BRUCE DICKINSON: Entrevista , entrevista e mais entrevistas em meio a promoção da sua autobiografia

Em entrevista para o Irish Times, Bruce Dickinson foi provocado pelo entrevistador a comentar a contradição de ter estudado em Oundle, um internato muito prestigiado na Inglaterra, destinado especialmente às pessoas de classe média, e ter se tornado um vocalista de Heavy Metal, gênero que seria mais popular entre homens das classes sociais trabalhadoras e consideradas "alienadas".

"Não tenho muita certeza sobre isso. Não acredito que seja possível alocar qualquer estilo de música a uma determinada classe social. Você imaginaria que o punk fazia parte de uma classe extremamente trabalhadora, mas, na verdade, estava repleto de pessoas ricas em muitas bandas punk. No topo de várias bandas punk, estavam diversas pessoas de classe média ou anarquistas aristocratas. Também tinha uma participação justa das pessoas da classe trabalhadora. Evito guerra de classes, pois é besteira. Pessoas são pessoas. De onde elas vêm, bem como seus antecedentes, são características muito variadas. O dinheiro não deveria entrar nisso, a menos que essas pessoas queiram".

Ainda na mesma entrevista, Bruce Dickinson foi questionado sobre o que ele achava dos dois primeiros álbuns do Iron Maiden, com Paul Di'Anno no vocal: "Iron Maiden" de 1980 e "Killers" de 1981.

"O álbum 'The Number of the Beast' foi aquele que de fato lançou a banda no cenário mundial. Os dois primeiros discos eram muito bons e foram bem sucedidos. 'Killers' particularmente é um de meus favoritos, ele tem o som que deveria ter saído no primeiro álbum. O lance é que Steve Harris queria Martin Birch, que produziu o 'Killers', já desde o primeiro disco, mas a banda ficou com medo de falar com ele pois achava que ele não se interessaria".

"Steve sempre lamentou a produção do primeiro disco. Ela não está no mesmo nível do 'Killers'. Ironicamente houve quem achasse que o Iron Maiden fosse meio punk por causa da produção ruim do disco de estreia (risos). Daí quando saiu o 'Killers', disseram que o Iron Maiden havia suavizado e refinado seu som. Mas a banda nunca foi punk. Steve odeia punk. Eu não odeio, mas não é uma coisa que mexeu muito comigo. Pra mim é um estilo que sofre da ausência de ambição em nível musical".



Em entrevista ao Full Metal Jackie, Bruce Dickinson falou sobre a sua visão de mortalidade desde que foi diagnosticado com câncer.

"A ideia de ter medo de morrer é bem simplória, pois isso vai acontecer, de alguma forma, em algum momento. Então, tendo pensado um pouco 'oh meu Deus, eu posso morrer', depois você dá um passo para trás e se pergunta: 'você se sente doente?'. A resposta é: não muito, pelo menos não agora. Não vou morrer amanhã, nem na próxima semana. Então, o que mudou? Não muito. Exceto que você tem essa doença e precisa tentar se livrar dela. O problema não está em morrer, mas, sim, em viver.

O fato de viver se torna ainda mais importante, porque foi incrível que quando tive o diagnóstico, eu fiquei surpreso. Não pensei que seria assim - achei que ficaria preocupado por nunca mais voltar a cantar. Mas, na verdade, eu não estava. Isso não me interessou minimamente.

Percebi que a vida e todos os aspectos dela, como crianças, família, levantar de manhã e ver o nascer do sol, cheirar as folhas no outono... tudo isso era mais precioso do que qualquer coisa a ver com trabalho ou algo do tipo. Acho que você deve tentar viver cada minuto".




Em entrevista à Vulture, Bruce Dickinson voltou a falar sobre os reais motivos pelos quais ele saiu do Iron Maiden em 1993. Confira alguns trechos:

"Quando saí do Iron Maiden, eu era muito duro comigo mesmo. Pensava que aquilo me limitava, era uma gaiola de ouro confortável, que me rendia muito dinheiro e eu poderia continuar reciclando nossa identidade, mas não queria fazer aquilo. A única forma que eu pensava ser possível crescer como cantor era fazer algo diferente - e só levaria isso a sério saindo".

"Assim que você sai da bolha, todos dizem: 'sempre quis chutar as bolas daquele cara'. Temporada aberta! Foi o que aconteceu comigo. Mas, ao mesmo tempo, eu pensava: 'foi por isso que você saiu'. Você dá um passo para o lado da caixa para ver o que está por fora dela".

"Talvez eu devesse fazer algo mais útil. Se você quer ser um artista, você não pode ficar descansando em seus louros. Deve fazer algo diferente. Não sabia o que fazer e é por isso que saí. As pessoas pensam que eu tinha um plano quando saí. Não, sem planos. Foi algo difícil para os caras da banda entenderem".

"Você não pode arar o mesmo solo. O público provavelmente ficaria feliz, embora ele, lentamente, diminuísse. A banda ficaria menos relevante e ficaria em uma bolha com o resto da comunidade metal. Não queria isso. Aprendi muito enquanto estive fora da banda. Eu estava bem melhor como vocalista quando voltei do que quando saí".

"Em 'Brave New World', toda a energia estava de volta. Tudo na banda havia mudado. Antes de sair, existiam aquelas pequenas lutas por poder. Quando voltei, foi tudo mais honesto. As pessoas dizem que o Maiden é como família, como se família fosse algo bom. Mas famílias não são necessariamente coisas boas. Aqueles organismos saíram do mesmo buraco, mas não é razão para eles se gostarem. Tudo isso de 'o sangue é mais grosso que a água'... desculpem, se o seu irmão é um c*zão, ele é um c*zão! Somos mais amigos agora do que nunca. Somos uma banda de irmãos nascidos da mesma mãe, que é o Iron Maiden".



Em entrevista para a Kaaos TV da Finlândia, o vocalista Bruce Dickinson revelou que já compôs metade do seu próximo álbum solo, e que o mesmo deve trazer uma nova versão de "If Eternity Should Fail", faixa que abre o mais recente disco do Iron Maiden, "The Book Of Souls".

"Eu só preciso conseguir algum tempo livre pra compor mais alguma coisa", diz Bruce, que explica ainda que a ideia original era que seu próximo trabalho solo fosse um álbum inteiramente conceitual, que se chamaria "If Eternity Should Fail", mas acabou acontecendo como em 1989 quando a música "Bring Your Daughter… To The Slaughter" acabou indo parar no repertório do Iron Maiden.

"Então, se eu fizer outro álbum solo, que eu acho que vou fazer, eu poderei apenas manter o meu plano original e ter a música como a faixa-título do disco. Digo, eu a escrevi - foi a primeira música que escrevi para ele. Então, sim, eu provavelmente ainda incluirei esta música. Mas seria… o sentimento seria meio diferente - não muito, entretanto - comparado com a versão feita pelo Iron Maiden".



Fonte: http://www.ironmaiden666.com.br

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