Banda inglesa, que fez shows nas duas últimas edições do festival e se apresenta em SP em dezembro, foi homenageada por vários metaleiros
O estudante carioca Mickael Matos, de 16 anos, tem saudade de um tempo que não viveu: "a era de ouro do rock", ele diz. Acompanhado da tia, em seu primeiro Rock in Rio, diz o quanto gostaria de ter vindo na primeira edição, há 40 anos, quando tocaram grandes nomes do gênero, principalmente sua banda favorita, Iron Maiden, que estampava a blusa que ele escolheu para a estreia na Cidade do Rock. Mickael, como tantos outros metaleiros neste terceiro dia de festival, era um dos viúvos de Bruce Dickinson e companhia, grupo inglês que é a cara da Cidade do Rock. Eles vieram em cinco edições do evento: 1985, 2001, 2003, 2013, 2019 e 2022 — e mais uma apresentação era a expectativa de muita gente nesta edição de quatro décadas de aniversário.
— Queria demais estar vendo o Iron hoje. Sou um viúvo com certeza — diz Mikael. — Eu conheço a banda desde os 6 anos, por causa do Guitar Hero.
Nos dois últimos Rock in Rio, o financista de Recife Daniel Teixeira, de 25 anos, veio para o Rio com a mesma camiseta. Adivinha de quem? Iron Maiden. Ele também é fanático por Avenged Sevenfold, mas esse amor é "culpa" dos veteranos.
— Descobri a banda quando estava assistindo, na televisão, o Rock in Rio 2013, esperando o show do Iron, que foi depois do Avenged. Por isso que conheci. Para mim, tem essa ligação — diz Daniel, que elege os shows da banda inglesa como os melhores de sua vida.
Lá na frente do Palco Mundo, Naiara Batista, auxiliar administrativa do Rio, de 24 anos, era uma legítima "viúva do Iron".
—Eu sou incrivelmente fã de Evanescence, mas, na verdade, eu estava vindo mesmo para assistir Iron Maiden.
Como assim? Ela explica que comprou o Rock in Rio Club, que garante compra antecipada dos ingressos, na esperança de que o o grupo fosse anunciados como atração do "dia do rock". Não foi. Pelo menos, rolou Evanescence.
— Comprei o Rock in Rio Club, toda esperançosa, e pensei: "não é possível, é muita má sorte. Eles vêm todo ano". Pelo menos veio uma banda que eu gosto — disse Naiara.
O casal de São Paulo Erica Paim, analista contábil de 31 anos, e Luiz Alberto Paiva, gerente de restaurante de 35, também estão saudosos.
—Hoje tem muitas pessoas com camisa do Iron. O Iron está conectado ao Rock in Rio. Quando a gente pensa no festival, pensa em Iron Maiden — disse Erica, que, em 2019 e 2022 assistiram à banda.
Com tatuagem da capa do disco “Fear of the dark” na canela, o psicólogo carioca Gabriel Dutra costumava roubar os vinis do pai para escutar a banda. Devidamente vestido com a blusa em homenagem a eles, o rapaz, de 29 anos, não gostou muito do line-up deste domingo. Mas veio mesmo assim:
– Vim com a minha esposa, primeira vez dela no Rock in Rio. Mas vim representando o Iron!
Professor da rede estadual do Rio, Alessandro Serpa, de 49 anos, não vai ter condições de viajar para São Paulo para assisti-los. Deixou a homenagem só na blusa mesmo.
— Então, vim mais por causa do Deep Purple — disse Alessandro. — Tanto que vou embora até cedo.
Mas a ausência no Rock in Rio não quer dizer que a banda esqueceu do Brasil. Nos dias 6 e 7 de dezembro, Bruce e companhia apresentam a turnê "Future Past" em São Paulo, no Allianz Parque.
Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/09/15/viuvos-do-iron-maiden-fas-lamentam-ausencia-da-banda-no-line-up-do-rock-in-rio.ghtml
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