Total Guitar: Entrevista com Dave Murray e Adrian Smith sobre The Book of Souls



Por: Rob Laing das revistas "Total Guitar" e "Guitarist".

"Falamos com Adrian Smith e Dave Murray, do Iron Maiden, sobre seu novo álbum duplo, The Book of Souls, em que a banda retorna, oficialmente, em grande estilo, com o tempestuoso single, Speed of Light, e seu novo vídeo."

The Book of Souls é o primeiro álbum duplo do Maiden com 92 minutos de duração. Um álbum embalado com melodias que levam a assinatura Maiden, duelos de solos e formidáveis refrões que os fãs amam, assim como épicos de peso (o álbum fecha com uma obra de 18 minutos) e músicas enérgicas, como Speed of Light, que lembra os clássicos hinos da banda. E, em relação a essa última, foi composta por Adrian Smith e Bruce Dickinson, em parceria na composição da letra.

"Desta vez eu fiz algumas coisas com Bruce" explica o guitarrista. "Eu pensei em escrever canções mais curtas, como Two Minutes To Midnight e Can I Play With Madness, apenas Bruce e eu. Não fazemos isso desde que eu voltei para a banda [Smith regressou ao Maiden, com Dickinson, em 1999]. Fizemos isso com Wicker Man [Brave New World, de 2000]. Então isso foi diferente. Antes de começarmos a gravar, escrevemos “Speed of light” e “Death or Glory”."

Fãs, especialmente os guitarristas, podem notar uma forte influência de Thin Lizzy em Speed of Light, que possui uma melodia arrebatadora. Na verdade, é o resultado de Adrian ainda aguçando seus ouvidos para novas inspirações, refinando sua carreira como músico, mesmo depois de todos esses anos em uma das mais bem sucedidas bandas de metal do mundo.

"Essa é uma escala principal que eu vinha brincando", revela ele. "Eu redescobri a (escala) pentatônica, ouvindo um monte de bons guitarristas, e notei que muitos deles estavam usando essa escala; assim como Eric Johnson e outros. Se você a fizer de maneira certa, soa muito bem e no ponto. Então, eu estava brincando com isso, é a variação de um padrão, eu consegui esse riff disso."

Mas verifica-se que Adrian preparou canções com Dickinson que são bastante atípicas para um álbum que ele admite que foi 'muito espontâneo'. Como Dave Murray é amigo de infância de Adrian e companheiro de guitarra de Janick Gers, explica, o Maiden estava entrando no estúdio voando na sua criatividade.

"Nos álbuns anteriores, geralmente, íamos para a sala de ensaios por semanas, com quatro ou cinco músicas já engatilhadas. Então, começávamos a gravar e o restante do material era escrito por lá. Mas, desta vez, chegamos lá com uma folha em branco e um monte de ideias”.

"Foi uma experiência muito divertida, pois mantém você com os pés no chão" acrescenta Dave sobre a maneira de trabalhar com o produtor Kevin Shirley. "Você tem que ser muito astuto. Escrever acordes de guitarra, baixo, melodias e harmonias, alterações...basicamente estávamos usando nossa criatividade e nunca sabíamos o que estava por vir. Mas foi maravilhoso como tudo fluiu".

As coisas fluíram tão bem, que Dave brincou, dizendo que poderiam ter feito um álbum triplo...Paramos, mas certamente havia mais material para trabalhar, caso contrário faríamos mais três ou quatro álbuns".

Com 16 álbuns e uma carreira incrível, o Maiden ainda está trazendo surpresas e a maior delas vem no final de The Book of Souls. O vocalista Bruce Dickinson foi a força motriz por trás do impressionante final do álbum de 18 minutos, tendo passado muito tempo no estúdio de Guillaume Tell, em Paris, trabalhando no que se tornaria “Empire of The Clouds”. É a mais longa canção do Maiden e a mais orquestral que já se ouviu de todas as lendas do metal.

"Ele estava trabalhando por cerca de um mês por conta própria," revela Adrian. “Estávamos trabalhando nas outras canções e ele estava sentado na cabine de vidro à prova de som, com seu piano, como Beethoven, seu ouvido no piano, trabalhando em sua obra-prima, inventando esta obra-prima. Acho que ele escreveu cada nota dela.”

"Nós a interpretamos e a fizemos em sessões. Kevin e Bruce ficavam na sala de controle, dizendo:  está muito blues, você pode fazer isso soar um pouco mais clássico?  Ele gravou todo o piano, do começo ao fim, e depois tocamos para acompanhar. Então, acho que colocaram toda a orquestração depois”.

Com The Book of Souls chegando em 4 de setembro e as turnês que virão próximo ano, as coisas estão melhorando para os fãs do Maiden novamente. Especialmente, com a notícia de que Bruce Dickinson se recuperou do câncer, do qual ele foi diagnosticado após a gravação de “The Book of Souls” ser concluída. Dave disse que sua potência vocal está voltando à 'boa forma'; “A banda está mais forte do que nunca e Bruce sempre foi o cara mais forte na banda de qualquer maneira. Então, não temos nenhum problema em sair para turnê deste álbum, no próximo ano.”

Parece que The Book of Souls é um testemunho para a felicidade dentro do Iron Maiden, como Adrian explica; "Na época do estúdio, antes de sabermos da doença do Bruce, dizíamos que tinha sido ótimo e que uma boa experiência. Às vezes você teme fazer um novo álbum e pode ser um pouco tenso esse tipo de trabalho, mas esse foi muito agradável. Tivemos ótimos momentos dentro do estúdio e as músicas fluíram... não poderia ter sido melhor realmente."

The Book of Souls será lançado em 4 de setembro. Procure mais por Adrian e Dave futuramente  na revistas Total Guitar e Guitarrist.

Fonte: Music Radar

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