[ RIBEIRÃO PRETO 2022 ] - A primeira vez em uma cidade com velhos amigos

Banda britânica tocou pela primeira vez em 47 anos de carreira na cidade do interior paulista e dominou público da Arena Eurobike na noite desta terça-feira (30) com sequência de clássicas em 2 horas de show. Apresentação no Rio de Janeiro é na sexta-feira (2).



Os britânicos do Iron Maiden mostraram na noite desta terça-feira (30) que os 47 anos de carreira os credenciam como verdadeiras lendas do heavy metal mundial. Em Ribeirão Preto (SP) pela primeira vez, Bruce Dickinson e companhia reforçaram a máxima de que a relação da banda com os fãs é realmente diferenciada.

Em determinados momentos do show da turnê 'The Legacy of The Beast', quem esteve na Arena Eurobike, casa do Botafogo-SP, parecia estar em um jogo de futebol. Como torcida organizada, os fãs entoavam “Olê olê olê, Maiden, Maiden”, como já é tradicional nas apresentações da banda.


GALERIA: Veja fotos do show do Iron Maiden em Ribeirão

A cada riff anunciando o hit, a vibração era de um gol em final de campeonato, como em "Fear of The Dark" e "The Trooper", músicas que fizeram a pista, arquibancadas e camarote tremerem.

O público respondia com entusiasmo à empolgação do cantor, que mesmo aos 64 anos recém-completos em 7 de agosto e após enfrentar um câncer na garganta, segue entoando os hinos do grupo com maestria e total domínio, embora tenha preservado alguns agudos em “Aces High”, que encerrou o show no interior de São Paulo, preparando o público para o que está por vir na sexta-feira (2) no primeiro dia do Rock in Rio e, no domingo (4), no Estádio do Morumbi em São Paulo (SP).


 

Fãs curtem Iron Maiden em Ribeirão Preto (SP) nesta terça-feira (30) — Foto: Érico Andrade/g1

“Scream for me, Ribeirão Preto”

O tão esperado “Scream for me Ribeirão Preto”, entoado pela primeira vez na história da banda, só ocorreu antes da terceira música, “The Writing on the Wall", do álbum Senjutsu, lançado em 2021. O público, como esperado, foi à loucura.

Antes, a plateia curtiu “Stratego”, também do mais recente disco, e “Senjutsu”, homônimo ao CD, que abriu o show. Nessa música, inclusive, o mascote Eddie surgiu vestido de samurai em meio a um cenário que remete ao Japão, levando o público a triplicar o delírio dos primeiros acordes do Iron Maiden no palco.

Delírio esse que deu gás aos músicos sessentões e setentões, que mantiveram a vitalidade de tocar, correr e pular pelo palco em cada música, como se estivessem no início da carreira.




Iron Maiden se apresenta pela primeira vez em Ribeirão Preto (SP). Bruce Dickinson e companhia deixaram os fãs enlouquecidos na Arena Eurobike nesta terça-feira (30) — Foto: Érico Andrade/g1
 


Sequência de clássicas

Passada as músicas mais novas, os clássicos da banda entraram em campo. O primeiro foi “Revelations”, do álbum "Piece of Mind", de 1983. Com vitrais no cenário, os fãs entenderam que dali para frente seria só “paulada” de Dickinson, Steve Harris, Nicko McBrain, Janick Gers, Dave Murray e Adrian Smith.

Quando falou com o público com mais tempo, em uma das raras interações, Bruce saudou os fãs de Ribeirão Preto e de todo o Brasil arriscando em português com típico sotaque estrangeiro. “Boa noite, Ribeirão”. E emendou.

“É a segunda noite no Brasil. Nós temos um monte de amigos no Brasil Nós temos um monte de amigos aqui nesta noite”.




Fãs do Iron Maiden em Ribeirão Preto (SP) durante a música "Revelations" nesta terça-feira (30) — Foto: Érico Andrade/g1

Na sequência, saudou os fãs argentinos e chilenos que exibiam as bandeiras orgulhosos a frente do palco, e citou públicos de outros países, como França e Alemanha antes de dizer que o Iron Maiden tem verdadeiros irmãos de sangue. Foi dessa forma que introduziu “Blood Brothers”, do álbum “Brave New World, lançado em 2000.

Como num piscar de olhos, o cenário mudou e o tom sombrio, com canto gregoriano ao fundo, já indicava que “Sign of the Cross” seria a próxima canção. Na apresentação, Bruce deixou transparecer o lado de ator, mantendo a plateia com o olhar cada vez mais fixo ao palco enquanto carregava uma cruz para cada canto da estrutura.

“Flight of Icarus” fez surgir no palco um boneco da mitologia grega que tinha como sonho voar. Bruce, com lança-chamas, literalmente inflamou a plateia no hit e a levou ao delírio de uma forma que ainda não havia ocorrido, tirando um “Maiden, Maiden, Maiden” do público, que ficou ensandecido quando o riff de “Fear of the Dark” ressoou pelo alto e limpo som instalado na Arena Eurobike.




Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, levantou fãs em Ribeirão Preto, SP, nesta terça-feira (30) — Foto: Érico Andrade/g1

Era o ápice da apresentação tanto para quem estava em um show do Iron pela primeira vez quanto para quem já havia ido a uma, duas ou dezenas de apresentações. Todos acompanharam o dedilhado das guitarras e do baixo como o famoso “ôôô”, que se repetiu também quando a música cresceu para o rock pesado.

Sabendo que o público já estava nas mãos deles há tempos, Dickinson e Steve Harris não hesitaram em pedir que palmas acompanhassem o ritmo de “Hallowed Be Thy Name”. Foram, novamente, prontamente atendidos.

Na sequência, com “The Number of the Beast” e “Iron Maiden”, considerado o hino da banda, a primeira parte da apresentação chegou ao fim com Janick Gers dançando e até mesmo "saudando" a guitarra no chão do palco como se estivesse em êxtase.




Janick Gers, guitarrista do Iron Maiden, durante show em Ribeirão Preto (SP) nesta terça-feira (30) — Foto: Érico Andrade/g1

Volta triunfal

Mesmo com os músicos jogando palhetas e baquetas ao público, ninguém arredou o pé de onde estava. O show já passava de 1h30 quando o estádio inteiro vibrou novamente como um gol.

Era a volta ao palco do Maiden para mais três hits: "The Trooper", que reservou o duelo entre Dickinson e o mascote Eddie, inclusive com o cantor derrotando-o com a bandeira do Brasil, "The Clansman", cantada de cabo a rabo por todos, e "Run To The Hills", que, embora tenha levantado ainda mais o ânimo dos fãs dando início a uma nova despedida, não fez ninguém correr do recinto.

É que faltava o “grand finale”. A aeronave estava para decolar e ninguém quis perder seu lugar no voo para curtir “Aces High”, clássico do álbum “Powerlsave”, de 1984. Com direito a Bruce Dickinson caracterizado de piloto e um avião pendurado no teto do palco sobrevoando e dando rasantes nos músicos, a banda se despediu de Ribeirão Preto em alto estilo rumo à quinta participação da carreira no Rock in Rio na sexta-feira.

“Obrigado, Ribeirão. Vejo vocês no Rock in Rio, ou talvez em São Paulo, ou qualquer outro lugar”, disse Dickinson ao se despedir dos 25 mil fãs que puderam curtir as duas horas de show com certa tranquilidade na cheia, mas não lotada Arena Eurobike com a certeza de que cada segundo de espera para a estreia em Ribeirão Preto valeu a pena.



Steve Harris, baixista do Iron Maiden, demonstra empolgação em show da banda britânica em Ribeirão Preto (SP) nesta terça-feira (30) — Foto: Érico Andrade/g1


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