[ TÚNEL DO TEMPO ] - Iron Maiden - Preston, Guildhall (1983)


Fonte: Iron Maiden Pub

Traduzido por: Samuel Ziedler

Resenha publicada na edição 42 da Kerrang!

Por: Howard Johnson

Luzes se apagam, adrenalina sobe às alturas. É a primeiríssima vez que Preston (N.T.: cidade localizada no noroeste da Inglaterra) experimenta a vinda do Iron Maiden - a besta está de volta à estrada de novo.

Tendo enxovalhado a farsa total que é (ou "era") a NWOBHM (N.T.: Nova Onda do Heavy Metal Inglês) pouco tempo atrás, foi um choque positivo para o sistema que as principais tropas daqueles dias felizes tenham colocado seus embaraçosos e ingênuos esforços iniciais bem para trás, e estejam agora se tornando uma das melhores coisas que há no Heavy Metal. Não, não há nada novo em exposição - inovação no Heavy Metal é tão provável quanto um(a) Don Costa virgem, mas há uma singularidade de propósito e destreza de execução na música do Saxon, Def Leppard e Iron Maiden, que os coloca no topo da árvore - especialmente a donzela! Sim, mesmo este banana que curte rock americano (cérebro dos EUA em um corpo da Grã-Bretanha?) ama o puro Heavy Metal com uma paixão dos mais altos padrões quando ele é executado.

"Os mais altos padrões". Iron Maiden é grande e vai se tornar muito grande, possivelmente a maior banda de Heavy Metal que jamais conheceremos, e, portanto, nada menos do que brilho será suficiente - NADA! É um parâmetro muito severo a partir dos quais julgamo-los, mas por que não? A imagem da Donzela é uma das mais fortes por aí e eles são apoiados por uma empresa que não quer nada menos que eles sejam o número um em todos os sentidos.

Embora não por culpa sua, a Donzela enfrentou uma ladeira íngreme esta noite. O atraso do seu quarto álbum significou que uma enxurrada inicial de novos números deixou a platéia tão desmamada em familiaridade quanto com os Farley's rusks (N.T.: biscoitos para crianças pequenas) (pedaços abundaram!), chocada em um silêncio atordoado.

A banda poderia ter escolhido uma opção fácil e tocado um set seguro, conhecido. Não tendo feito isso mostra que ainda estão preparados para assumir riscos, para seu crédito eterno, mas a atmosfera sofreu inevitavelmente - foi como assistir a um vídeo do Iron Maiden em vez do artigo genuíno.

No entanto, quando peças de destruição movidas a vapor e marteladas como a abertura "Where Eagles Dare", "The Trooper" e "Die With Your Boots On" se incorporarem ao cérebro, este será um show poderoso!

Bruce Dickinson, assemelhando-se a uma capa do Marillion com suas calças de bobo da corte, foi sem dúvida a estrela do processo. Sua voz é uma mistura inebriante de loucura e precisão medida enquanto suas falas refinadas à la Gillan (N.T.: Ian Gillan) são agradavelmente sem grosseria. Um cantor pesado com um cérebro!

O novo rapaz, Nicko McBrain, entretanto, forneceu uma espinha dorsal percursiva tão forte quanto qualquer banda poderia desejar, embora seu solo (o histrionismo de guitarra de Dave Murray também!) tenha sido bastante inútil. Esta é verdadeiramente uma banda e não há necessidade ou espaço para lugares individuais. Enquanto a Donzela puder tocar os gostos com "Hallowed Be Thy Name" e "The Number Of The Beast" de forma tão eficaz, solos tornam-se apenas um desperdício de tempo valioso.

A Donzela provou de novo em Preston que é uma banda quente. Claro, eles se estilizaram - inclusive utilizando clichès - mas o que eles fazem, o fazem perfeitamente, e quem pode argumentar com isso? 

Sobre Alexandre Temoteo

Alexandre Temoteo

0 comments:

Postar um comentário