Blaze Bayley tem motivos de sobra para ser grato aos fãs brasileiros.
Durante as quase três horas de show, feito recentemente em Pato Branco,
Paraná, foram poucos os momentos em que mais ou menos entusiasmado
o público não participou cantando ou gritando “Blaze” com punhos
cerrados.
Para quem conhece a trajetória do músico não é difícil imaginar quais
foram os momentos de maior entusiasmo. Mesmo depois de 13 anos
de sua saída do Iron Maiden, e da construção de uma carreira solo
respeitável, Blaze não consegue se dissociar da imagem – para
alguns injustamente vista como um estigma – de vocalista do Maiden em
um período em que banda teve menor expressão.
Mas ele não se incomoda com isso, e nem se esforça para que as coisas
sejam diferentes. “Só tenho boas lembranças do período em que estive
com o Iron Maiden, e me orgulho dos discos que gravei com eles (The
X Factor e Virtual XI). Agradeço a vocês por me considerarem parte da
história dessa incrível banda”, disse o músico durante a apresentação.
Blaze esteve no Brasil apresentando a turnê acústica The King of
Resistance, ao lado do violonista Thomas Zwijsen, criador do projeto
Nylon Maiden, um disco com músicas de várias fases do Iron Maiden
interpretadas no violão. Com a dupla também estava Anne Bakker, que
acrescentou violino aos novos arranjos acústicos do show, cujo repertório
passou pelas várias fases da carreira de Blaze.
Confira a entrevista que Blaze Bayley concedeu à Collector´s Room.
Como o público está recebendo esse projeto acústico?
Eu fiquei conhecido pelo heavy metal, mas todos os meus fãs estão muito
interessados em meu projeto acústico. Estão demostrando que gostam,
estão indo aos shows, e a recepção no Brasil está sendo muito boa.
Recebo muito apoio dos fãs brasileiros.
De que forma você percebe esse apoio?
O Brasil e a Espanha são os dois países onde os fãs realmente abrem
seus corações à Blaze Bayley. Dizem: “ok, vamos ver o que ele tem a
mostrar”. Em vários outros lugares as pessoas são mais reservadas.
Desde que eu vim para o Brasil pela primeira vez fui recebido muito bem.
Aqui é uma espécie de segunda casa.
Recentemente você gravou um EP com Thomas. Acha que o projeto pode
evoluir para um disco?
Eu não sei. O que houve foi que o convidei para uma turnê acústica
pela Inglaterra, em alguns clubes pequenos, esse foi o começo. Não
tivemos grandes públicos, mas grandes reações. Foi assim que surgiu o
EP (Russian Holiday); as pessoas nos diziam no fim dos shows que se
trouxéssemos uma gravação elas poderiam comprar. Eu até gostaria de
gravar um disco com nosso material acústico, pois Thomas produziu bons
arranjos para o Nylon Maiden.
Tenho muitas canções em meu catálogo desde que deixei o Iron Maiden,
e algumas dessas músicas eu apresento na turnê, assim como as do
Maiden. É uma forma diferente de fazer as coisas. Hoje canto de uma
maneira diferente, canto como um homem com experiência de vida.
Quais são as melhores lembranças de sua fase com o Iron Maiden?
Eu acho que foram os pequenos shows que fizemos, e obviamente
o Monster of Rock em São Paulo (1996, estádio Pacaembu). Nesses
primeiros shows eu me senti parte do Iron Maiden, sentia aquela energia
que envolvia a banda, e isso era muito legal.
Hoje como é sua relação com os outros membros da banda?
Eu gravei meu disco mais recente, The King of Metal, de graça no estúdio
de Steve Harris, em Essex. Pedi a ele se poderia usá-lo e ele me cedeu. A
maior parte do disco foi masterizado lá. Então eu diria que é uma relação
muito boa, sinto algo muito positivo em relação à banda, e espero que isso
seja recíproco.
(texto e fotos por Nelson Júnior)
Fonte: http://www.collectorsroom.com.br/2013/01/entrevista-exclusiva-batemos-um-papo.html