[PROFILE] - Dave Murray (PARTE 2)

Créditos : Aghata Murray (Orkut)

Logo depois pintou outro "um tipo de banda meio doida de punk", chamado The Secret. "Eles já eram um pouco mais profissionais" Dave relembra "eles tinham um empresário, um contrato com gravadora, e pareciam conseguir fazer bastante shows, então eu fiquei com eles." Mas apesar de ser considerada 'punk', Dave não teve que cortar seu cabelo: "Na realidade eles eram uma mistura de estilos - aqueles eram os primórdios do punk, que também tinham um pouco glam, eu acho. Mas foi grande porque eu acabei gravando um compacto com eles. A música era 'Café De Dance' e saiu através de um selo independente tão obscuro que eu nem me lembro o nome agora, mas sei que foi lançado em 1975. Então eu vou sempre me lembrar do The Secret. Foi a primeira vez que eu tive a oportunidade de entrar num estúdio de gravação de verdade e eu realmente adorei isso."

De qualquer modo Dave deixou o The Secret pouco depois do compacto ter sido lançado. Isso ocorreu depois dele encontrar duas figuras interessantes que buscavam um guitarrista: uns certo Dennis Wilcock (com quem já tinha tocado em outra banda, o Warlock) e um novato chamado Steve Harris.

Harris: "A primeira vez que encontrei Dave Murray foi quando ele veio a um teste. Ele já tinha estado numa banda com o Dennis Wilcock, chamada Warlock - não a banda alemã que aparecia nos anos 80, mas só outro bando local do East End. Dennis estava muito impressionado com a técnica do Dave e o chamou para um teste para o Maiden. E ele foi fantástico, quer dizer, ele realmente arrebentou!"

Naquele tempo a banda estava usando o trailer de um namorado da irmã de Steve, Linda, que o tinha emprestado para que pudessem fazer testes dos novos membros. "Eles tinham este trailer no campo e Nick Lideye (namorado de Linda) disse: 'Vocês podem usa-lo para testes se quiserem'. Então o Dave veio para uma demonstração e o arrastamos por aquele campo barrento até o trailer. Mas depois que ele tocou nós falamos na hora: você está contratado. Eu me lembro que nós o pusemos para tocar 'Prowler' e ele nos deixou de queixo caído. Totalmente! E nós dissemos: 'É isso aí, você está na banda!'

Dave Murray também correspondeu: "Tão logo eu comecei a tocar com o Steve eu vi que era isso que eu queria, realmente. Eu tinha encontrado a banda que tocava o tipo de música que realmente eu amava, então não havia mais volta."

Naquela época a banda ficou com apenas um guitarrista durante um bom tempo, logo após a saída dos dois membros originais, Sullivan e Rance. Steve Harris: "Dave chegou e era tão bom que ele podia dar conta do recado sozinho. Ele era um desses caras que podia tocar com os dentes, sabe? E isso se tornou parte de sua performance - tocando a guitarra com os dentes, jogando ela nas costas, tocando ela de cabeça para baixo, ele podia fazer tudo! - Nós pensamos em conseguir outro guitarrista eventualmente, para as harmonias e coisas assim, mas nós éramos capazes de segurar a onda como um trio com um vocalista por algum tempo, e nesse ínterim boa parte das harmonias eu fazia no baixo."

Mas haveria um problema no caminho. Embora impressionado com o estilo de Dave tocar, alguns meses depois houve uma briga entre Dennis e Murray, instigada pelo então segundo guitarrista Bob Sawyer. Dave conta com detalhes:

"Eu estava na banda há apenas alguns meses. Bob pegou algumas declarações minhas fora de contexto, foi até o Dennis e disse 'Olha, o Dave disse tal e tal coisa sobre você'. Quer dizer, ele disse tudo errado! E não havia nenhuma animosidade entre mim e o Dennis, mas o Bob foi lá e fez a fofoca e deixou o Dennis puto. Então Dennis veio até mim para umas palavrinhas comigo, eu nem me lembro mais o que era - algo patético, alguma coisa que você diz quando tomou umas e outras e fica meio bobo, você sabe. Mas o Bob fez daquilo uma tempestade em copo d'água. Então eu me lembro de receber um recado de ir até a casa de Steve para uma reunião."
Dave foi ao encontro no seu velho carro, um Mini. Tão velho e alquebrado que pegou fogo no caminho e só não foi destruído porque Dave mantinha um pequeno extintor de incêndio à mão, porque "mais cedo ou mais tarde eu sabia que isso ia acontecer. Meu carro não tinha nem limpador de para brisas! Então eu estava usando o extintor na traseira - fogo de verdade - e ficando coberto de fumaça e óleo. E aí eu chego até a casa do Steve assim, coberto de merda, e a primeira coisa que ele diz é: 'Bem, eu sinto muito, mas você está despedido.' E eu só pude dizer um 'Oh'. Mas eu sabia que não era do Steve que a decisão estava vindo e sim do Dennis.”

"Então eu voltei para o Mini queimado e me mandei. Foi um momento horrível, sério. Quer dizer, eu fiquei muito puto de ser chutado da banda, ainda mais depois de quase me queimar todo no carro e fiquei pensando 'O que mais pode dar errado?' Eu acho que eu fui para casa e enchi a cara. Ser chutado de qualquer lugar já é muito ruim, mas porque eu acreditava muito na banda e a amava tanto, ser chutado do Maiden foi muito sofrido. Eu não sabia o que ia fazer."

O que Dave fez foi se juntar a outra banda que começava a despontar no mesmo circuito do East End que fazia a fama do Iron - o Urchin. Liderada pelo seu antigo amigo Adrian Smith, o Urchin, segundo as palavras do próprio Dave, "Não era tão pesado quanto o Maiden, mas eles definitivamente eram roqueiros, e era algo assim como a melhor coisa depois do Maiden naquele tempo." Relembra ele: "Adrian estava cantando e tocando mais guitarra base e eles estavam procurando um outro guitarrista. Então o que aconteceu foi que eu cheguei bem no momento oportuno. Isso foi menos de uma semana depois de ter sido despedido do Maiden e fomos então direto ao mesmo esquema de pubs que eu estava fazendo no Iron. E foi nessa época que fizemos aquele compacto."

O Urchin tinha assinado como pequeno selo DJM, que previa dois compactos mais uma opção de um LP. Seu primeiro single 'Black Leather Fantasy' já tinha sido gravado, mas ainda não tinha sido lançado. Valentemente a banda voltou aos estúdios com Dave para fazer o segundo, que tinha o título de 'She's a Roller', que só chegaria nas lojas em 1980. "Não é o melhor disco que você já ouviu na sua vida, coloque desta forma", diz hoje Adrian Smith, "Mas eu ainda estou orgulhoso dele. Você pode ouvir o Dave e eu tocando muito bem nele. "



"E a coisa toda era, você sabe - eu e Adrian - havia uma grande amizade entre a gente que existia desde que tínhamos uns 15 anos, e tinha um compromisso de lealdade também por causa da banda, mas eu disse sim na hora. Quer dizer, eu não tive nem que pensar a respeito, eu apenas falei 'Claro, vamos!' Foi a minha reação do momento. Ao mesmo tempo eu sabia que estava sacaneando com o Adrian, mas essa era a firmeza que eu sentia em relação ao Steve e ao Maiden. Por causa das canções, da atitude do Steve, do direcionamento e a clareza da coisa toda, mesmo naquela época. Então, apesar de minha lealdade ao Adrian, eu concluí que a coisa mais importante era estar na banda em que eu realmente acreditava."

Contar a novidade para Adrian foi, ele admite com um sorriso torto, "realmente bastante esquisito". Ele resolveu contar para outro membro da banda primeiro, "Porque eu não tinha coragem de falar com direto com o Adrian. Porque eu não queria prejudicar nossa amizade, eu sutilmente deixei escapar uma pista para o baixista, Alan Levitt, de que eu iria sair e ele ficou realmente infeliz com isso. Então ele contou pro Adrian e foi assim que aconteceu"

A banda propriamente dita não sentiria tanto no final das contas, já que havia outro guitarrista, Andy Barnett - que ocasionalmente tocava com eles - de olho no posto. Então "a coisa não ficou tão ruim para o Urchin assim, não era nada que eles não pudessem seguir em frente. Nós permanecemos amigos e não tivemos qualquer tipo de briga ou coisa parecida."

Adrian na sua versão: "Eu acho que seu coração sempre esteve com o Maiden, mesmo depois deles o terem despedido, mas nós não ficamos nada felizes quando ele saiu, pra começo de conversa. (quando ele deixou o Urchin) Nós todos fomos até sua casa - a banda inteira e os roadies - e ficamos por perto tentando fazê-lo ficar se sentindo culpado, mas isso não funcionou. Pelo menos não o suficiente para que ele mudasse de idéia. Eu acho que ele se sentiu péssimo nos deixando, mas o Dave é assim, sabe? Ele não estava fazendo aquilo por razões mercenárias. Ele genuinamente preferia o tipo de som que o Iron estava fazendo. Então eu tinha que dizer pra ele 'tudo bem', você sabe. Você está seguindo seu coração."
O novo Iron começaria dali, e Steve jamais deixaria Dave sair do barco. Tinha aprendido com o erro.


Entre seu hobbies principais podemos destacar as partidas de Golf, mas ao contrário de Bruce e Steve ele nunca foi chamado para nenhuma equipe profissional.
Quando não está gravando ou tocando com o Maiden, Dave Murray vive na exótica ilha de Maui, no Havaí com a californiana Tamar, sua esposa, e Tasha, sua filha, nascida em 1991.

Casamento de Dave com Tamar
Nathalie(esposa do Adrian), Tasha e Tamar
Dave e Tamar


ESTILO
• No que diz respeito à técnica, as ligaduras são as principais ferramentas de seus solos.
• Com relação à harmonia, as músicas do Iron usam muito os acordes Im, bVII e bVI graus, por exemplo, em uma música em ré menor (como Fear Of The Dark), os acordes seriam Dm, C e Bb. Basta pegar o acorde de primeiro grau (Dm), descer um tom para achar o bVII (leia-se sétimo grau abaixado, que será C no nosso exemplo) e depois descer mais um tom para achar o bVI (leia-se sexto grau abaixado, Bb no nosso exemplo). Estes acordes sempre aparecem em músicas do Maiden ainda que em outros tons como, por exemplo, The Trooper, 22 Acacia Avenue, Wratchild, Wasting Love e muitas outras.

• O fator mais marcante, que é a principal influência do Iron para o heavy metal mundial é a "harmonização" das suas melodias em terças, a famosa "dobra" do Iron. Para se fazer as terças proceda da seguinte maneira: 1-escolha a melodia; 2-confira as notas que são usadas nela, por exemplo, suponhamos que seu solo use as notas E, F#, G, D, C e A; 3-verifique o tom e a escala usada para se fazer o solo, no nosso caso foi usado a escala de Sol Maior; 4-ache as terças de cada nota, estas terças podem ser acima ou abaixo. É muito fácil achar a terça de uma nota, pegue a escala G A B C D E F# G, para se achar a terça de uma nota basta pular a seguinte e a próxima nota é a terça dela, por exemplo, a nota G, para achar a terça dela pule a seguinte, a nota A e a próxima nota, B é a terça. Para achar a terça abaixo, faça o mesmo procedimento, mas ao invés de subir a escala, você deve descer. A terça abaixo de G seria E. Tente descobrir as terças das outras notas da melodia, procure as terças acima e abaixo. Na hora de tocar, você tem que escolher entre uma ou outra e a melhor ferramenta para escolher entre as duas é seu ouvido. Normalmente, em uma melodia, quando se usa um tipo de intervalo (terça acima, por exemplo) mantém-se este intervalo até o final. Isto não é regra, mas acontece na maioria dos casos. As dobras podem usar outros intervalos também como quartas, quintas, etc... e não precisam seguir, necessariamente, uma escala. Algumas melodias usam notas de várias escalas. Por isso, como já disse, use seu ouvido para decidir entre as notas. Mas começar pelas terças em uma só escala é um bom exercício para treinar seu ouvido e seu raciocínio. Tente! Quanto à nossa melodia, as terças daquelas notas seriam G, A, B, F#, E e C.




Sobre Padro Soriano

Padro Soriano

2 comments:

  1. Incrível esse tópico, adorei esse ESTILO, com aquele tutorial no final, show de bola.

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  2. Perfeito ......principalmente o tutorial de escalas...\o/\o/\o/

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