Por Lira do IMBPub
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Desde 1975, o Maiden passou por muitas formações, sendo muitos os motivos para a demissão e admissão de membros.
Artigos em sites e revistas sempre contam a história da banda da mesma forma, e quase sempre passam resumidamente pelas primeiras formações até chegar o 1o. álbum.
Sabendo que muitos fãs do Maiden não conhecem direito a trajetória e cronologia de cada um dos integrantes que passaram pela donzela, e vendo que até o Wikipedia não ajuda muito, resolvi criar esse tópico com uma versão mais enxuta da biografia que está no meu livro.
Separei os integrantes na ordem em que foram aparecendo no Maiden, começando por Steve Harris (1975), chegando até Blaze Bayley (1993-94).
Vocês vão encontrar diferenças com o que já foi dito por aí, mas tomem a liberdade para debaterem e criticar!
Obs: Não vou postar todos os integrantes de uma vez. Vou fazer por período ou por época.
Em 1973 Steve Harris formou sua primeira banda com amigos do colégio, a Influence. Após o primeiro festival de bandas, onde tocaram no salão de uma igreja e da entrada de um segundo guitarrista, mudaram seu nome para Gypsy’s Kiss. Além de covers, os Gypsies arranhavam algumas músicas próprias, como a composição “Endless Pit” (no Maiden, “Innocent Exile”) e “Burning Ambition”. Seus outros integrantes foram Bob Verschoyle, que não tinha uma voz muito apropriada pra cantar, Paul Sears, um bom baterista que seria também o primeiro manager do Iron Maiden, e os guitarristas Tim Nash (e não Tim Wotsit) e Dave Smith (quem na verdade influenciou Harris a tocar).
Em 1974 o grupo acaba e Harris e Paul Sears entram para uma banda de músicos mais experientes, chamada Smiler. Baseada em um repertório boogie-progressivo, a Smiler realiza shows regularmente em pubs e casas noturnas, até que mais tarde dois futuros membros do Iron Maiden se juntam para a 2ª. formação da banda: Dennis Wilcock substitui o primeiro vocalista Fred Leggat e Doug Sampson substitui Paul Sears, que havia sido demitido, na bateria. Em 1975 a formação continua por uns bons meses, mas Harris aparentemente desiste de tentar encaixar músicas próprias na banda. Decide sair e montar banda própria, chamando Doug Sampson que sai do Smiler, mas não se junta a Harris (seria apenas em 1979).
Mais para o final de 1975 o Iron Maiden ganha corpo através de um anúncio no jornal e logo cinco integrantes começam seus ensaios na casa da tia de Steve. A primeira mascote da banda foi uma Morte, que Steve esboçava em anúncios e pôsteres e que anos mais tarde acabou sendo usada nos álbuns da banda. Os anos 70 se passaram com diversas mudanças nas formações, mas Harris segurou o guitarrista Dave Murray e todos os demais membros que conseguia.
Em 1993, com a saída de Bruce Dickinson, o Maiden quase sofre um colapso, mas se sustenta com a admissão de Blaze Bayley. Após 2 turnês com o novo vocalista e mais uma queda de vendagens nos álbuns e nos ingressos, a solução definitiva foi trazer de volta para casa Bruce e Adrian. Desde 1999, Harris e Co. trabalham com a mais duradoura formação da banda que provavelmente estará junta até seu término definitivo.
Ron Matthews
Ronnie foi o primeiro integrante a se juntar a Harris e um dos cabeças do Maiden no início da carreira. Ele e Steve tinham uma visão séria do que seria a banda, o repertório, os planos futuros e o set list nos shows. ‘Rebel’, como era chamado, era a base progressiva por trás da bateria, quando o Maiden arriscava toques de jazz e blues (Maiden ainda estava longe de ser heavy metal) com seus primeiros guitarristas e as músicas, quando metade do repertorio ao vivo ainda era de covers, e quando uma música como “Another Life” precisava de um improviso com solo (Foi Ron Matthews quem criou isso, não Clive Burr!).
Em 1977, Ron já havia passado por algumas mudanças no Maiden e estava relativamente satisfeito com Bob Sawyer e Dave Murray nas duas guitarras, mas o controle do grupo estava não só nas mãos de Steve, como de Dennis Wilcock, que tinha uma forte tendência a desavenças, até que um problema se espalhou a partir de algo que a namorada de Murray disse , e Wilcock fez a cabeça de Harris para demitir os guitarristas.
Quando em julho de 1977 Ron viu um Maiden bem diferente do que começou, com apenas um guitarrista novo contratado e (talvez) sua opinião ficando pra trás – e aí fica um certo mistério no ar – decidiu sair ou, prevendo que Dennis também o mirava, pulou fora do barco sem dizer nada pra ninguém.
Ron Matthews seguiu tocando bateria nos anos 70 e 80, mais notoriamente ao lado de nomes como Bernie Tormé e John McCoy. Uma de suas últimas aparições em bandas atualmente foi uma de pub rock chamada Space Chickens, incrivelmente com outro ex-Maiden, o Terry Wapram na guitarra.
Terry Rance e Dave Sullivan
Esses 2 inseparáveis guitarristas começaram juntos em uma banda chamada The Tinted Aspex. Ficaram 2 anos com essa banda e mais algumas sem importância, até responderem a um anúncio na Melody Maker chamando para formarem uma banda.
Harris gostou deles e esses guitarristas aprontaram as bases do que seria o primeiro repertório do Maiden ao vivo, incluindo “Iron Maiden”, “Transylvania”, “Innocent Exile”, “Wrathchild”, “Drifter”, “Prowler” e "Burning Ambition". Dave Sullivan foi o autor do riff de “Iron Maiden” e algumas outras músicas. Junto a Rance.
Em 1976, após algumas dezenas de shows, um público cada vez maior, e o novo e promissor vocalista Wilcock, Harris preparou os guitarristas para uma novidade não muito animadora: Ele queria trazer um guitarrista solo pra banda, enquanto eles fariam a base. O Maiden seria um sexteto, mas o protesto foi que um sexteto não caberia nos pequenos palcos, além de ser extremamente incomum!, observaram os guitarristas. Esta decisão estava apertando o ego de Terry Rance, que gostava do som da banda como era e não via necessidade de mais um guitarrista. Porém Harris sabia que o poder do sucesso teria que vir essencialmente das guitarras.
Como que forçando a situação, Wilcock e Harris haviam colocado Murray para tocar em ensaios paralelos, enquanto Rance e Sullivan decidiam o que fazer. O show no Walthamstow Hall em novembro de 1976 ficou conhecido como sendo o último que a dupla faria. Na minha exclusiva opinião de autor, esse show fora a desculpa que Harris precisava para dizer que a banda terminaria, e isso teria forçado Rance e Sullivan a saírem. Talvez Matthews não tenha gostado dessa atitude e as coisas tenham ficado um pouco mexidas entre eles, mas a verdade é que esse intervalo de término (que sempre disseram existir) nunca existiu. Murray e Sawyer (outro conhecido de Wilcock) entravam naquele novembro de 1976, já com novos shows marcados...
Paul Day
O último integrante a compor a primeira formação do Iron Maiden foi Paul Mario Day. Ele era motociclista, conhecia Harris do bairro e soube que ele estava querendo montar uma banda, então se ofereceu. Após uma inicial recusa, Harris e Matthews perceberam no teste que Paul Day tinha uma voz muito boa e os ensaios dali pra frente funcionaram bem.
Paul não tinha muita experiência com bandas anteriores, mas trouxe sua contribuição para o Maiden que foi a música “Strange World”. Harris a encaixou logo depois de “Transylvania” no set list dos primeiros shows, e viu que a fórmula funcionaria bem, já que ela parecia uma extensão da primeira. O mesmo procedimento, é claro, não foi tão mantido durante os anos, mas o álbum debutante de 1980 veio com essa pequena sequência.
Existem duas versões para qual teria sido realmente o primeiro show do Iron Maiden. É claro que a versão oficializada foi a da entrevista de Steve Harris no 12 Wasted Years, acontecendo em maio de 1976 no pub Cart & Horses, mas existe uma versão de Dave Lights, o qual poucos sabem, dizendo que lembra-se bem do 1º. show ter ocorrido em dezembro de 1975! Ou seja... a data inicial da banda teria sido na verdade seu 1º. show. Logo, o Maiden já existia antes de dezembro. Isso é papo para muitas e muitas discussões...
No início, Paul e o Maiden tocavam covers de artistas como Thin Lizzy, Montrose, Deep Purple e Tucky Buzzard, além do material próprio. Suas famílias os viam tocar nos pubs, arrumarem confusão, mas começou a ficar claro que Paul Day era disperso e não conseguia entrar no ritmo da banda ao vivo. Precisava de treino, mas isso, Harris começou a notar, demoraria mais tempo do que esperava. Enquanto Dave Sullivan saía de férias e um tal de John Northfield o substituía na guitarra, ao voltar, descobriu que infelizmente o vocalista havia rodado. Harris o fez entender que precisavam de alguém melhor e Paul fez seu último show em setembro de 76. Após o Iron Maiden, Paul Day teve uma banda cover de Judas Priest chamada Omega e depois foi cantar na MORE, onde o guitarrista Paul Todd, que teve uma passagem relâmpago pelo Maiden, estava. Seguiu-se a Wildfire e a The Sweet nos anos 80, com a qual fez um bom sucesso até cair de amores pela Austrália e precisar dividir seu tempo com a banda. Paul Day saiu da Sweet definitivamente apenas em 1988 e nesse meio tempo teve diversas bandas covers progressivas, entre as quais as obscuríssimas Gold Zeppelin e Purple The Deepest. Hoje em dia ele canta na banda de músicas próprias, Crimzon Lake.
Dennis Wilcock
Pouco antes da saída de Paul Day, o Maiden já havia feito teste com o ex-vocalista do Warlock Dennis Wilcock no Alen Gordon Studios. Harris já o conhecia por cantar na banda Smiler. Não havia muita imposição para os vocais, conquanto fossem fortes e os vocalistas pudessem dar agudos. E Dennis preenchia esse requisito.
Dennis estreou no pub Queen Elizabeth em outubro de 1976. Como vinha de bandas que puxavam para o rock progressivo, sua personalidade rapidamente bateu com a dos guitarristas que o acompanhavam, Rance e Sullivan, e ele sugeriu a Harris que tentasse um teste com um guitarrista que havia tocado com ele por muito pouco tempo no Warlock. Era um franzino, mas habilidoso. Harris o ouviu e notou a diferença do que seria ter um membro daquele na banda. A notícia então foi contada para o restante, mas Terry Rance não aprovou 3 guitarras. Harris e Wilcock forçaram uma barra para que isso fosse contornado e em novembro de 1976 Dave Murray entrou oficialmente para o Maiden. Imediatamente após, outro amigo de Wilcock, Bob Sawyer, se integrava como segunda guitarra. Assim, pela primeira vez o Maiden ingressava na arena dos grandes e extensos solos, ainda que fizesse o estilo pub rock.
Dennis Wilcock desenvolveu a teatralidade entre músicas como “Transylvania”, “Prowler” e “Iron Maiden”, onde ora virava um vampiro e mordia o pescoço de Murray, ora jorrava sangue pela boca (exatamente na parte onde o Eddie apareceria em cena). O que importava era chamar a atenção e Dennis usava sua inteligência para colocar frases de impacto nos anúncios dos pubs, assim como debatia o crescente movimento punk com o público.
De mais em mais, a banda seguia com um número cada vez maior de seguidores, até que Wilcock interpretou uma coisa errada que a namorada de Murray teria dito ou o Sawyer e isso o fez ficar puto. Como Dennis era o braço direito de Harris, fez o baixista se decidir por Murray ou ele. Harris foi pressionado e além de ficar com Wilcock aproveitou-se para se livrar de Sawyer, já que não gostava do jeito que se sobrepunha a Murray ao vivo.
Seguiu-se uma terceira etapa onde a banda agora substituía 2 guitarras por uma + um teclado. Com a saída de Ron Matthews, 70% da banda precisou ser refeita. Então, novos ensaios e mais meses se passaram até que a nova banda teve a oportunidade de se apresentar no The Bridgehouse ao final de 1977. Apesar do que já se escreveu, não foi um show desastroso, foi um bom show, mas o público não recebeu bem a presença dos teclados. Tony Moore viu que não tinha mais espaço na banda e saiu.
O Maiden prosseguiu sem tecladista no inverno de 1978 e então pela primeira vez com quatro integrantes. Querendo que Murray voltasse para o Maiden, Harris fez isso a contragosto de Wilcock e Wapram. O segundo decidiu sair e, Wilcock, após uma apresentação com Murray, deu um balão na banda, antes de uma apresentação no pub Green Man. Segundo consta, tudo teria acabado aí, mas Wilcock teria voltado para uma última apresentação na Bridgehouse, onde o show foi deveras desastroso. Além de cantar boa parte das letras errado, o baterista Barry teria estreado um kit com o qual nunca havia tocado e tomado algum tipo de droga que o fez errar várias músicas e insultar a platéia.
Wilcock foi se reencontrar com Terry Wapram na banda V1, que durou pouco mais de 1 ano e em seguida cantou na Gibraltar e The Gang Show entre 1979 e 1985, sumindo do cenário musical.
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