Sim, é verdade. Esta semana vamos abraçar as histórias à volta do Paul Dianno. Muitos a conhecem mas sempre vale a pena relembrar. Uma história de jovens ingleses que estavam na hora certa, no local certo, na fase certa de um mundo em efervescência cultural x revoltas trabalhistas, resultantes das crises pós guerra que se arrastavam em décadas no Reino Unido. Um Reino Unido monarquista que não sabia como se reerguer socialmente com uma mundo pós Segunda Guerra Mundial. Cheio de problemas urbanos, mas com um monstro artistico a nascer, algo tão forte que daria origem ao melhor do século XX: O Rock inglês.
Enquanto na América, os Estados Unidos gritavam pelas ancas de Elvis Presley, e na Inglaterra os 4 cabelos de "cuia" de Liverpool faziam o iêiêiê, alguma coisa estava em formato de embrião, uma nova tendência iria surgir, uma nova fase ia nascer. Os Rolling Stones já tinham dado a nota, e seriam o grande intercâmbio cultural: Foram eles que trouxeram novos temperos para a Inglaterra, com as influências da guitarra norte americana.
A rebeldia alucinógena dos anos 70, hippie, progressivo e com influencias também na música jamaicana, com uma juventude farta de leis, regras e dificuldades financeiras; e que se vê uma sociedade econômica em colapso, fez outra vez, a arte mais pura nascer inevitavelmente dos guetos.
E deles veio o gótico, o dark, o som barulhento de guitarras do rock, o anti sistema dos The Clash e finalmente, aquilo que os jornalistas da Sound e da Kerrang chamariam de The New Wave of The British Heavy Metal. Inglês, puro, rápido e barulhento. Muitas bandas começaram a fazer, mas havia qualquer coisas nas composições de Steve Harris e Dave Murray que eram cruas, rápidas e ao mesmo tempo inevitavelmente melodiosas. E na excasses tecnologica e táo ingênua, a fantasia virou sonho, o sonho foi se realizando...Harris largou o futebol; era preciso escolher uma paixão, e dedicar toda uma vida à ela.
Depois de Harris criar sua banda de garagem e tentar contratar membros para crescerem com eles, Paul surgiu depois que Wilcock tentou fazer a banda ser um espetáculo teatral. É claro que todos contribuíram para que o Iron Maiden fosse o que é, e não há dúvida que todos sabem que o Eddie de Derek Riggs, e a cabeça que soltava fumaça atrás do palco enquanto Dennis fazia sua representação, já eram prenuncios de que a banda ia ser mais que um grupo musical mas um ícone, uma marca, uma identidade por toda a sua vida. Mas Paul trouxe algo seco, rude e absolutamente irresistível que só a raíz de uma cultura é capaz de fornecer.
Paul caminhou à sua maneira, dedicou-se do seu jeito, fez a sua história curta mas duraram anos suficientes para se tornar eterna influência para headbangers em todo o mundo, Seu jeito de vestir, sem churumelas, do jeito que chegava ia pro palco e atuava e uma verdade tão absoluta que os outros membros simplesmente se integraram. Muitos shows e muita história acompanhou a producao tão barata do primeiro disco do Iron Maiden.
O cartão de visita "The SoundHouse Tapes" têm apenas 5000 unidades no planeta. Aonde será que está o meu? Eu juro que em todo país da Europa que vou, especialmente na própria UK, nunca encontrei um vestigio sequer, mas ainda sinto que vou encontrá-lo numa feira das pulgas, de uma pessoa qualquer que não sabe o valor dessa relíquia.
video: Iron Maiden 1980 (Ruskin Arms)
O lançamento do primeiro disco do Iron Maiden já foi com sua precariedade técnica, o que não foi por falta de tentativas do titio Harris em tentar melhorar os produtores musicais. Gravado em Londres, o disco tem a presença de Dennis Stratton que durou o tempo da tournê. Clive Burr tem seu brilho, como alguém inesquecível e também capaz! A critica fica espantada com a performance do Iron Maiden, especialmente a imprensa musical da Sound, e assim nasce o verdadeiro embrião do Iron Maiden e da música Heavy Metal. Um Eddie ainda meio punk, representava seu vocalista de alguma forma.
CAPAS DE REVISTA
OUÇA UM SOM GRAVADO NA ÉPOCA:
Iron Maiden - 1979 11.14 BBC Studios, London, England, UK (FULL)
Sobre Verônica Mourão
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