Kerrang! : Matéria sobre o Iron Maiden e seu novo álbum - Parte II


Na história, bem, da música, nunca houve talvez um líder tão determinado e inflexível como Steve Harris. Ele é um homem que está possuído com uma sensibilidade espartana e ainda um frequente lado esquecido e introspectivo que são os combustíveis usados calmamente em sua paixão por todas as coisas do Maiden. "Eu sempre fui uma pessoa muito sensível", revela Steve, "Até mesmo quando era criança, para ser honesto talvez muito sensível para o meu próprio bem às vezes." No entanto, esta mistura particular de características o ajudou a orientar o Iron Maiden desde tocar no Ruskin Arms em East Ham até ver o vocalista da banda pilotar o próprio avião deles.

Steve não só guia o Maiden através da mudança de line-ups e de várias coisas no mainstream, ele faz isso enquanto sempre satisfaz uma base de fãs à disposição de um novo álbum, mais ou menos a cada três anos (The Final Frontier e The Book of Souls sendo as duas únicas exceções).

Mas o natal 2014 apresentava ao Maiden um desafio que, por uma vez, estava fora das mãos de Steve. Foi então, durante um check-up rotineiro, que Bruce Dickinson descobriu um pequeno tumor cancerígeno na parte de trás de sua língua. Exigindo um tratamento de sete semanas de quimioterapia e de radiologia. Felizmente, com o recente exame de ressonância magnética, em maio, Bruce foi oficialmente dado como livre total do câncer por seus médicos especialistas. Que ótima notícia!

Temos sido em grande parte deixados no escuro a respeito de como a banda realmente lidou durante este tempo. Então, como é que o diagnóstico de Bruce realmente afetou a gravação?

"Bem, isso não aconteceu em tudo, porque Bruce não sabia e nenhum de nós sabíamos de nada sobre aquilo ..."  Steve interrompe momentaneamente. "Não havia nenhuma noção de nada disso. Ele tinha acabado todas as partes vocais completamente de qualquer maneira, e, em seguida, houve algumas outras partes que estávamos fazendo. Realmente, nós não sabíamos de nada - ele não mostrou quaisquer sinais. Quero dizer, o seu canto, quando você ouvi-lo ... Ele está cantando melhor do que nunca. "

Então, não afetou a gravação de The Book Of Souls de alguma forma?

"Ele não causou quaisquer problemas nessa área”, confirma Steve. "Ele não estava mostrando sinais de estar doente. Eu nem sabia que até algumas semanas depois, quando ele conseguiu seus resultados de volta. Foi um choque para ele e todos os outros, porque não era esperado.

E como todos no Maiden lidaram com o seu diagnóstico?

É uma questão pessoal para Bruce e para a banda, e não acho que agora é o momento para falar sobre isso", diz Steve. "É a história que Bruce irá dizer quando ele sentir que é a hora certa.

A única coisa que posso dizer é que Bruce é um soldado e está mais do que pronto para o próximo capítulo do Iron Maiden. O que importa agora é que temos um álbum que eu acho que nossos fãs vão amar e todos nós estamos animados para compartilhar com eles. "

E o que Maiden está compartilhando com The Book of Souls é um álbum que tem uma impressão digital de Bruce sobre ele.

"De vez em quando ele(o álbum!) vai entrar com uma música que é totalmente a sua cara, mas este álbum é duplo", entusiasma-se Steve. “Ambos tem grandes canções, uma delas é muito mais que um ‘ponto final' ”.

18 minutos de um ‘ponto final’, para ser mais preciso ...

Durante um momento-chave da gravação de The Book Of Souls, Steve só tinha que falar uma coisa a Bruce Dickinson. "Você me superou, eu te amaldiçoo!", Ele disse a vocalista do Maiden.

Você vê que, há uma determinada subespécie de música no Iron Maiden - tecnicamente você poderia chamá-la de épica, embora pareça uma maneira um pouco imprecisa de resumir a ambição da gravação dessas músicas do Maiden que tem passado a marca de 10 minutos.

Neste quesito, sempre há uma música do Maiden para demonstrar isso. Em 1984, Steve Harris interpretando o poema de Samuel Taylor Coleridge (Rime Of The Ancient Mariner) com 13 minutos e 38 segundos de glória e tristeza no mar. Apesar da concorrência acirrada de Sign Of The Cross de 1995 (11 minutos e 16 segundos), há 31 anos, o recorde de Steve tem permanecido. Até que, bem, um ”amaldiçoado” surgiu para vencê-lo.

Enquanto o resto da banda estava trabalhando junta no material em Guillaume Tell Studios, Bruce Dickinson foi muitas vezes visto sozinho, orbitando em um piano de cauda. Ele não podia ficar sozinho. Tanto que, na verdade, Steve ironiza, "Nós tivemos que trancar a sala pelo lado de fora, porque ele sempre estava saindo para ir ao piano.”.

Brincadeiras à parte, no entanto, Steve poderia dizer que algo grande estava acontecendo.

Eventualmente, Bruce tocou para Steve o que ele estava trabalhando e disse: "O que você pode fazer com isso?" "Bem, no momento eu não quero fazer nada porque você está tendo um bom momento,” ele respondeu.  "As melodias são tão fortes, basta manter e continuar até aonde você quiser chegar com elas."

Uma vez que Bruce tinha feito exatamente isso, o Iron Maiden se reuniu para gravá-la e, eventualmente, fez nascer um monstro de uma canção chamada Empire Of The Clouds, que fecha The Book of Souls com 18 minutos. É a mais longa canção do Iron Maiden já registrada.



Fim da parte II.


Nota: O conteúdo da tradução foi adaptado da entrevista na revista Kerrang! nº1575, alguma falas do entrevistador e do entrevistado tiveram algumas modificações para contextualizar um melhor entendimento do assunto.




Sobre DANILO PACHECO VASCONCELOS

DANILO PACHECO VASCONCELOS

3 comments:

  1. Guilherme, sou fã do Iron desde 1984, vamos esperar sair o album, ouvir e ai sim fazer criticas.

    Airton

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  2. Estou realmente louco pra ouvir essa música de 18 minutos.

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