Iron Maiden - Resenha de Maiden England '88

Por Essei Berelian para a Classic Rock Magazine/Abril 2013

“Screeeeam for me, Birmingham!”, berra um jovem BRUCE DICKINSON enquanto ele se desloca pelo palco como um pirata de calças justas interpretado por Errol Flynn, agitando o público como o showman habilidoso que ele é. O suor cai, a pirotecnia cospe, e as linhas de baixo lhe prendem numa grata submissão.

Você tem que tirar o chapéu pro Maiden: quando eles lançam um pacote desses, você com certeza é recompensado pelo que pagou. Escavado do assombroso arquivo dematerial da banda, esse filme de duas noites no NEC tem implorado pra ser lançado em DVD faz tempo e finalmente rolou – com bis matadores do naipe de ‘Running Free’, ‘Run To The Hills’ e ‘Sanctuary’ pra completar o set list. E praqueles que querem estar no meio da ação, há uma nova mixagem em áudio 5:1 autorada por Kevin Shirley para reforçar o mix original em estéreo de Martin Birch.

Dirigido e editado por Steve Harris, seu deseo de criar um filme pela perspectiva dos olhos de um fã como um antídoto para os excessos abundantes de ‘Live After Death’ é altamente bem-sucedido, com um forte foco no palco e nas primeiras fileiras da plateia enquanto a maior parte de ‘Seventh Son Of A Seventh Son’ rola forte, em meio ao que é basicamente um set sustentado por pontos altos, especialmente a boa e velha ‘Number Of The Beast’, com Bruce carregando Dave Murray nos ombros enquando Adrian Amith arregaça em seu solo. É sucinta síntese de como o Maiden é quando todas as engrenagens estão rodando juntas.

No geral, esse é um baita testamento de uma banda oriunda da classe operária em seu auge – apesar das crescentes tensões entre os membros. As cândidas lembranças daqueles sentimentos turbulentos são verbalizadas no disco Dois e são uma deixa para o fascinante terceiro capítulo na história da banda- em especial pelo guitarrista Adrian Smith, que estava ficando cada vez mais desconfortável com [entre outras coisas] a velocidade das músicas na época. Ele é cabal: “Um ano depois, eu não estava mais na banda”.

Na sequência do documentário, o excelente ’12 Wasted Years’, gravado originalmente em 1987, finalmente sai em DVD, com sua copiosa duração de 90 minutos abrangendo também cinco vídeos promocionais lançados entre 1986-1988 – o vídeo de ‘Clarvoyant’ celebra o triunfo da banda quebrando recorde de público no topo do casting do festival de Donington.

Demorou pra sair, mas como já dissemos, quando se trata de criar algo para agradar aos fãs, ninguém o faz com tanta atenção como o Iron Maiden.

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