[ BRUCE DICKINSON ] - Guitarrista reinvidica autoria e participação em Balls To Picasso

 Numa série de postagens em sua página no Facebook, o guitarrista Myke Gray reivindicou a autoria de três faixas de “Balls to Picasso”, segundo álbum solo de Bruce Dickinson. Originalmente lançado em 1994, o trabalho foi relançado recentemente em versão repaginada como “More Balls to Picasso”.

Não só isso: o músico, conhecido por seus trabalhos nos grupos Jagged Edge e Skin, afirma ter tocado nas respectivas músicas — ainda que não haja evidências documentais de seu envolvimento nas gravações.

Alegações

A primeira canção citada por Gray é justamente o maior sucesso do disco — e possivelmente da carreira solo de Bruce: “Tears of the Dragon”. Na postagem, o guitarrista escreveu:

"Nos anos 1990, gravei dois álbuns com o Bruce Dickinson. Nunca fui creditado, e agora, vem um sujeito que nem estava presente me dizer que estou mentindo. Alguém que sequer fazia parte da equipe me diz que não há provas da minha participação. Se não fui eu, quero saber quem gravou este solo, uma seção de uma canção de minha própria autoria.”

Questionado por um fã sobre se ao menos recebeu pagamento pelo trabalho, Gray respondeu:

“Eu não vi a cor do dinheiro. Ele foi direto para a conta do Skin [outra banda de Myke] e foi utilizado para as despesas da banda.”

Em seguida, mencionou “Fire Child” — que, segundo ele, utiliza o mesmo lick de guitarra da música “Liar”, do Jagged Edge — e disparou:

“Se alguém vier com a intenção de apagar o meu legado musical, que não espere que eu aceite isso numa boa.”

Nos comentários, um fã lembrou que, anos atrás, Gray e o empresário do Iron Maiden, Rod Smallwood, chegaram a conversar sobre o assunto e que o guitarrista recebeu valores referentes a royalties. Gray rebateu dizendo que dinheiro não era a questão:

“A questão aqui é que meu trabalho precisa ser creditado a mim. No momento, o crédito está indo para outra pessoa.”

Segundo a ficha técnica tanto de “Balls to Picasso” quanto de “More Balls to Picasso”, essa “outra pessoa” é Roy Z, guitarrista com quem Dickinson manteve parceria ao longo dos anos 1990 e 2000. Z chegou a participar do álbum mais recente de Bruce, “The Mandrake Project”, mas foi cortado da turnê.

A terceira e última faixa citada por Gray é “Cadillac Gas Mask”. Lançada originalmente apenas no CD single de “Shoot All the Clowns”, ela agora integra a tracklist de “More Balls to Picasso”. “Bem-vindos à indústria musical”, escreveu o guitarrista.

“Mais uma vez, sou confrontado com a falta de provas sobre o meu envolvimento. Keith Olsen está morto, Chris Tsangarides está morto. Agora, o que vale é a minha palavra contra a deles.”

Gray se refere aos dois produtores envolvidos em “Balls to Picasso”, mortos em 2020 e 2018, respectivamente.





Outros rumos

Até o momento, nem Bruce Dickinson nem alguém de sua equipe se manifestou oficialmente. No entanto, o cantor menciona Myke Gray nominalmente no texto de encarte das edições físicas de “More Balls to Picasso”

“Iniciei um processo de composição com Myke Gray, guitarrista da banda Skin e artista da Sanctuary. Criamos várias músicas e tentamos gravá-las com Chris Tsangarides, que, aliás, fez um trabalho de mestre na produção de ‘Tattooed Millionaire’ [primeiro álbum solo de Bruce, lançado em 1990].”

Segundo Bruce, o entusiasmo com a parceria rapidamente diminuiu:

“Para mim, por mais que tenha feito sucesso, ‘Tattooed Millionaire’ não mostrava a totalidade do meu alcance musical. E, apesar do talento inegável de Myke na guitarra, eu estava cometendo o mesmo erro de novo.”

O vocalista conta que “Balls to Picasso” acabou sendo totalmente regravado em Los Angeles com outro produtor, Keith Olsen, por uma razão plausível:

“Ele fora responsável por dar um novo fôlego à carreira de David Coverdale, adaptando um álbum produzido por Martin Birch [‘Slide It In’ (1984), do Whitesnake] para o formato das rádios de rock americanas.”

 O relançamento “More Balls to Picasso” (2025) apresenta novas faixas, versões alternativas e rearranjos, além de material inédito. Entre as participações estão os músicos brasileiros Conrado Pesinato, Adassi Addasi e Antonio Teoli.


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