IRON MAIDEN: Panorama dos integrantes (1975 - 1994) Part II

Por Lira do IMBPub

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Dave Murray
Dave veio experimentando em muitas bandas até chegar a ter contato com o Iron Maiden. A última pela qual havia passado fora uma banda caótica de punk com telados chamada The Secret, cujo cantor parecia um Richard Hell metido numa cozinha de instrumentos. Murray chegou a gravar um single com a banda, que nunca foi lançado. Foi logo depois disso que Dennis Wilcock o convidou para um teste com o Maiden. Ambos já tinham passado por uma banda progressiva chamada Warlock.

Murray foi aprovado, o que acarretou na saída de Terry Rance e Dave Sullivan, os guitarristas originais do Maiden, e seu novo parceiro de guitarra Bob Sawyer entrou em seguida. Na terceira formação, Harris passou a conhecer “Charlotte The Harlot”, contribuição de Murray para a banda. Ela foi imediatamente inserida no set. Seu companheiro de palco entretanto não o ajudava a se destacar, sempre tentando ocupar as músicas com seus solos; além disso, uma inquietação na banda, partindo talvez do próprio Bob, fez Harris decidir por expulsar ambos em julho de 1977, livrando-se do "peso" que era tentar manter 2 guitarristas.

Murray se mandou para o Urchin, casa do antigo amigo Adrian Smith (com quem já havia tocado na Stone Free), que estava com o guitarrista Maurice Coyne desinteressado em prosseguir. A “Charlotte The Harlot” então passou para os domínios do Urchin e o guitarrista aproveitou para gravar o compacto “She’s a Roller” e a tocar ao vivo logo depois de Coyne ter lhe ensinado as músicas e deixado.

Em 1978, quando as coisas voltavam a não ficar legais no Maiden, Murray foi chamado de volta por Harris para tocar com Wapram, mas o guitarrista recusou-se e o Maiden continuou com uma guitarra só até o abandono geral da banda logo em seguida. O Maiden passou por uma longa fase de superação, onde Harris teria chamado seu antigo companheiro e baterista do Smiler, Doug Sampson, e como um trio, começaram a ensaiar e Murray a fazer novos arranjos...

Com Murray sozinho, a coisa mudou de figura. O interesse do guitarrista era tão grande pelo Maiden que sua técnica e agilidade foram se aperfeiçoando ao ponto de cada guitarrista que entrava em 1979, não conseguia chegar aos pés dele. Foi apenas em 1980 que Dennis Stratton pôde acompanhá-lo e, Clive Burr, por outro lado, ajudou com a velocidade que estava “impondo” com a natural progressão das músicas.

No final de 1980 para 1981, foi a vez do seu velho amigo, Adrian Smith vir para o Maiden para completar os alicerces do grupo. Murray nunca fez do palco uma área onde ele brilhasse, como um certo Ritchie Blackmore fazia. Pelo contrário, sempre cedeu, sem precisar dizer que o segundo guitarrista teria muita dificuldade em acompanhá-lo. E razão disso é que, Adrian conseguindo, a fase de ouro do Maiden abria suas portas. Além da grande sequência de sucessos que foi o Maiden nos anos 80, Murray foi responsável por várias daquelas músicas que nunca ou quase nunca foram tocadas ao vivo, como “Still Life”, “Deja-Vu””, “Fates Warning”, etc. Algo que ainda soa difícil de entender, mas que demonstra que Murray nunca foi chegado a compor um hit, mantendo suas influências particulares de Hendrix, Free, etc.

Dave Murray acabou quase tão consagrado quanto Steve Harris, e sua simplicidade não mudou. Estando com o Maiden há 35 anos, pouco se arriscou em projetos por fora, sendo um dos mais característicos a pequena turnê do Rhythms Of The Beast, de Nicko McBrain em 1990 e sua participação no álbum Welcome To The World, da banda de Adrian Smith, Psycho Motel, em 1997.
Iron Maiden em 1976: Dave Sullivan, Ron Mathews, Paul Day, Terry Rance e Steve Harris
Bob Sawyer
Robert Sawyer nunca foi um guitarrista de heavy metal e no Iron Maiden ele nunca chegou perto disso. O Maiden ainda estava longe de ser uma banda heavy metal, mas mesmo se fossem, corriam o risco de serem expulsos dos pubs (apesar de ter ocorrido mesmo assim...!).

Bob foi um dos responsáveis, junto a Dave Murray, da evolução das primeiras composições da banda, acrescentando solos extensos e mais elaborados, combinados à cena pub da época. O Maiden simplificaria as músicas alguns anos mais tarde à sua saída, mas uma “Innocent Exile” ao vivo, por exemplo, em 76-77, com Sawyer, podia chegar aos 9 min de execução!

Sawyer veio de uma banda inglesa desconhecida chamada Snatch. Não era uma banda importante e, após um pequeno período nela, foi achado pelo amigo Dennis Wilcock. Enquanto passeava pela rua, viu a cabeça loira dele na janela de uma van o chamando para um teste. Sawyer respondeu ok, pra ligarem pra ele, e lá no trailer ele se encontrou com os quatro integrantes: Wilcock, Murray, Harris e Matthews. A banda viu que ele era bom e o aceitou.

Por motivos desconhecidos, Bob Sawyer passou a usar o pseudônimo de Bob Angelo no palco. E foi a partir de novembro/dezembro que o Maiden estreou com os guitarristas no White Lion pub (a ser confirmado) em Hartford. Em seguida, a formação tocou no Cart & Horses, The Bridgehouse, Plough & Harrow, festivais, etc.

Foi com Bob Sawyer e Dave Murray que o Maiden tocou pela 1ª. vez músicas como “Charlotte the Harlot” e “Invasion”. Tocaram dezenas de shows, até que Harris o viu trapaceando em frente ao público, ao se virar de costas e fingir tocar com os dentes como Murray fazia. Parte do público viu aquilo e Harris ficou indignado, chamando sua atenção após o show. Talvez por causa disso, Sawyer tenha forçado um boato que tenha perturbado a amizade de Wilcock e Murray. Não se sabe. Existe outra versão que diz que foi uma namorada de Murray (como já dito aqui antes).

Pouco depois de um festival em comemoração ao Jubileu de Prata da Rainha Elizabeth, na Teviot Street, em julho de 1977, estava acabado. Ambos os guitarristas foram expulsos ao mesmo tempo, com Wilcock forçando a barra ao lado de Harris.

Ao contrário de Murray, Sawyer nunca mais voltou, mas existe uma curiosidade que pouca gente sabe: Ele teria sido chamado de volta pra tocar com o Maiden, em 1979, após a saída de Tony Parsons, mas Dennis Stratton acabou ficando em seu lugar.

Em 1980 Sawyer foi tocar com o Praying Mantis, gravando o compacto homônimo (compôs “High Roller”) e um ano mais tarde, foi tocar com a banda mais metal em que já esteve: a Weapon, com Danny Hynes e pouco mais tarde o próprio Ron Matthews. Mas o Weapon nesta fase teria poucas atividades ao vivo e estava a ponto de ruir, o que aconteceu. Hoje em dia, Danny Hynes continua com a Weapon, e Bob Sawyer toca na blues band Bloodless Coup, em clubes e pubs pela Inglaterra.

Terry Wapram
Terry veio de uma obscura banda chamada Hooker, que só tocava em pubs por volta de 1976-77. Respondendo a um anúncio na Melody Maker de um tal Iron Maiden à procura de um guitarrista, resolveu responder e fazer um teste.
Era um bom guitarrista, cheio de riffs e efeitos sonoros que tirava de uma pedaleira que carregava consigo. Harris ficou impressionado e por enquanto Terry se virava para sintetizar duas guitarras em uma, enquanto o Maiden não arrumasse um novo tecladista – o que já estava nos planos da banda. No DVD Early Days o guitarrista conta inclusive um episódio em que tocava perto de um local onde havia pólvora e alguma conexão de cabos o Dave Lights tinha feito que começou a pegar fogo em tudo em volta e, ele, muito concentrado em seu solo, demorou para perceber o que ocorria!
Incerto quanto ao futuro do Maiden e cansado das diversas mudanças Ron ‘Rebel’ Matthews neste momento deixa o posto de baterista. A banda não perde muito tempo e logo encontra Barry Graham e o tecladista que faltava, Tony Moore.

Esta formação ensaia boa parte do tempo, reaprendendo as músicas do repertório. “Phantom of the Opera”, que existia apenas como idéias separadas de músicas que Harris tinha em mente, foi começando a ganhar forma com os riffs que Terry Wapram desenvolvia pra ela. Entretanto, quando a banda entrou no Bridgehouse para estrear a nova formação com teclados, a música ainda não tinha ficado pronta.
Tony Moore sai pouco após o episódio e Terry Wapram se mantém como único guitarrista até Steve Harris decidir voltar atrás na idéia de manter dois guitarristas (provavelmente aconselhado pelo público, já que o Maiden tinha mais seguidores na época). Mas achando que era suficientemente importante, Wapram arrisca seu emprego com o ego e diz que não aceitaria a presença de um segundo guitarrista. Quando Harris chama Murray de volta do Urchin, fica acertado que ele não ficaria mais. E o Maiden seguiu sem Terry...

Não demorou muito até que Dennis Wilcock saísse do Iron Maiden. Quando isso aconteceu, ele e Wilcock se juntaram para formar uma banda de hard rock chamada V1 (alguns já disseram que se chamava V1-Rocket). Apesar de ter durado cerca de 1 ano apenas, a V1 gravou uma demo no Spaceward Studios que impressionaria Harris e o faria decidir gravar o Soundhouse Tapes no mesmo lugar. Mas isso é outra história...
As referências de Terry Wapram praticamente somem do cenário musical até os anos 2000 quando, junto a Ron Matthews (vejam só!) tocam em uma banda meio country de nome cômico: Space Chickens.

Barry Graham
Em uma época um tanto confusa de mudanças no Iron Maiden, Barry Graham Purkis, que já tinha ouvido falar na banda e esteve tocando por seis meses na Mr. Zero, resolveu tentar, imediatamente respondendo à Melody Maker.

Barry já tinha experiência como baterista, passando por bandas de variados estilos nos anos 70. No outono de 1977 ele ingressou no Iron Maiden e ensaiou bastante. Num desses ensaios ele começou a fazer um loop de bateria que não era nenhuma composição própria; decidindo então, junto a Harris montar uma base para o loop, eles criaram essa intro para os shows (que até então iniciavam diretamente com uma música do repertório). A intro acabaria virando “The Ides of March” e seria lançada apenas no álbum Killers (1981).

A “Ides” foi logo introduzida no primeiro show da nova formação, no pub The Bridgehouse, no final de 1977. A banda era Wilcock, Wapram, Harris, Graham e Moore. Barry nunca foi chamado de Thunderstick no Iron Maiden nem usava máscara de couro ou tocava dentro de uma gaiola. Os historiadores insistem em confundir esse personagem que foi criado apenas no Samson, em 1979! No Maiden, Barry, assim como Terry Wapram, usava make-up facial como o KISS usava. Pode-se dizer até que parte da banda se pintava como Peter Criss ou Paul Stanley, o que irritava Harris.

Apesar do que se relata também, não é verdade que o show na Bridgehouse tenha sido um desastre e depois dali a banda tenha se desfeito. Finalmente também não confere o que Harris disse no DVD Early Days sobre Barry ter dado dois shows: “Seu primeiro e último” – ou seja, apenas 1 show. È preciso rever o que Barry disse em uma entrevista; ele era considerado um bom baterista tanto quanto seu antecessor, Matthews, e ele fez alguns shows.Mesmo assim tudo terminaria em 1978, quebrando de vez este primeiro esforço de escalada para o sucesso do Maiden. Com Wilcock já ameaçando sair e Barry dopado e xingando a platéia no meio de um solo com um kit novo de bateria, a apresentação foi pior do que amadora. Um desastre para os padrões de Harris.

No início de 1979 Barry assumiu o posto no Samson, onde antes tocara Clive Burr. Ele assumiu então esse personagem mascarado que grunhia e entornava cerveja no palco e mexia com os presentes: o grande Thunderstick! Para o Samson a propaganda foi muito bem vinda e ele teve seu sucesso até sair em 1981, deixando a formação clássica pra trás. Passando um tempo tocando com o guitarrista Bernie Tormé, ele logo monta sua banda, a Thunderstick e suas primeiras apresentações ocorrem no Marquee Club.

O que pouca gente sabe é que em 1979, ele foi chamado para substituir Doug Sampson (assim como aconteceu com Bob Sawyer). Os ensaios foram feitos e a banda quase optou por ele, mas ao final ficaram com Clive Burr. Quando Barry viu que era um ex-Samson, não acreditou...

Thunderstick tornou-se um ícone e mesmo após o término de sua banda em 1988, voltaria a tocar com o Samson, com máscara e numa jaula, como o público o queria.

Tony Moore
Tony Moore talvez tenha sido o integrante mais injustiçado do Iron Maiden. Tendo tocado em bandas locais em Londres, respondeu ao velho anúncio na Melody Maker e foi fazer um teste com a banda. Nervoso com o barulho dos instrumentos – nunca havia tocado tão alto – ele tentou encaixar acordes nas músicas do Maiden, e tal foi o seu esforço que ele foi chamado pra se juntar.

Moore ficou feliz. Apesar de se sentir destacado, sendo do interior e usando calças brancas e jaqueta, se entrosou bem com o guitarrista Terry Wapram e com o próprio Steve, com quem discutia planos futuros para o grupo. Maiden ensaiava à noite, após o trabalho, em frente a uma estação de trem, e os ensaios eram disciplinados. Entretanto o entusiasmo do tecladista com a nova banda seria nada mais do que passageiro.

Na primeira vez em que uma banda do porte do Maiden incluía teclados, foi gerada uma grande curiosidade entre os fãs da banda que lotaram mais uma vez o The Bridgehouse para vê-los. Mas naquela noite o entusiasmo não veio. Como autor do artigo eu posso imaginar que Harris tenha tentado puxar o som para o lado do Deep Purple, com alguns solos sendo executados pelo teclado. O que de fato ocorreu foi que os locais não aprovaram a idéia de teclados na banda e assim ficou um clima de descontentamento no Maiden.

Nas semanas seguintes, Tony Moore prosseguiu ensaiando, mas foi percebendo que não existia mais clima para ele. Por respeito, ele saiu por conta própria ao final de 1977.


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