IRON MAIDEN: Quatro momentos definitivos de sua carreira ao vivo

A carreira do grupo britânico está marcada por fatos de alcance e citações que os colocaram como uma das grandes bandas de metal mais populares do mundo. Nos anos oitentas estiveram a ponto de acabar depois da esgotada turnê do álbum Powerslave, em 2001 se reencontraram com seu publico em Rio de Janeiro, e no começo da ultima década a paixão do publico chileno ficou marcada a perpetuidade no álbum “En Vivo!” Todos definiram sua imensa energia ao vivo.

WORLD SLAVERY TOUR (9 de agosto de 1984-5 de Julho de 1985). 


Bruce Dickinson resume: “Foi a melhor turnê que tínhamos feito e foi a pior e quase nos fez separar para sempre”, Assim como declara na revista Classic Rock. Iron Maiden em pleno pique de popularidade, saía da turnê promocional do disco “Powerslave” (1984), que se baseou em uma temática sobre o Antigo Egito e que a banda quis passar ao espetáculo ao vivo construindo um templo completo com hieroglífico e tumbas e um Eddie mumificado de nove metros altura. “Via-se fantástico, provavelmente é a melhor decoração que já havíamos feito”, comentou Steve Harris para a mesma publicação. Junto a isso, houve outros alcances que marcaram está turnê como, talvez, a mais relevante na carreira do grupo: Iron Maiden foi a primeira banda que tocou na Cortina de Ferro (Polônia e Hungria), também contaram com um grande numero de publico de sua historia, 300.000 pessoas no Rio de Janeiro para o festival do Rock in Rio em 11 de Janeiro de 1985, e também gravaram o álbum ao vivo “Live After Death” disso se trata Maiden, de tocar ao vivo. “Quando escuta uma versão ao vivo de nossas musicas, muitas vezes é melhor que do estúdio”, Afirma Harris. Mas, em sua vez, o ciclo foi muito extenso, 331 dias e 187 shows que terminaram esgotando e desmotivando o grupo. “Não foi só a extensa turnê, também chegamos a lugares que parecia que ninguém se importava com o metal ou Iron Maiden, e no final não éramos mais que um circo que passava pela cidade. Pesava-me isso” Afirma Bruce. Harris por sua parte se manifestou, “Essa turnê afetou muito o Bruce e isso se notou nas letras do seguinte álbum. Todos estavam esgotados. Tivemos que dizer a Rod [Smallwood, empresário da banda] que necessitávamos um tempo livre ou senão estaríamos com problemas. Adrian e eu nos recuperamos, mas Bruce levou muito mais tempo” “Live After Death” (1985), registrado durante três shows em Long Beach, Califórnia, se converteu, na posteridade, em um dos álbuns ao vivo essenciais para qualquer seguidor do metal.

MONSTERS OF ROCK, DONINGTON PARK, INGLATERRA (20 de agosto de 1988).

Segundo a banda, este foi o show mais importante que haviam realizado em seu País natal. Iron Maiden era atração principal do festival Monsters of Rock, e reuniu uma multidão de 107.000 pessoas em Donington Park, a maior quantidade de publico que já havia assistido no recinto em sua historia. O espetáculo encontrava no contexto da turnê de “Seventh Son of a Seventh Son” (1988), um dos melhores trabalhos da carreira dos britânicos, mas teve menor êxito no outro lado do Atlântico comparado com “Powerslave” e “Live After Death”. Incluiu mais elementos progressivos e um entusiasta Dickinson chamou no seu tempo “The Dark Side of the Moon do metal”, gerando um arrastão enorme na Europa. Por isso, uma vez que se enfrentaram ao público de Donington, a resposta foi espantosa: jamais se haviam oferecido participar do evento, mas esta, em sua primeira vez, alcançou a cúspide de sua gloria. Dave Ling, da revista inglesa Raw!, Recorda para Classic Rock, “A reação do publico foi completamente impressionante, e os sorrisos sobre o palco mostravam claramente que tanto a banda como o público havia disfrutado o show”. Para Dave Murray, “foi como escalar uma montanha e alcançar o topo”. Todos falam sobre o tão incrível que é tocar nos Estados Unidos ou no estrangeiro, mas para nós o que importa é nossa própria casa. Donington é o maior festival que tocamos”. Como no World Slavery Tour, não pouparam recursos, incluindo pirotecnia e um Eddie redesenhado. Mas o evento também esteve marcado por tragédia: horas antes de seu show, dois jovens faleceram pisoteados. Rod Smallwood decidiu não contar para banda o ocorrido para não afetar seu desempenho e no decepcionar os fãs. “Resultou ser um grande triunfo. Foi o primeiro de nossos shows grandes e nunca esquecerei estar encostado no palco e ver aquele mar de braços no ar. Quando contei ao grupo o que havia acontecido, ficaram devastados. Foi muito emocionante. Quando a gente lembra-se desse show, sempre pensamos nesses garotos”, comenta o empresário.

ROCK IN RIO, RIO DE JANEIRO, BRASIL (19 de Janeiro de 2001). 



Este show, foi como seu predecessor de 1985, foi de proporções colossais: mais de 250.000 pessoas presenciou o  espetáculo da banda ao vivo e foi transmitido para bilhões de telespectadores. Justo nesta noite encerram Brave New World tour, que estevem em Chile só uns dias antes e que foi marcado pela volta de Bruce Dickinson e Adrian Smith, depois de suas saídas em 1993 e 1990, respectivamente. Não só isso, mas também que os britânicos eram a banda principal do evento no Brasil, um País cujos fãs não abandonaram o grupo na época Blaze Bailey. Todos esses fatos foram suficientes para eleger a data como que representaria em toda sua grandeza na volta da banda ao vivo com sua formação clássica em um álbum ao vivo. O vocalista lembra desta maneira: “Foi uma final fantástica da turnê, a energia que entregamos nessa noite foi simplesmente incrível”, Assim como sinaliza no livro “Run to the Hills, the Authorised Biography”, enquanto os cariocas o consideram como “nosso próprio Donington”. Steve Harris concorda que “foi um bom show”, mas que tudo se viu preso por dificuldades técnicas, já que não pode mover-se de seu posto para se aproximar do público por problemas com o sistema de som. Assim como fizeram 16 anos atrás, tocaram canções como ‘2 Minutes to Midnight’, ‘Hallowed Be Thy Name’ e ‘The Trooper’, somando seis temas de seu último álbum,“Brave New World”. O show foi perpetuado no registro “Rock in Rio”, que o mesmo Steve Harris considerou melhor que seu essencial “Live After Death”. Embora o material não seja apropriado para os fãs acérrimos dos anos 80, senão mais bem para aqueles incondicionais que seguem o Maiden a todo custo, “Rock in Rio” mostra o poder da banda e a paixão geral na América do Sul em um momento de especial emoção na carreira da Donzela de Ferro, capturando não unicamente a quem já seguia o grupo, mas também a toda uma nova geração encantada com o repertorio e a força dos ingleses. Abria-se uma nova era para Iron Maiden.

THE FINAL FRONTIER TOUR, SANTIAGO, CHILE (10 de abril de 2011). 




Se Rock in Rio marcou o inicio de una nova época para Iron Maiden, este show em Santiago evidenciou a popularidade Inter geracional da banda. Também deixou claro, na turnê de aniversário Somewhere Back in Time, que ainda tinham o desejo de continuar. Publicaram “The Final Frontier” no ano anterior e deram por superada a etapa com Blaze Bailey (para o show de 2004 na capital, o último em promocional de material inédito até essa data, tocaram música do “X-Factor”), incluindo canções de “Brave New World”, “Dance of Death” e do album de 2010. Para o público chileno este show tinha uma conotação quase revanchista, Bruce Dickinson havia prometido anteriormente tocar no “fucking stadium” (durante o  show de 2009 no Club Hípico) e parte, deste desempenho consolidaria a popularidade da banda em Chile depois de sua  proibição de ingressar no país em 1992. As estrelas se alienaram e o show do coliseu de Ñuñoa foi intenso e emotivo, com ao redor de 55 mil pessoas. Alexander Millas, editor de Metal Hammer, quem se encontrava viajando com Iron Maiden para esta turnê, disse em sua conversa para Rockaxis: “A resposta foi surreal. Uma das coisas que mais me chamou atenção eram as distintas gerações de fãs que havia. Conheci um avô com seu neto e para mim foi impressionante, ver como a popularidade de Maiden transcendia épocas”. O espetáculo em si contou com um Big Eddie trazido especialmente para a ocasião, em um contexto que simulava uma estação espacial em um canto sujo do universo. O público respondeu a altura, como lembra o produtor Kevin Shirley, que também estava no show: “O publico de Santiago é particularmente animada. Sessenta mil pessoas e não acredito que houve alguém que não cantava com eles”. O show foi gravado e posteriormente publicado em DVD com o título “En vivo!” e até hoje é o ultimo registro ao vivo dos ingleses. Segundo Steve Harris, “escolhemos o show de Santiago porque sentimos que foi um dos melhores de toda a turnê e tocar no prestigioso Estádio Nacional foi um fato importante para nós”.

Fonte: rockaxis

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Anônimo

1 comments:

  1. Boa matéria. Os tópicos realmente destacam importantes momentos da carreira do Iron Maiden, que é, na verdade, o verdadeiro bastião do metal.

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