“É muito bom estar de volta ao Brasil. Ver vocês, ouvir vocês e sentir vocês novamente”. A frase pronunciada por Bruce Dickinson após a tríade de hits do álbum “Senjutsu” – que abriu o show do Iron Maiden na fria Curitiba – caiu como uma luva para representar o sentimento geral.
Ainda convalescidos da pandemia de covid-19, cerca de 22 mil curitibanos lotaram a Pedreira Paulo Leminski para lavar a alma e curtir o bom e velho heavy metal. Mas antes de tudo, os suecos do Avatar performaram uma apresentação para lá de visual, com o vocalista Johannes Eckerström caracterizado no melhor estilo Coringa, do Batman.
Méritos e aplausos para o grupo que estreou no Brasil logo encarando a pedreira (sem trocadilhos) que é abrir para o Iron Maiden. Hits como “Colossus” e a derradeira “Smells Like a Freakshow” arrancaram palmas e gritos do público, que pareceu abraçar razoavelmente a proposta que funde o padrão death metal sueco com uma pegada mais pulsante.
SETLIST:
Hail The Apocalypse
Colossus
Paint Me Red
Bloody Angel
The Eagle Has Landed
Let It Burn
Smells Like A Freakshow
Encerrado o show do Avatar a inquietação e ansiedade eram palpáveis no público: sempre que uma luz acendia ou quando movimentações aconteciam no palco ecoava na Pedreira: “Maiden! Maiden!” – não demorou muito para os sessentões britânicos emergirem do cenário no estilo japonês para entregar a tríade inédita: “Senjutsu”, “Stratego” e – a melhor das três, sem dúvidas – “The Writing On The Wall”.
Propositalmente deslocadas para o início da performance, as representantes do último trabalho de estúdio do Iron Maiden serviram quase como uma segunda banda de abertura: aquecendo os milhares de fãs para o que realmente importava. Após alguns incômodos minutos para a troca de cenário para um mais “Iron Maiden Genérico”, eis que o clássico “Revelations” destrava os gritos do público de vez.
Era hora de mostrar porque o Iron Maiden é quem é. Ao todo, 9 álbuns da Donzela foram representados no setlist escolhido – mostrando toda força da carreira do grupo capitaneado pelo baixista Steve Harris. Destaques para “Flight of Icarus” e “Hallowed Be Thy Name” – além de “Iron Maiden”, coroada por intensas rodinhas no melhor estilo punk rock.
Vale menção também para os dois “Eddies” que apareceram ao longo do show: o primeiro – Samurai – veio no começo e arrancou gritos empolgados dos fãs. Mas foi quando o tradicional Eddie de “The Trooper” entrou em cena que os fãs foram ao delírio. Bruce Dickinson é outro que parece estar em constante evolução: troca de figurino; atirar com lança-chamas; correr de um lado para o outro; e interação com a plateia foram algumas das armas utilizadas pelo vocalista para entreter seus súditos.
O maior revés veio em certos trechos – como “Iron Maiden” e “The Number of the Beast” – em que a voz parecia ligeiramente desconectada do andamento do instrumental. No telão, foi possível ver o que pareceu ser uma pequena discussão entre Harris e Dickinson, mas não há como saber se tinha a ver com esse aparente deslize ou não.
Com direito a dois bises, hits eternos como “Run To The Hills” e “Aces High” encerraram o show daquele jeito especial que fica na memória – principalmente depois de dois anos de pandemia. Era o que todos estavam querendo.
O Iron Maiden mostrou que ainda tem um longo caminho pela frente e nada parece deter o sexteto inglês. Nem mesmo uma pandemia.
SETLIST:
Senjutsu
Stratego
The Writing On The Wall
Revelations
Blood Brothers
Sign Of The Cross
Flight Of Icarus
Fear Of The Dark
Hallowed Be Thy Name
The Number Of The Beast
Iron Maiden
The Trooper
The Clansman
Run To The Hills
Aces High
Agradecimentos especiais a todos da Move Concerts e a Midiorama pela parceria, profissionalismo e respeito no credenciamento. Nos veremos em São Paulo
Headliner: Iron Maiden
Abertura: Avatar
Local: Pedreira Paulo Leminski, Curitiba, Paraná
Data: 27/08/2022
Produção: Move Concerts Brasil
Assessoria: Midiorama
Texto por Gustavo Maiato
0 comments:
Postar um comentário