Os 40 anos da marca da besta e sua importância para a história da música

 




Somente nessa manhã de chuvas de 23 de março de 2022 é que estou tempo de sentar e fazer as devidas homenagens ao quarentão The Number of the Beast. E enquanto estou aqui na zilionésima audição dele ao longo de minha jornada dentro do Heavy Metal, estou escrevendo essas linhas, as quais não será uma resenha destrinchando aspectos técnicos e musicais. Isso já vem sendo feito desde aquele longínquo 22 de março de 1982. Minhas palavras trarão minha ótica sobre a importância desse trabalho não somente para o Iron Maiden ou para o Heavy Metal, mas sim, para todo o universo musical.


Primeiramente irei trazer um contexto da época. Em 1981, já era possível afirmar que o Iron Maiden era um gigante do Heavy Metal ao nível mundial, graças ao sucesso dos dois primeiros álbuns e da excelente turnê mundial de Killers. E uma parcela desse sucesso deve ser creditada a Paul Di'Anno, que com sua potente voz e carisma arrebatou fãs nos quatro cantos do planeta. Mas nem tudo era flores, e problemas com Paul acarretaram sua demissão. Um mal necessário naquele momento para um grupo que estava em plena ascenção e não podia vacilar um milimetro.


Rezam as lendas que Steve Harris já tinha o esboço de algumas peças de The Number of the Beast já ali no final dos anos 70. E isso me faz lembrar a história pela qual James Cameron não fez a sequência de Exterminador do Futuro ainda ali nos anos 80. Ele já tinha a concepção do famoso T-1000, mas não tinha a tecnologia necessária para criá-lo. Steve já estava de olho em Bruce Dickinson há um bom tempo, e observava no cantor, a "tecnologia" necessária para a concepção dessas antigas ideias.



Sem nenhum desmerecimento para com Paul Di'Anno, mas a verdade é que Bruce Dickinson trouxe novas e interessantes possibilidades de composição, devido obviamente ao seu maior alcance vocal. Contudo, ele nem era de longe o favorito para a vaga, e havia uma revolta dos fãs pela saída de Paul. Mas os shows de aquecimento ocorridos em outubro, novembro e dezembro, inicialmente na Itália, com as demos, mostraram que a escolha foi um daqueles tiros perfeitos que só acontecem uma vez na vida.


The Number of the Beast soa como um álbum de transição, ou seja, o ouvinte consegue captar elementos dos dois primeiros álbuns, bem como indícios do que a banda iria fazer já nos anos seguintes. É o trabalho que colocou de vez o Iron Maiden no patamar das lendas da música (embora esse patamar subisse dois anos mais tarde, mas é papo para outro texto), possibilitando assim que eles virassem a maior referência naquele momento, onde jovens enlouquecidos com aquele trabalho decidissem também seguir na música. Se o álbum impressiona pela qualidade ainda hoje em 2022, imaginem em 1982?


Vida longa a The Number of the Beast! Não há dúvidas que por mais quarenta, cinquenta, sessenta anos, o trabalho será eternamente lembrado como uma das obras primas da música!


Sobre Alexandre Temoteo

Alexandre Temoteo

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