[ IRON MAIDEN ] - Os motivos das demissões na banda (Bruce Dickinson)


Um momento de tensão no Iron Maiden ficou ainda mais intenso no início de 1993, quando Bruce Dickinson anunciou sua decisão de deixar a banda a qual ele tinha estado à frente por mais de uma década. Em três anos, a banda havia perdido dois de seus principais compositores e até mesmo uma de suas características mais identificáveis ​​- a voz.

Uma personalidade forte, com um temperamento feroz, Dickinson já tinha tido um período onde considerou sua saída do Maiden. Suas primeiras dúvidas sobre seu futuro com a banda surgiram em 1986, quando estavam trabalhando no álbum "Somewhere In Time". Dickinson tinha imaginado um som e um estilo diferentes para esse disco, pensando que era hora do Maiden fazer algumas mudanças drásticas.

Essa noção, assim como as canções semi-acústicas e folclóricas apresentadas por Dickinson, foram negadas pelo resto da banda e pelo produtor Martin Birch.

O vocalista ficou profundamente magoado pela rejeição e depois pensou que "talvez eu deveria ter saído em 1986." Mas ele reconsiderou a ideia, tanto que desempenhou um papel importante no álbum "Seventh Son Of A Seventh Son" (1988), onde co-escreveu metade das músicas do disco, juntamente com Smith e Harris.



Firmemente de volta ao foco, Dickinson não pensou em deixar o Iron Maiden à medida que os anos 90 se aproximavam, mesmo quando algumas pessoas especularam que ele estava saindo quando gravou seu primeiro álbum solo "Tattooed Millionaire" (1990). De acordo com Bruce, ele alegou que estava feliz e energizado quando trabalhou nos álbuns  "No Prayer For The Dying" (1990) e "Fear Of The Dark" (1992).

Mas então algum tipo de crise de identidade artística o atingiu. Dickinson começou a sentir um forte desejo de explorar um território musical o qual percebia naquele momento que jamais teria espaço no Maiden. Em 1992 e início de 1993, ele trabalhou em um segundo álbum solo. A primeira tentativa teria soado muito parecido com o que os fãs esperariam dele ou até mesmo do Maiden. O produtor Chris Tsangarides lembra que "[era] um pouco mais pesado [...] E acho que possivelmente algumas daquelas músicas deveriam ter sido usadas no Maiden, talvez".

Rod Smallwood interveio. Ele chamou o vocalista para uma conversa e disse-lhe que um projeto solo realmente deveria ser diferente do Iron Maiden. E assim foi posto em prática um dos principais motivos que levariam à saída de Dickinson do Iron Maiden.



Dickinson rapidamente voou para Los Angeles e começou outra tentativa de um álbum com o produtor Keith Olsen. Os resultados foram extremamente diferentes. O vocalista decidiu não lançá-lo, mas ele já tinha chegado a um acordo com a escolha a ser feita naquele momento: Ficar no Maiden e nunca poder explorar outros horizontes musicais, ou  mergulhar de vez na ideia de deixar a banda. Para um artista da ambição e da inquietação de Dickinson, a escolha era óbvia.

E assim ele anunciou que a "A Real Live Tour" em 1993 seria o sua última como vocalista do Maiden. Na parte européia da tour, o Maiden foi vítima de especulações da mídia e acusações de que as apresentações ao vivo estavam em um péssimo nível.

Bruce Dickinson deixou o Iron Maiden depois de um último concerto no final de agosto de 1993. As portas estavam agora abertas para Blaze Bayley. Era a maior mudança de sonoridade do Maiden em 12 anos.

Continua...

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