Qual vocalista nunca sonhou em cantar numa grande
banda? Agora imagina no Iron Maiden? Pois é, Blaze Bayley
atingiu essa façanha mesmo sendo um “desconhecido” na cena mundial da época. Fez
turnê mundial, lançou dois álbuns (tudo bem que alguns torcem o nariz) e hoje,
após muitos anos, se declara um vocalista underground. Lançando mais um álbum
da carreira solo, retornando com sua antiga banda Wolfsbane, o “Messiah”, como
é conhecido, conversa com a HELL DIVINE e com muita humildade e simpatia fala
um pouco de sua vida e fase atual.
Por Cupim Lombardi
Tradução Thais Padoveze
HELL DIVINE: Blaze,
primeiramente, é uma satisfação esta conversa! Diga-nos como está o Blaze
Bayley? Que momento ele vive?
Blaze Bayley: Eu estou muito bem.
Estou aproveitando muito esse tempo em casa com minha família e minha moto.
Estou muito animado para a turnê no Brasil em janeiro/fevereiro. Mal posso esperar para
encontrar os fãs brasileiros novamente. Quero muito tocar as músicas do novo
álbum “The King of Metal” para todos vocês. Tenho estado em estúdio,
trabalhando bastante como participação especial em alguns álbuns e vídeos em
parceria com outras bandas. O álbum “The King of Metal” está sendo um sucesso
até agora!
HELL DIVINE: Depois de dois
álbuns de altíssimo nível, toda a formação da banda muda para um novo álbum e
uma nova turnê. Qual razão levou essa a decisão?
Blaze Bayley: Eu realmente quis uma
mudança, sangue novo e novas pessoas para criar música junto.
HELL DIVINE: Uma marca forte
na sua carreira solo são as letras de reflexões pessoais. Conte um pouco sobre
o processo de criação deste álbum. Por que a decisão de colocar o nome “The
King of Metal”?
Blaze Bayley: O título “King of Metal”
refere-se aos fãs do metal. Eu acredito que a coisa mais importante na cena
musical de Heavy Metal são os fãs. Para mim, cada fã é como se fosse um rei.
São eles que escolhem o que ouvir, são eles que compram os ingressos para os
shows, as camisetas, meus CDs. São eles que tornam possível o meu sonho de
continuar sendo um cantor profissional. O álbum é dedicado a eles, com uma
mensagem positiva e simples. Passei algum tempo compondo com Thomas Zwijsen no
começo do ano, e ele também ajudou a produzir este álbum. As músicas refletem a
minha própria vida e as letras são bem diretas. A música “Dimebag” é sobre o
Dimebag Darrell do Pantera.
HELL DIVINE: Em algumas
letras e entrevistas você critica o business na música, certo? Quais
suas críticas à estrutura do mundo musical de hoje? Você já se sentiu
prejudicado?
Blaze Bayley: Minha maior crítica é
que os fãs não são valorizados pelas gravadoras. Algumas vezes são tratados
como estúpidos, como se não tivessem inteligência. Em minha experiência, a
maioria das gravadoras está apenas interessada em lucro e não em musica autoral
de qualidade.
HELL DIVINE: Como você
encara a cena do Heavy Metal hoje? O que ainda temos que avançar?
Blaze Bayley: Atualmente, existem
bandas muito originais e inovadoras, com músicos de altíssima qualidade e,
infelizmente, também existem muitas bandas que apresentam uma musicalidade
básica e acham que isso é o suficiente. Não concordo com isso.
HELL DIVINE: Voltando ao
último álbum, gostei bastante de “One More Step” que, além da sua brilhante
interpretação, as letras são muito bem encaixadas e bem sentimentais e “Judge
Me”, que parece mais um desabafo. Esse é o “Messiah”?
Blaze Bayley: “One More Step” é uma
das minhas músicas favoritas, a letra é muito boa e fiquei muito satisfeito com
o resultado. É sobre uma história real, e passa uma mensagem dedicada à minha
parceira que me ajudou a vencer épocas obscuras da minha vida. “Judge me” é uma
reação minha contra as pessoas que não sabem meu nome, não sabem quem eu sou ou
o que eu faço, e só porque eu tenho tatuagens, gosto de Heavy Metal, acham que
eu sou algum tipo de marginal, sem, ao menos, me conhecerem. Eu penso que essa
também é a história de muitos fãs de Heavy Metal que passam por isso
diariamente.
HELL DIVINE: Outro destaque presente no
álbum são as homenagens a duas gigantes figuras do Heavy Metal: Dio e Dimebag
Darrel. Eram músicas mais antigas ou surgiram na composição deste álbum? Qual o
motivo dessa homenagem agora?
Blaze Bayley: A música “Dimebag” é uma
ideia que tive muito tempo atrás, mas que ainda não tinha encontrado uma
maneira de fazer o arranjo funcionar. Eu mostrei a ideia para o Thomas Zwijsen
em janeiro, quando estávamos trabalhando juntos, e ele me ajudou a fazer um
arranjo bem legal, e deu certo! Estou contente com o resultado. Eu acredito que
os fãs verão que é um tributo genuíno a um ótimo músico. “The Rainbow Fades to
Black” é uma homenagem a Ronnie James Dio, um cara que influenciou muito minha
vida e minha música. Ronnie era uma luz para o mundo do Metal e da música em
geral. Quando ele morreu, essa luz se apagou e o arco-íris desapareceu.
HELL DIVINE: Já está
sendo programada uma turnê pelo Brasil para o começo de 2013, correto? Qual é a
programação desta temporada?
Blaze Bayley: Sim, estou indo ao
Brasil e América do Sul em janeiro de 2013. Assim que tiver mais detalhes sobre
as cidades e casas de show em que irei tocar, postarei informações na minha
página do Facebook (www.facebook.com/officialblazebayley) e no site (www.blazebayley.net).
HELL DIVINE: Depois de
muito tempo, o Wolfsbane retorna com um novo trabalho e agendando shows. Quem
foi o principal incentivador deste retorno? Quais os planos da banda?
Blaze Bayley: Há um novo álbum do
Wolfsbane chamado “Wolfsbane Saves The World” que já está disponível. Em
outubro, nós faremos uma turnê pelo Reino Unido. Estamos com a formação original
da banda e é bem divertido compor, gravar e tocarmos juntos. Mas como estamos
todos muito ocupados é difícil encontrar tempo para realizarmos uma turnê
maior.
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