“Acho que os cantores tendem a ser um pouco inseguros!”: O líder do Iron Maiden, Steve Harris, relembra como ele arriscou tudo ao mudar o vocalista da banda
O baixista do Iron Maiden, Steve Harris, diz que demitir o vocalista Paul Di'Anno e substituí-lo por Bruce Dickinson foi uma das decisões mais difíceis que ele já tomou. E ele admite que estava preocupado que mudar os vocalistas pudesse atrapalhar a carreira da banda.
Em entrevista ao MusicRadar, Harris relembra como decidiu fazer essa mudança no verão de 1981.
“Tínhamos um álbum número quatro com o primeiro álbum”, ele diz, “e o segundo álbum chegou ao número 11 ou algo assim no Reino Unido. Então já estávamos indo muito bem.”
Em turnê, no entanto, o gosto de Di'Anno por festas se tornou um problema. Alguns shows foram cancelados depois que Di'Anno perdeu a voz.
Harris acredita que Di'Anno tinha uma tendência autodestrutiva.
“Se isso é verdade ou não, eu não sei”, ele diz, “mas essa é a sensação que eu tive com ele. Eu acho que cantores tendem a ser um pouco inseguros de qualquer maneira. Nem todos eles, mas muitos deles são, e eles disfarçam isso com bravata.
“Estávamos viajando muito e Paul estava resistindo a muita coisa. Ele ficava puto metade do tempo porque o fazíamos fazer coisas com as quais ele não se sentia confortável. Então, havia um pouco disso acontecendo.
“E ele fazia coisas estúpidas só para nos irritar. Mas esse era Paul. É só o jeito que ele era.”
Antes de Di'Anno ser demitido, Harris já havia identificado o vocalista que substituiria Di'Anno. Bruce Dickinson era o vocalista do Samson, uma banda que surgiu ao lado do Iron Maiden na New Wave of British Heavy Metal.
Mas quando a mudança foi feita, Harris teve dúvidas. “Depois de todo aquele trabalho duro que fizemos, eu estava pensando: 'Será que tudo vai por água abaixo, porque tivemos uma mudança de vocalista, não importa o quão bom Bruce seja?'”
Com Dickinson a bordo, a banda gravou um novo álbum que com o tempo se tornaria lendário - The Number Of The Beast. Mas no início de 1982, enquanto se preparavam para uma turnê pelo Reino Unido, as dúvidas de Harris permaneceram.
“Sabíamos que era um álbum forte”, diz Harris. “Sabíamos que tínhamos boas músicas lá, mas ouvi outros álbuns que foram realmente bons ao longo dos anos e não venderam muito - outras bandas que caíram no esquecimento. Então não havia garantias de forma alguma.
“Não sabíamos se venderíamos muitos ingressos. Então foi emocionante, mas preocupante ao mesmo tempo.”
No fim das contas, a turnê Beast On The Road foi um triunfo, e depois disso o Maiden nunca mais olhou para trás.
“A turnê inteira foi incrível”, ele diz. “Estávamos tocando coisas que os fãs não conheciam, porque o álbum ainda não tinha saído. Ele não saiu até o fim da turnê, foi um momento meio louco, louco, tentar lançar a coisa.
"Então lançamos um single só para termos algo para lançar. Nós apressamos Run To The Hills, e ele foi incrivelmente bem."
Run To The Hills chegou ao 7º lugar na parada do Reino Unido. O álbum foi para o 1º lugar.
“Bruce nos levou a um nível diferente”, diz Harris agora. “Eu realmente acho que ele fez isso, embora na época não soubéssemos se esse seria o caso.”
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