Dance of Death - A vida e morte de Iron Maiden
Dance of Death foi o décimo
terceiro álbum de estúdio da nossa banda preferida. Lançado em 2003 teve sua
grande repercussão ao longo de três anos com dois álbuns de ouro na Inglaterra
e na Alemanha.
Embora a música título para mim seja
a melhor de todas, Paschendale é a mais popular desse álbum para muitos. Veio logo depois da explosão de Brave New
World, que reinaugurava a presença de Bruce Dickinson na banda.
Já estabelecido, nosso piloto, empresário e esgrimista estava
numa fase áurea de sua voz, com segurança e tranquilidade próprias da
maturidade. É obvio que não podemos associar sua afinação com as épocas dos
álbuns “Piece of Mind” ou “The Number of the Beast” em que o garoto tinha
agudos afinadíssimos e longos, mas encontramos uma voz madura e forte, cheia de energia para os seus 45, 46 e 47 anos...vindouros.
E comprovando a universalidade da banda,
Mr. Dickinson apresenta a canção Dance of Death, na Death on the Road Tour da
seguinte maneira:
“So all of you my friends
tonight, No matter where you come from or
where you´ll going to...Welcome to the “Dance of death”
"Então todos vocês meus amigos esta noite, Não importa de onde vocês vêm ou para onde você vão ...Sejam bem-vindos à" Dance of Death "
"Então todos vocês meus amigos esta noite, Não importa de onde vocês vêm ou para onde você vão ...Sejam bem-vindos à" Dance of Death "
A música reforça o interesse em
nosso líder pela temática de Shakespeare com as máscaras venezianas do teatro e
o traje negro da morte. Parece que a
magia se espalha mesmo nos palcos de forma enigmática.
O que será que tem além de uma
super produção de um baixista determinado, um vocalista criativo, um produtor
estrategista e um conjunto de instrumentistas tão afinados?
Pode ser que seja a união deles,
e a aceitação em comum dos itens que compõem seu trabalho. O trabalho em equipe
jamais seria tão bem feito se eles não tivessem tão comprometidos com seus
afazeres profissionais, ainda que o mundo os disperse a tantas coisas....como
outros interesses, família, vaidades, particularidades...
Eles venceram tantas fases juntos
e separados! O espetáculo que nos é ofertado a todo o momento é um conjunto de
situações adversas VENCIDAS pelo negócio rentável, mas acima de tudo pela
maturidade desses senhores.
Enquanto isso, nós; nas plateias e
nos phones de ouvido ficamos completamente abduzidos por aquilo que deve ser
pra eles tão natural! Os temas, a construção de rifes, e a conjunção perfeita
de temas e sons.
Bruce nesta turnê parece carregar
seu emblema de rei com seus anéis, seu cabelo curtinho, suas calças de escamas.
Ele reina como majestade, assim como dita o reino da Inglaterra monárquica, e
sem me importar com as piores críticas, diria que Mr. Dickinson poderia muito
bem ser um “Sir” pelas suas hábeis competências e o brilhantismo de seus
movimentos, como quem leva um exército que sempre
vence batalhas ao longo de décadas.
Décadas que desprezaram o poder
do metal, em favor da explosão do rock menos agressivo, do pop e do eletrônico
num avanço categórico pelas realidades cada vez mais tecnológicas do Mass Media.
Maiden venceu e se adaptou ao auge e ao “fim” do vinil e do VHS; à introdução
do “CD e DVD” e seu declínio; as
piratarias, aos downloads e aos streamings.
Encheu as plateias sem depender das críticas
de importantes meio de divulgação das mídias de massa e sua capacidade musical
invadiu invariavelmente muitas casas de forma orgânica e hereditária, levando milhões
de pessoas aos seus concertos. De forma que até quem não é fã não resiste a um
show e constatar que ali existe qualquer riqueza inexplicável.
E somos nós seus fãs que buscamos
de forma religiosa seus vídeos na internet, ouvimos intermináveis horas de
diferentes álbuns, discutimos e ficamos “putos” com quaisquer assuntos sobre
eles, mas também ficamos emocionados, criamos situações de vida com suas
canções como trilhas sonoras; fazemos viagens malucas e ate fazemos amigos.
Maiden não é um “Beatles”, mas possui algo de
certa forma superior. Porque não é simples, romântico e suas batidas não são
ternários e quaternários musicais de fácil audição. São toneladas de barulho
harmonioso, potente, forte e intenso como um bom heavy metal de raiz tem que
ter.
Voltando a Dance of death, ainda
assim a banda já tem um histórico que todas as músicas de alguma forma se unem
e se diferenciam na Death on The Road. É ainda um pouco do leve e progressivo
herdado de Brave New World (a fase que inaugurou a maturidade da banda) e até
então vem se afirmando nos demais AMOLAD, The Final Frontier e TBoS.
Dance of death é a dança do
Maiden em sua trajetória...Morrendo e renascendo a tudo que vivem, numa
cadência virtuosa de quem diz:
“When you know that your time has come
around
You know you'll be prepared for
it” – trecho de Dance of Death
(Quando você sabe que seu tempo deve voltar
Você
sabe que estará preparado pra isso)
Ou nos fortalece a crer numa
banda que parece ser para sempre:
“I know what I want
And I say what I want
And no one can take it away
I know what I want
And I say what I want
And no
one can take it away” Trecho de Journeyman
(Eu sei que quero
E eu
digo o que eu quero
E
ninguém pode tirar isto de mim
Eu sei
que quero
E eu
digo o que eu quero
E
ninguém pode tirar isto de mim)
Se um dia a banda “terminar”, na verdade
ela nunca irá se acabar.
Viverá para sempre, porque acreditamos em algo maior que o próprio tempo e a razão.
Estará sempre dentro de nós!.
Viverá para sempre, porque acreditamos em algo maior que o próprio tempo e a razão.
Estará sempre dentro de nós!.
UP THE IRONS!
Muito bom! Iron comanda! Não conhecia os detalhes deste álbum. Abraços, Newton
ResponderExcluirUp the irons Newton! Valeu o comentário!
ResponderExcluirUau !! Que texto maravilhoso ( mais um né ?... ) ! Para mim, o Iron Maiden representa para o mundo do Heavy Metal o que os Beatles sempre representaram para o Rock. O tempo passa... o Iron Maiden permanece !
ResponderExcluirObrigada Norberto! um grande abraço, e isso ai. o tempo passa e o Maiden permanece! Up the Irons
ExcluirEis uma turnê que me arrependo de não ter ido. Dance é um paradoxo como álbum para mim. Possui músicas excelentes, mas músicas muito ruins também. Ou a música é dez, ou quase zero. A música Dance, no entanto, entra, para mim, como uma das melhores do Iron após o retorno do Bruce.
ResponderExcluirQue texto maravilhoso. Traduziu em palavras o sentimento que a gente tem quando fala UP THE IRONS. Obrigado por isso!
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