Nos dias 29 e 30 de Abril no Memorial da América Latina o festival alemão com mais de duas décadas de história fez sua estreia aqui no Brasil. Com uma proposta de realizar um festival aos moldes do estilo europeu, a produção teve muitos acertos e conseguiu criar um ambiente agradável, cheio de conteúdo e, claro, muita música. Abaixo segue minha visão a respeito, levando em consideração minha experiência de já ter ido ao Wacken 2019, 2022 ( e irei em 2023 MAIDENNN HAHAHA) , bem como ao SummerBreeze alemão em 2019. Minha expectativa era alta para ver a versão Brasileira e me surpreendi positivamente.
Sábado 29/04:
Tivemos boas surpresas no primeiro dia como a apresentação do Benediction, o quarteto britânico que conta com a volta do frontman Dave Ingram desde 2019 estava cheio de energia e não se intimidou com o sol apesar de terem subido no palco ao meio-dia. Marc Martel que interpreta a voz de Freddie Mercury no filme Bohemian Rhapsody também animou o público com um repertório cheio de clássicos do Queen.
A banda norte-americana Skid Row subiu ao palco às 15:15 e fez um show impressionante, cheio de clássicos e músicas do seu novo álbum “The Gang’s All Here”. O vocalista Erik Grönwall esbanjou carisma e potência vocal e mostrou porque é considerado por muitos o melhor frontman de sua geração no hard rock.
E claro, o headliner da noite, Blind Guardian, fizeram um show completo tocando vários clássicos da banda e contando com um público imenso, cheio de animação e cantando todas as músicas.
Bandas que também vale se destacar do primeiro dia são:
Crypta: fez um show ótimo (apesar de alguns problemas no som) e mostrou porque é uma das grandes bandas brasileiras da atualidade com um show muito bem ensaiado e cheio de carisma.
Sepultura: mostrando toda a segurança de uma banda consagrada e cada vez melhor e mais segura da sua “nova” fase graças a adição de Eloy Casagrande, um gigante na bateria.
Lamb of God: subiu ao palco logo após o Sepultura e manteve a energia em alta.
Accept: um dos melhores shows do dia, cheio de clássicos tanto da fase Udo quanto da nova fase, não decepcionaram, porém, estavam num palco menor e com menos estrutura, o Sun Stage.
Domingo 30/04:
Já no segundo dia começamos com Krisiun mostrando porque é referência no death metal brasileiro, logo seguindo de Grave Digger que fez um show digno do tamanho da banda e de sua história, ninguém ficou parado.
H.E.A.T em sua primeira vez no Brasil entregou de tudo no seu show, todos os membros da banda demonstraram estar muito felizes e até surpresos com o carinho do público, que cantou todas as músicas.
Os destaques do dia foram as bandas de Thrash Metal Testament e Kreator. A primeira fez um show seguro de si, porém com um repertório que poderia ter sido melhor escolhido, talvez pela recente adição do baterista Chris Dovas; já o Kreator fez um show impecável tanto em som quanto produção levando o público a loucura, inclusive com Walls of Death.
Avantasia fez um show digno de um espetáculo. O projeto (que hoje em dia é mais lembrado que o Edguy) de Tobias Sammet fez jus a toda a produção e quantidade de membros no palco, entregando uma verdadeira festa, cheio de clássicos e coros para o público cantar junto.
A última banda a subir nos palcos principais, Parkway Drive fez um show impecável, tanto em som quanto em produção, mostrando porque já é headliner em grandes festivais pela Europa. O público presente era bem menor, porém ainda animado.
Outros destaques do dia:
Beast In Black: com seu heavy metal animado e cheio de refrões marcantes animou o público.
The Winery Dogs: fez um show tecnicamente consistente, uma banda cheia de músicos renomados e técnicos. Além disso, não deixou de ser uma verdadeira celebração ao Rock N’ Roll.
Napalm Death: uma ótima pedida para os fãs de música extrema e mostrou porque tem mais de 40 anos de carreira. Detalhe para o espaço que estava quase impossível de se movimentar, pois tocaram no Sun Stage, mesmo do Accept e Stratovarius.
Falando em Stratovarius, a má escolha de colocar certas bandas para o Sun Stage se tornou mais evidente ainda quando o grupo se apresentou nele, fechando a noite. Era impossível se movimentar e o público já estava se aglomerando até próximo ao começo da passarela que ligava aos palcos principais ou, no fundo, já próximo aos stands. Mas certamente isto será revisto pela produção para a edição 2024 ( a produção sempre foi solicita em suas mais diversas formas no festival era nítida a boa vontade em ajudar a todos os presentes!). Porém, a banda fez a sua parte e entregou um show pra fã nenhum do estilo Power Metal botar defeito, tocando clássicos como “Black Diamond” e “Hunting High and Low”.
Além das atrações musicais o festival contou com várias outras opções para se passar o dia no evento. Estavam presentes vários food trucks espalhados por todo canto, Summer Lounge (este com valor de ingresso mais caro, porém com direito a open bar), área kids, stand e competições de tattoo, horror expo e um quarto palco, onde vale se destacar as apresentações fechadas de: Apocalyptica, Vixen e Evergrey, todos agitando o público e os fazendo levantar das cadeiras.
Com mais de 30 bandas musicais espalhadas pelos dois dias e quatro palcos, a estreia do Summer Breeze no Brasil só pode ser considerada mais que positiva. Bom público, evento bem organizado e sem grandes atrasos, boas atrações e experiências adicionais. Alguns pontos poderiam ser revisados e melhorados para uma próxima edição, como a seleção de bandas para seus respectivos palcos e alguns outros detalhes. Mas a boa notícia é que a edição 2024 já foi anunciada e esperamos que o Summer Breeze tenha vindo para ficar no nosso país e só melhore cada vez mais!
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