Tradução: Verônica Mourão
Quando Iron Maiden pegou estrada em fevereiro de 2016, a
banda parou em Las Vegas e começou a excursionar com o épico álbum duplo: The
Book of Souls. Desde aquelas iniciais datas americanas, o Maiden visitou mais
de 34 países, tocando pela primeira vez em
El Salvador, Lituânia e China.
A banda continua a ser notoriamente conhecida pela apresentação de um dos shows mais impressionantes do heavy metal, tanto em termos de desempenho quanto produção – Cada turnê do Maiden tem engendrado maneiras de entregar a melhor experiência possível aos seus fãs.
O guitarrista de
muito tempo da banda, Adrian Smith frisou numa conversa recente com o Weekly, que o que você ganha com o Iron Maiden é 100% genuíno.
"Não é uma máquina. Você vê hoje em dia bandas jovens
bem-sucedidas, e o som deles é incrível " diz ele "Mas se você
realmente ouvi-la, é quase como que feita pelo computador, é tudo muito
perfeito. Você só se pergunta se aquilo é real ou não é. Conosco é muito
real e sem usar nenhum truque. Você faz tudo com sangue e suor. É um lance de
verdade!"
Veja a entrevista completa:
W- Ouvindo coisas como “The Red and the Black”, canção do
seu último álbum, parece que seria realmente legal tocá-la ao vivo.
"Ela é totalmente incrível! Quero dizer, você tem que estar totalmente preparado para
músicas de 13 minutos [como essa]. É uma canção muito grande para se tocar ao vivo,
mas é bastante divertida ao mesmo tempo, e ela tem mudanças suficientes que a
tornam interessante. É certamente um desafio tocar todas as noites."
W- Com um álbum duplo novo e tantos sucessos antigos favoritos dos fãs,
deve ter sido um processo complexo escolher o set list para esta turnê.
Sim, para as músicas antigas, o conjunto da obra geralmente escolhe
por si mesmo. "Fear of the Dark" sempre foi popular ao vivo.
"Iron Maiden", nós sempre tentamos não tocar, mas não tem jeito. Acho
que tocamos ela em todo show que fizemos com a banda. Então, algumas músicas estão presentes por si só no setlist.
Da mesma forma para o álbum. Posso dizer que quando você está ensaiando e escrevendo
o álbum, tal música vai ser uma grande canção ao vivo.
W- Tem sido mais de 40 anos desde que o baixista Steve Harris
começou a montar a banda, e no ano passado da turnê,o Iron Maiden buscou novos
lugares para visitar. Quão surpreendente é, quando você percebe que há um
território ainda inexplorado lá fora?
Eu nunca tinha pensado em tocar no Dubai. Eu não achava que
haveria nenhum motivo para irmos à Índia. Mas você sabe, lá tem garotos que
amam metal. Nós fomos para a China, e isso foi ótimo. As pessoas eram simplesmente
uma platéia enlouquecida. Por isso é ótimo para expandir seus limites e visitar
novos lugares
W- O Book of Souls foi o quinto álbum que vocês fizeram com
Kevin Shirley "por trás da fama". O que
ele traz para o seu processo como uma banda e o que você realmente gosta?
Ele é da velha guarda.
Ele gosta de gravar ao vivo. Sempre fizemos registros ao vivo, realmente. Gravamos
todos tocando juntos, e então nós usamos o overdub*, refazer as guitarras e
os vocais. Mas agora, é praticamente ao vivo. Nós consertamos algumas coisas e
fizemos algumas overdubs* e é isso. Como viemos fazendo isso durante um tempo, você meio que
sabe o que está fazendo, e apenas tenta adaptá-lo na fita. Mas você ainda
está tocando pras quarto paredes quando você está no estúdio, e isso é
sempre um problema. Você está tentando dar vida e energia mas não tem nenhuma
platéia para tocar porque a banda só prospera mesmo, na frente do público.
Esperamos que isso funcione as vezes.
W- Como que se tem o Iron Maiden ao longo de 35 anos, e como
você tem visto as mudanças banda desde o início dos anos 80?
Quando entrei pela primeira vez, eu não podia acreditar na
energia deles e quão rápido eles tocavam as músicas. Foi pura adrenalina,
energia, testosterona. Fomos no palco e só fomos pra isso. Acho que agora estamos um pouco mais comedidos. Gostamos de dar um pequeno espaço entre as músicas para que todos possam se
expressar dentro da estrutura da música. Há mais de respeito pelas outras pessoas.
Quando você envelhece, você dá espaço para as pessoas,
lhes dá um pouco mais de respeito,
você considera a forma como eles estão sentindo.
Eu acho que você se depara com
isso. Mas quando nós chegamos neste estágio, algum dos velhos sentimentos vem
à tona as vezes e ainda sentimos alguns obstáculos entre as canções. Eu gosto de
dizer que isso está poderosamente controlado agora. Esse é meu lema pro show: “Mantenha
isso forte, mas controlado".
W- É impressionante para mim que a banda ainda pode se
expressar dessa maneira e manter essa intensidade.
Bruce é incrível, uma força
da natureza. Ele tem muita energia. É abençoado com isso. Steve gosta de
jogar tudo pra cima e rebentar o quanto ele pode, e estou sempre tentando de
puxá-lo de volta um pouco. É empurrar e puxar, sabe....
W- Esta tourne vai acontecer até Julho. O que há em mente
depois disso? Que tipo de conversa vocês têm tido sobre o próximo álbum a
partir desse ponto?
Se quisermos, podemos ir fazer outro álbum. Ou ir tocar
outras coisas. Ainda não sei. Nós não temos falado sobre isso.
W- Este ano marca o 35º aniversário do álbum The
Number of The Beast. O que vem à mente quando você olha para trás, a
experiência de escrever e gravar esse disco?
É o meu segundo álbum com a banda, o primeiro com Dickinson. Havia muita coisa acontecendo. Sim, houveram muitas
mudanças. Estávamos tipo de uma banda ascendente, ainda tentando fazer o nome na
América. Parece tão recente, mas já tem muito tempo. Eu comecei a escrever um
pouco pro álbum e comecei a me expressar
um pouco mais. Steve se preocupava mais com as grandes coisas, obviamente, a
faixa-título. Foi um álbum forte. Nós gravamos em Londres, e não fizemos isso
outra vez por muitos anos.
W- Você tinha noção que faria um álbum que iria de fato teria um
grande impacto?
Ele criou um pouco de agitação, para dizer minimamente; especialmente naquela época na América. As pessoas estavam chamando-nos adoradores
do diabo, e nada poderia estar mais longe da verdade. Eramos uns caras Londrinos
à frente do nosso tempo, pelo menos tanto quanto eu sei.
Fonte: https://lasvegasweekly.com/ae/music/2017/jun/29/the-weekly-interview-iron-maiden-adrian-smith/
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