Aos 64 anos, o cantor britânico Paul Di'Anno realiza uma maratona de shows pelo Brasil desde janeiro. São 31 apresentações em 44 dias. Nesta quinta-feira (23), a The Beast Resurrection Tour desembarca em Porto Alegre. Di'Anno sobe ao palco do Teatro CIEE (Rua Dom Pedro II, 861) às 22h, com abertura das bandas Electric Gypsy e Noturnall, a partir das 20h (veja detalhes ao final do texto).
Di'Anno foi vocalista do Iron Maiden entre 1978 e 1981. Depois, deu lugar a Bruce Dickinson, com quem a banda virou uma gigante do metal. Di'Anno participou dos clássicos discos de estúdio Iron Maiden (1980) e Killers (1981), que fazem parte do repertório do show, e do EP ao vivo Maiden Japan (1981).
O cantor tem se locomovido por cadeira de rodas há mais de sete anos por conta de uma fratura no joelho. Aliás, em 2021 foi feita uma vaquinha para ele realizar uma cirurgia na região, o que ocorreu no ano passado. Porém, um produtor relatou ao site IgorMiranda.com.br que o tratamento precisava continuar, então surgiu a ideia da turnê. É a primeira série de shows do músico em oito anos.
Para Di'Anno, o Brasil é uma segunda casa. Até torcedor do Corinthians ele é. Em publicação no Instagram, o cantor revelou ter planos para morar no Brasil e na Grécia — metade do ano em cada país.
Em entrevista a GZH, Di'Anno falou sobre a turnê e seus planos para o Brasil.
O que você prepara para Porto Alegre?
Como em todas as cidades até agora, farei o meu melhor. O set list é sempre o mesmo, exceto que às vezes mudamos a ordem das músicas. Darei 100% de mim, e minha banda também. Além disso, o apoio dos fãs não falhou até agora. Quando estas duas energias se juntam, o show é memorável. A base de fãs em sua cidade sempre foi grande, então não tenho dúvidas de que isso irá se repetir.
O que o motivou a fazer uma turnê de 31 shows em 44 dias no Brasil? Não é cansativo?
O Brasil é um mercado enorme e acredito que havia espaço para uma turnê até mais longa, mas agora estou no limite da minha resistência. É preciso considerar que alguns meses atrás eu tive uma operação muito complicada. Depois de oito anos sem me apresentar, esta turnê é um verdadeiro lembrete do que eu estava perdendo. A energia que recebo dos fãs todas as noites é tão importante quanto o aspecto financeiro da turnê. Ambos são muito importantes para a finalização da minha reabilitação e o momento em que finalmente irei andar. Espero que seja rápido.
Como você tem se sentido no palco? Quais são as dificuldades?
Eu tenho mil motivos no palco para não me apresentar. Quando estou em uma cadeira de rodas, ninguém pode me ver, exceto as primeiras fileiras. Não consigo cantar tão bem quanto poderia. A maioria das casas de shows no mundo não é construída para artistas com deficiência. Por tudo isso, precisamos improvisar sem parar. Cada apresentação é uma nova batalha, mas é exatamente por isso que não quero desistir. Todos nós trabalhamos juntos para superar todos os obstáculos, e cada novo show realizado é uma nova celebração de nossa perseverança.
Você pretende morar no Brasil?
Sempre considerei o Brasil minha segunda casa. Muitas vezes disse isso publicamente no palco. Meu desejo é ficar aqui após a turnê e terminar minha reabilitação. Se conseguir resolver logisticamente minha estadia, eu o farei.
Quais são seus projetos para este ano?
Existem muitos projetos, mas alguns ainda estão em andamento e não tenho permissão para falar sobre eles. No entanto, acabei de gravar um álbum com minha nova banda da Croácia, Warhorse, e o álbum é fantástico. Se tudo sobre minha saúde correr como esperado, você poderá ver Warhorse no Brasil no outono deste ano.
Que tipo de música ainda o emociona e inspira?
É difícil responder, pois eu gosto tanto de Depeche Mode quanto de Erasure. Ou Exploited e Ramones. Ou Judas Priest e Metallica. A música, se for boa, não tem limites.
Paul Di'Anno - The Beast Resurrection Tour
Nesta quinta-feira (23) no Teatro CIEE (Rua Dom Pedro II, 861).
Shows: Electric Gypsy (20h), Noturnall (21h) e Paul Di'Anno (22h). Abertura da casa: 19h.
Classificação: 18 anos. Menores deverão estar acompanhados de pai ou mãe (pagante).
Ingressos: a partir de R$ 150 (solidário, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível) pelo site Clube do Ingresso.
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