[ WIKIMETAL ] - Ouvimos Senjutsu! Confira tudo sobre o melhor álbum do Iron Maiden em quase 30 anos!


Cavalgadas, riffs icônicos, Bruce sensacional, solos lindos. Tudo que o fã do Maiden aprendeu a amar está em Senjutsu.

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Por Daniel Dystyler para o WIKIMETAL

Toda resenha tem começo, meio e fim.

Eu vou começar pelo fim.

A décima e última música de Senjutsu, “Hell On Earth”, é um dos 4 épicos compostos por Steve Harris para o álbum. Além de encerrar o 17º disco do Iron Maiden, é também a melhor música do álbum! Entra para a lista dos grandes clássicos da banda!

Depois de 2 minutos de uma introdução linda, calma e que nos apresenta um dos temas da música, temos… ahm… o Inferno na Terra – Hell On Earth! Tudo o que a gente quer e espera e torce pra acontecer numa música nova do Maiden, está aqui:

A tradicional cavalgada Maideniana, riffs maravilhosos pra serem cantados (ôôôôô) no estádio, Bruce Dickinson sensacional nos versos e na bridge, mais riffs melodiosos, um refrão inacreditável que arrepia (mesmo já tendo ouvido no repeat sei lá quantas vezes), solos lindos, uma parte calma com Steve comandando com seu Fender Precision e Bruce com um vocal suave que vai crescendo e finalmente explode com raiva! Enfim, tudo… ABSOLUTAMENTE TUDO que um fã do Maiden ama, quer e venera! Tudo isso, em 1 música apenas.

Steve é gênio. E ponto final.

No final da faixa, o mesmo tema da abertura volta a ser tocado, e temos espaço pro final calmo que vai abaixando, fading away, deixando terra arrasada, o Inferno na Terra, e encerrando Senjutsu, o melhor disco do Iron Maiden em quase 30 anos…

Que final!

Bem, esse é o final do álbum. Agora vamos pro começo…

Ok… Vou me permitir fechar os olhos e imaginar:

É setembro de 2022. Depois de quase 3 anos sem shows, estamos de volta a um estádio. Luzes ainda acesas, pessoas conversando, pessoas ansiosas, pessoas tomando cerveja e o playback tocando nos PAs do estádio, um Scorpions aqui, um AC/DC ali, um Ozzy acolá.

De repente as luzes se apagam e o único show do mundo que começa antes de começar, finalmente… ahm… começa:

“Doctor Doctor” do UFO e o estádio insandece pulsando ao som de um playback como se a própria banda estivesse ali ao vivo. Todos sabem o que essa música significa: Em 4 minutos, mais um show do Iron Maiden vai começar.

A música termina. Silêncio. Escuro. A ansiedade é tanta que dá pra tocá-la no ar.

Uma batida grandiosa em surdo, bumbo e todas as peças graves da bateria de Nicko McBrain, explode. O estádio explode junto. Outros tambores começam a marcar o ritmo. Vem um riff pesado das guitarras do trio Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers. O baixo de Steve vem junto. A voz de Bruce anuncia de forma épica “Meet the warning the sound of the drums” (“Receba o aviso do som dos tambores”). O palco ainda está escuro. Uma guerra se anuncia. A ansiedade é incontrolável.

E depois de 80 segundos dessa verdadeira canção de guerra, um refrão pesado e super melodioso explode! E com ele, um show de luzes iluminando a Donzela de Ferro no palco!

É assim que começa a faixa-título “Senjutsu”, música que abre o álbum. E é assim que eu imagino o começo do novo show do Iron Maiden.

É impossível não comparar esse começo de disco com The Final Frontier (2010) que também traz uma introdução na música de abertura. Mas em Senjutsu tudo dessa intro é melhor: É mais visceral. Mais pesada. Menos efeitos e mais drive de guitarra. Também é bem mais curta.

“Senjutsu” é uma música diferente para ser uma abertura de disco do Maiden comparado com a maioria das anteriores. Ela tem uma pegada densa… meio doom… meio arrastada. Muito pesada. Na real, meio Sabbath. O vocal no refrão é de arrepiar e traz backings em tons muito altos.

A excelente composição de Steve Harris e Adrian Smith termina nessa pegada arrastada e aí recebemos o perfeito contraponto da galopante e rápida “Stratego”.

Tanto “Stratego” como a terceira música do disco, “The Writing On The Wall”, são os 2 singles que foram lançados antes do álbum, algo inédito na história do Iron Maiden: Até então, somente 1 música foi liberada antes do lançamento de cada disco – exceção feita ao Killers (1981) que não teve nenhum single antes do álbum.

Dito isso, não faz sentido comentar detalhes dessas 2 músicas.

Apenas comento rapidamente que adorei essas 2 músicas. Ambas tem refrões incríveis e Bruce está estraçalhando. Na excepcional “Stratego” me chamou a atenção a guitarra (provavelmente de Janick Gers que compôs a música em parceria com Steve Harris) fazendo junto a melodia da voz do Bruce nos versos – algo que vai se repetir algumas vezes ao longo desse disco.

The Writing On The Wall” foi o primeiro single a ser liberado e é também a primeira das 3 músicas que foram compostas pela parceria Bruce e Adrian para Senjutsu. A dupla, que já foi responsável por tantos hits como “Flight of Icarus” e “2 Minutes To Midnight”, volta agora a nos encantar com essas 3 composições icônicas, como veremos logo mais em “Days Of Future Past” e “Darkest Hour”.

“The Writing On The Wall” tem tanta coisa pra comentar, desde o riff de abertura tão diferente nessa pegada folk-country, até os inúmeros easter eggs escondidos no videoclipe, mas vou ressaltar apenas o 2º solo que pra mim é o melhor do álbum inteiro. Volta lá e ouve com atenção esse solo – Ele começa aos 4’ 25”.

Pronto. Já falamos do fim e do começo do disco. E antes de seguirmos com as músicas do meio, vale pontuar:

O álbum abre com “Senjutsu”, uma música pesada e densa.

Segue com “Stratego”, rápida, direta e com a galopada Maideniana.

E aí vem“The Writing On The Wall” num estilo meio folk, western.

“Maiden é sempre mais do mesmo” eles dizem.

Aham… Tô vendo.

Seguimos em frente porque agora vamos conhecer o primeiro dos 4 épicos de Steve Harris, “Lost In A Lost World”.

Sem se repetir e mudando de novo, a faixa traz um começo muito diferente e melodioso com uma parte acústica e a voz do Bruce sendo intercalada por uns backings maravilhosos. Chega (meio de longe) a lembrar um pouco uma versão mais pesada de “Planet Caravan” do Black Sabbath.

É óbvio que sabemos que o Steve vai “quebrar” essa calmaria, ainda mais num épico de quase 10 minutos! E isso ocorre depois de 2 minutos com a entrada de um riff sensacional. A bateria de Nicko está muito inspirada em muitos pontos do álbum, mas nesta faixa em particular, está demais!

A bridge (ou anti-refrão) pra mim é sem dúvida o ponto alto dessa música. Mais até do que o próprio refrão, que remete a refrões dos tempos de The X Factor (1995).

E logo depois do refrão desembocamos em um típico riff Maideniano no estilo meio “Afraid To Shoot Strangers” – “Saudades de cantar um ôôôôô em cima dos riffs em show ao vivo do Maiden, né meu filho?”.

Pra quem já foi a um show do Maiden sabe que o público parece mais uma torcida de futebol que foi lá, não pra assistir a um show, mas sim pra torcer e empurrar a banda! Como se fosse uma final de campeonato com o estádio inteiro gritando, cantando e pulando. Juntos, por uma causa.

Depois dos solos e riffs, mais uma vez temos o refrão e a partir dos 8 minutos, a bridge nos é reapresentada porém com um arranjo diferente, lento e calmo que leva a música até o final. Esse final é um dos momentos mais memoráveis do disco. Emocionante!

Steve é gênio. Ah… Já falei isso, né?

Chegamos à música que eu tinha a maior expectativa e maior curiosidade em ouvir. Por que? Porque é a música mais curta do disco (4 minutos) e é mais uma composição da dupla Smith-Dickinson. A minha barra de expectativa estava lá em cima. E “Days Of Future Past” entrega tudo que eu esperava!

Começa com uma pegada grandiosa e épica que aos 30 segundos cai num riff muito rock n’ roll, muito surpeendente! A voz do Bruce está demais! Assim como em muitas faixas desse disco ele canta em um tom absurdamente alto. Vale lembrar que este é o 1º álbum de Bruce depois de sua vitória sobre o câncer na garganta.

Que refrão!

“The days of future past, to wander on the shore

A king without a queen, to die forevermore

To wander in the wasteland, immortal to the end

Waiting for the judgement, but the judgement never ends.”

Eu adoro os épicos do Steve (temos 4 pra curtir neste álbum!), mas que bom que também temos músicas diretas como “Days Of Future Past” ou “Stratego” que remetem ao Maiden dos primeiros discos.

Somos colocados então em uma máquina do tempo em “The Time Machine” que me transportou para uma pegada mais Brave New World (2000). A faixa composta pela dupla Harris-Gers começa com uma introdução lenta com a suave voz do Bruce nos contando uma história.

Logo a música acelera e se transforma em mais um dos grandes momentos do disco: Versos que trazem Bruce seguindo o seu storytelling e justamente por isso, cantando de uma forma que lembra musicais, como se ele estivesse em um Jesus Christ Superstar, ou um Hair. Aos 3 minutos, a cavalgada Maideniana ataca, riffs lindos pra serem cantados no estádio ou em casa e mais Bruce grandioso.

Aos 4’ 35” temos um riff pesado que lembra um pouco Rush “novo” (entre aspas porque é “novo” tipo Vapor Trails ou Snakes & Arrows, que já não são tão novos assim) e que é seguido novamente por solos lindos. E como Steve adora, a música termina do mesmo jeito que começou, com a intro lenta, porém com Bruce concluíndo a sua história. Que história? Apenas mistérios de diversas Eras da Terra. Vale conferir o encarte.

terceira e última composição da parceria Smith-Dickinson começa e termina na praia, ao som das ondas do mar. “Darkest Hour” é uma das músicas mais lindas de Senjutsu e poderia ser uma candidata a tocar em rádio por ser quase uma balada que narra a visão de um soldado que está esperando o dia nascer para ir para a batalha. Essa última hora de escuridão antes do sol nascer e ir pra guerra é a hora mais escura (em inglês, Darkest Hour), uma bela metáfora para muitos momentos da vida.

Os solos dessa música confirmam que Senjutsu talvez seja um dos álbuns do Iron Maiden com os solos de mais bom gosto da discografia da Donzela de Ferro. Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers estão num nível de inspiração que é quase inacreditável pensar que essa criatividade, técnica e bom gosto perduram por mais de 40 anos (Janick um pouco menos, “só” tipo 30 anos…).

E o refrão é tão sensacional que não sei como descrever, só ouvindo mesmo. Aliás, a sobreposição de solos no último refrão funciona muito bem. É um verdadeiro clímax que termina nas ondas da praia.

Pois bem… Chegamos na reta final do disco que é composta por 3 épicos de Steve Harris – que se somam à já comentada “Lost In A Lost World”.

Começando com o que pode ser considerado a Parte 2 de “The Clansman” do Virtual XI (1998). Tanto no feeling da música como na letra e no tema, “Death Of The Celts” nos transporta para cenas dignas do filme Braveheart (1995).

Aos 4’ 40” mudança completa no tempo e estilo, entrando em uma sequência de riffs que me fizeram lembrar de “The Red and The Black”. A sequência de riffs dura 2 minutos até cair nos solos. Tal qual na música do The Book Of Souls (2015), após os solos voltamos para mais riffs melodiosos que só terminam aos 9 minutos quando a música volta ao seu tempo original para concluir,

Acho que “Death Of The Celts” é a única das 10 faixas que eu não daria uma nota 10. Embora seja uma boa música, não me trouxe aquele encantamento arrepiante que novas músicas do Iron Maiden normalmente causam. É curioso notar que o jornalista Nick Balazs escolheu essa como sendo a melhor música do álbum. Maiden para todos os gostos.

De qualquer forma, a faixa prepara o terreno para seguirmos nessa Epopéia Harriana com “The Parchment”.

9ª faixa é a mais longa de Senjutsu com seus quase 13 minutos e começa com um tema arranjado de forma acústica, que logo se transforma em peso puro. Toda a levada é densa, escura e pesada, meio na vibe da faixa-título “Senjutsu” porém mesclada com outra faixa-título, “The Book of Souls” e com temas meio egípcios explorados na também faixa-título do lendário Powerslave (1984).

Como já conhecemos o Steve faz quase 40 anos (sério, literalmente) dá pra saber que uma mudança de tempo e estilo vem por aí. E de fato, ela acontece aos 9 minutos quando Bruce segura a voz lá em cima junto com mais um riff icônico, o tempo acelera e dá pra imaginar um Eddie insandecido galopando à toda velocidade e ceifando a vida de tudo que é ruim à sua volta como vimos no clipe de “The Writing On The Wall”. Riffs e solos sensacionais nos conduzem até o final do épico.

Steve é gên… ah… nevermind.

E com isso chegamos a “Hell On Earth”, que é o começo deste texto e o final deste disco.

Eu realmente torço de coração pra que o Maiden nunca pare de lançar novos álbuns… É um acontecimento que a gente acaba vivendo, respirando e se envolvendo de uma forma que não muitas coisas na vida conseguem causar. Mas se por algum motivo, Steve & Cia. decidirem que Senjutsu é o último, o encerramento com “Hell on Earth” terminaria de maneira brilhante e merecida, a discografia da Donzela de Ferro.

Mas Steve, Bruce, Dave, Adrian, Nicko e Janick ainda tem muita pista pra percorrer e a julgar por Senjutsu, estão cada vez melhores. Que Eddie and the boys continuem a nos desejar boa noite no fim de cada show. E que sigam nos presenteando desse jeito por muitos e muitos anos.

Obrigado Warner Music por me proporcionar a indescritível felicidade de poder ouvir o disco antes do lançamento.

E obrigado, Iron Maiden.

Que começe a ERA SENJUTSU!

UP THE IRONS!

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2 comments:

  1. Ótima resenha! Expectativa cada minuto que passa se torna maior!

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  2. Sinceramente, não sei que disco vocês ouviram, para dizer que o Senjutsu é tão maravilhoso e gostaria de entender os parâmetros de comparação para dizer que é o melhor lançamento em quase 30 anos.

    O disco não tem uma produção ruim mas, na minha opinião, as composições estão MUITO ABAIXO do que o Iron Maiden já fez. As músicas poderiam ser bem mais enxutas, quase todas elas ficam "correndo atrás do próprio rabo" e não trazem grandes novidades, se compararmos com os últimos lançamentos da banda.

    O Maiden sempre foi uma das maiores influência para mim, a banda que fez com que eu começasse a ouvir Heavy Metal. Não sou um cara saudosista, muito pelo contrário, sempre busco me atualizar ouvindo novos lançamentos, sejam de bandas novas ou antigas, e vejo que existe muita coisa boa saindo. Pena que, mais uma vez, não foi o caso do Iron Maiden.

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