[PONTO DE VISTA]: Empire of the Clouds, mais que uma música?



De: Danilo Pacheco
Para: Iron Maiden Brasil

Quando escutei pela primeira vez a “Empire of the Clouds” não consegui assimilar muitos elementos daqueles 18 minutos inesquecíveis. Mas, após algumas audições, a música me tomou por alguns fatores que a transformaram realmente em um Império nas nuvens!
A última música que escutei com essa amálgama de piano, guitarras fortes e uma letra impactante foi November Rain, do Gun N’ Roses, que também conta uma tragédia, esta baseada no romance de Anne Rice, claro que com minutos a menos e uma sonoridade bem diferente da que escutamos nessa obra-prima do Iron Maiden.
Após ler sobre o incidente do zepelim R101, o qual inspirou "Empire of the Clouds", deparei-me com um ponto de vista bem diferente de algumas pessoas. Não parei para analisar os acordes, não parei para analisar o tom que Bruce empregou na musica e nem tão pouco parei para analisar se 18 minutos de música seriam cansativos.
Minha análise foi pouco mais além do que tudo isso. Para mim, primeiramente, "Empire of the Clouds" é digna de virar um single, com direito a um encarte bem elaborado, por toda sua grandiosidade. O que sinto ao escutar a música é que ela se divide em três partes, que acompanham desde a criação do zepelim até sua tragédia na França.
Minha forma de escutá-la foi essa, entrando na história da música, como se estivesse vivenciando tudo aquilo que aconteceu na década de 30. A primeira parte, se acompanharmos o ritmo da música em si e a voz de Bruce, imaginamos a construção, os testes, o que as pessoas pensavam do R101. No segundo ato, viajamos juntos com os tripulantes no majestoso zepelim, imaginamos a satisfação das pessoas que estavam ali presentes e como o voo inaugural estava indo. No terceiro ato, com a variação musical, a entonação de Bruce na letra e no piano, começa um turbilhão de desespero dos tripulantes, uma agonia que não poderia ser revertida. Ao cair, instantaneamente o zepelim pegou fogo, matando dezenas de pessoas, fazendo com que o ouvinte (eu, no caso!) pudesse sentir aquela sensação e desespero que foi tomado naquele momento.
E, no último momento da música, restam apenas cinzas desse “Titanic dos Céus”, dor, tristeza e, com um último som de “boom”, nos últimos segundos de "Empire of the Clouds", tudo silencia.


Sobre DANILO PACHECO VASCONCELOS

DANILO PACHECO VASCONCELOS

10 comments:

  1. Lagrimas heteras rolaram em minha face ao degustar essa belíssima obra prima ..... Iron Maiden conseguiu se superar ....

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  2. Eu subestimei esse álbum por causa da Speed Of Light. É uma música um pouco fraca, um pouco do mesmo, reciclada. Sei lá. Não é ruim, mas não é nenhuma novidade e acabou sendo um pouco desgastante ouvi-la.

    Entretanto, ao escutar o resto, eu fiquei maravilhado. O Maiden, apesar de realmente reciclar alguma coisa de sua longa tragetória, soube resgatar características musicais marcantes da banda (o "reciclar" perde o tom pejorativo). Técnica, feeling, temática... o que compõe esse álbum o torna muito bom.

    Não digo que é digno de um título de masterpiece do heavy metal, ou o tipo de masterpiece que estou acostumado a encontrar no Iron Maiden, eu tenho que escutar mais e refletir mais sobre a música antes de dizer algo assim. Mas esta um album muito bom, realmente.

    Vão me atirar muitas pedras, mas eu estava curtindo o tom progressivo de álbuns como o AMOLAD. Mostrava que, apesar de ser um heavy metal muito diferente, ainda era o Maiden (não era o seu heavy metal característico, mas se tornou um heavy metal progressivo caracterísito, era novo), ainda apresentavam a música de forma grandiosa o suficiente pra, ao escutar, sentir muitos "eargasms", dignos de título de masterpiece da banda....

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    1. Seu comentário não é nem de longe alvo de pedras. As pessoas evoluem e as bandas, formadas por elas, são o seu reflexo. Acho legal o Maiden fazer algo diferente, mas com padrão Maiden de qualidade. Brave New World e A Matter são dois álbuns que eu curto muito, bem trabalhados e que marcam uma evolução da banda, apesar de o Final ter ficado um pouco abaixo. Ainda não escutei o The Book, mas pelos comentários, parece ser de uma grandiosidade que transcende o heavy metal e estou guardando a supresa para qd eu comprá-lo. Up The Irons!!

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    2. Acontece que álbuns como o AMOLAD causaram muita polêmica por ter justamente evoluido. Então sim, tem muito fã que diz que álbuns como o esse não parecem do Maiden, ou coisas do tipo...

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  3. Perfeito, na primeira vez que escutei gostei mas não prestei muita atenção na letra com as melodias, depois de escutar algumas vezes percebe-se que estamos diante de uma obra prima! Espero que deem um jeito e toquem ela ao vivo, será épico.

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  4. Danilo Pacheco... acho que o Iron Maiden abandonou os singles. No Final Frontier não lançou um único single como estamos acostumados, apenas promos. Neste no álbum, aparentemente ocorrerá o mesmo. Já que a versão física de Speed também não atende aos tradicionais singles que conhecemos. Infelizmente, acho que os singles morreram. E o que mais apreciou além do álbum do Maiden, são os singles.

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  5. Não sei se alguém reparou (eu mesmo não havia reparado), mas, no momento que ocorre a quevra de melodia, entre a "segunda e a terceira parte" da música, as batidas formam SOS repetidamente em código morse (três batidas rápidas (S), três mais lentas (O) e mais três rápidas). Obs.: vi esse detalhe num vídeo

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  6. Empire of the Clouds é sensacional. São 18 minutos que passam como 18 segundos.

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  7. Na minha opinião todo o disco é ótimo,mas "Empire..." é uma obra-prima,e podem me chamar de herege,mas para mim está no mesmo nível dos clássicos dos anos 80...

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  8. Estou ouvindo neste exato momento... à medida q o Bruce vai subindo o tom d voz, vc vai sentindo o pânico da queda iminente como se vc estivesse lá... pqp, o Iron Maiden pode nunca mais lançar um Seventh Son, pra muitos o melhor álbum deles, mas esse passou muito perto!

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