase ao Brainstorm); ao “tenha fãs e não clientes”, que define o conceito moderníssimo de “Reputação” do social media marketing e outras definições sobre conceito presente nos produtos com a marca Iron Maiden.

Além do foco no seu gosto por cerveja, a sua atuação como empresário da Cardiff Aviacion – uma oficina (a maior) de aviões do País de Gales, ele citou a mais recente criação: os relógios.
Também citou o jogo eletrônico por download (Legacy of the Beast) e seu projeto na aviação com o dirigível Airlander. No ano de 2017 ainda foi anunciado sua participação como patrocinador na criação do drone humanitário Pouncer.


Dotado de um charme notado principalmente pelas fãs, este ser humano que nunca foi chegado em drogas, conseguiu elevar-se aos próprios extremos de vaidade e luxúria**, mas com incrível capacidade racional e mecânica, sua habilidade artística e comunicacional, sua intelectualidade, presteza e argumento, e finalmente ser por várias vezes CRITICADO e por vezes ADORADO.
E que Bruce realmente tenha muitas pessoas que o julguem, que duvidem das suas histórias, que condenem seus excessos. Que Bruce tenha criticas até pela sua voz, que já não é mais a mesma e que também seja julgado pela escolha “exótica” de sua  carreira solo. Que Bruce seja questionado em sua vida particular ou que seja considerado “difícil” no contato com os fãs.
Assim são feitos os grandes lideres.




Mas Bruce venceu dois cânceres, cantou bem alto e afinado por toda vida. Encantou milhões de pessoas no planeta, apaixonados pelo seu talento. Voou aos altos céus, sendo considerado um admirável comandante aéreo *** e não se tornou esgrimista famoso porque teve que fazer escolhas do seu tempo para ao quê se dedicar. Buscou um investimento da sua fortuna no concerto de aviões e se aprofundou na administração e marketing. E com essa função tem viajado ao mundo com conhecimentos que muitos passam anos em universidade para compreender. Atleta (como acredito que Steve Harris também seja), corre, se exercita e bebe seu chá e sua cerveja como um bom cidadão inglês. Escreve bem seus textos, letras e livros. É um intelectual.

Mas bem ou mal....Bruce Dickinson é um fenômeno!




Também se arriscou na percussão *

Baseado em relatos pessoais e publicações livres** 

Participou também de resgastes ecológicos e político-militares. ***

Sobre Verônica Mourão

Verônica Mourão

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