POR BERNARDO ARAÚJO
14/03/2016 10:38
A banda inglesa Iron Maiden na turnê "The book of souls", em Fort Lauderdale - Divulgação/John McMurtrie / Divulgação/John McMurtrie
RIO - Conhecidamente mais eloquente ao pilotar uma guitarra do que ao conversar com jornalistas, Adrian Smith, aos 59 anos e com décadas de Iron Maiden nas costas, mostra-se sereno e até falante ao telefone.
— O começo da turnê está fantástico! — empolga-se. — É claro que os shows nem sempre são perfeitos tecnicamente, ou mesmo a produção, mas a atmosfera está maravilhosa.
O sexteto londrino, fundado em 1975 pelo baixista Steve Harris, voltou à estrada no fim de fevereiro com a “The book of souls world tour”, que começou com algumas apresentações pelos Estados Unidos e já enveredou pela América Latina, a bordo de um avião próprio, o Ed Force One, pilotado pelo cantor Bruce Dickinson (e que sofreu avarias no sábado num aeroporto no Chile, mas não causou cancelamento de shows).
Mais uma vez, a logística bolada pelo cantor permitiu à banda pousar em lugares pouco contemplados pelas grandes turnês. Depois de México, El Salvador, Costa Rica e Chile, o show chega nesta terça-feira a Buenos Aires e na quinta-feira à HSBC Arena, com a abertura do Anthrax e da banda The Raven Age, em que atua o filho de Harris, George, na guitarra.
— Ensaiamos por um mês na Flórida antes de começar a turnê — conta Smith. — Como Nicko (McBrain, baterista) mora lá e Steve também tem uma casa, foi um bom lugar para reaprendermos as músicas e nos aprontarmos para os shows de aquecimen... quer dizer, todo show é importante, você sabe.
O Iron Maiden não subia a um palco desde o meio de 2014, quando encerrou sua turnê anterior, a “Maiden England world tour”. De lá para cá, a banda foi para o estúdio Guillaume Tell (até nisso o grupo é chegado a uma mitologia), em Paris, para registrar o disco “The book of souls”, e, mais importante, enfrentou o tumor maligno que acometeu Dickinson — descoberto em fevereiro de 2015 e combatido com sete semanas de quimioterapia e radioterapia.
Em maio, o cantor recebeu a notícia de que estava curado. Sem pressa, a banda finalizou “The book of souls”, que, lançado em setembro, foi aclamado por público e crítica ao redor do mundo. Foi a melhor recepção a um disco da banda desde “Brave new world”, de 2000, exatamente o que marcou a volta de Dickinson e Smith à banda depois de seis e nove anos de ausência, respectivamente.
— Ficamos muito felizes com a resposta a “The book of souls” — diz Smith. — Você sabia que ele foi gravado no mesmo estúdio que “Brave new world”? Se você ouvir com atenção, é possível encontrar semelhanças na sonoridade, é muito interessante. Mesmo com toda a tecnologia, o lugar onde um disco é gravado, os tijolos, tudo influencia o som.
Ele conta que o processo no estúdio foi mais ou menos o mesmo de sempre.
— Tivemos liberdade total — resume. — Queríamos reunir algumas músicas mais longas, com influência de rock progressivo, a outras agressivas, mais diretas, como “Speed of light” e “Death or glory”.
“The book of souls” ficou marcado pelas canções longas, com partes diferentes e longos trechos instrumentais. A mais simbólica delas talvez seja “Empire of the clouds”. Composta por Dickinson ao piano, ela tem 18 minutos de duração (é a mais longa da história da banda, superando o clássico “Rime of the Ancient Mariner”, de 1984) e conta a história de um acidente de avião em 1930, na França — Dickinson é aviador e historiador, afinal.
— Bruce não é um pianista virtuoso, mas compõe coisas muito interessantes no instrumento — diz o guitarrista, que, além do Maiden, chegou a acompanhar o cantor em sua carreira solo, nos anos 1990. —Sim, a música foi um inferno para gravar, toda construída em volta do piano, nunca tínhamos feito isso antes. Mas adorei o resultado.
Ele é o primeiro a comemorar o retorno do vocalista aos palcos.
— Ele é inacreditável, está correndo por todos os cantos do palco — comemora. — Já acompanhei algumas pessoas batalhando contra o câncer, e nunca vi alguém tão determinado, forte, com uma atitude tão positiva em relação a tudo. Não há nada como Bruce.
Mesmo em uma banda com seis marmanjos — já que, desde a volta de Smith, são três guitarras, com Dave Murray e Janick Gers responsáveis pelas outras —, o cantor é quem domina a cena. Na turnê atual, o Iron Maiden está tocando seis músicas do novo disco, de um repertório de 15 canções, além do bis, que deve ter “The number of the beast”, “Blood brothers” e “Wasted years”.
— Hoje em dia não é possível mais guardar surpresas, mas a produção está fantástica, com o novo Eddie (o monstro-mascote da banda, agora em sua encarnação múmia maia) e uma nova introdução — anima-se Smith. — E também estamos muito felizes por excursionar com a Raven Age, banda do filho de Steve, George (guitarrista), e com os nossos amigos do Anthrax (veja quadro acima). Estamos viajando todos juntos em nosso avião, é sempre muito divertido.
Iron Maiden, Anthrax e The Raven Age
Onde: HSBC Arena - Av. Embaixador Abelardo Bueno, 3401, Barra (3035-5200)
Quando: Quinta (17), às 19h.
Quanto: R$ 110 a R$ 600.
Classificação: 16 anos.
RIO - Conhecidamente mais eloquente ao pilotar uma guitarra do que ao conversar com jornalistas, Adrian Smith, aos 59 anos e com décadas de Iron Maiden nas costas, mostra-se sereno e até falante ao telefone.
— O começo da turnê está fantástico! — empolga-se. — É claro que os shows nem sempre são perfeitos tecnicamente, ou mesmo a produção, mas a atmosfera está maravilhosa.
O sexteto londrino, fundado em 1975 pelo baixista Steve Harris, voltou à estrada no fim de fevereiro com a “The book of souls world tour”, que começou com algumas apresentações pelos Estados Unidos e já enveredou pela América Latina, a bordo de um avião próprio, o Ed Force One, pilotado pelo cantor Bruce Dickinson (e que sofreu avarias no sábado num aeroporto no Chile, mas não causou cancelamento de shows).
Mais uma vez, a logística bolada pelo cantor permitiu à banda pousar em lugares pouco contemplados pelas grandes turnês. Depois de México, El Salvador, Costa Rica e Chile, o show chega nesta terça-feira a Buenos Aires e na quinta-feira à HSBC Arena, com a abertura do Anthrax e da banda The Raven Age, em que atua o filho de Harris, George, na guitarra.
— Ensaiamos por um mês na Flórida antes de começar a turnê — conta Smith. — Como Nicko (McBrain, baterista) mora lá e Steve também tem uma casa, foi um bom lugar para reaprendermos as músicas e nos aprontarmos para os shows de aquecimen... quer dizer, todo show é importante, você sabe.
O Iron Maiden não subia a um palco desde o meio de 2014, quando encerrou sua turnê anterior, a “Maiden England world tour”. De lá para cá, a banda foi para o estúdio Guillaume Tell (até nisso o grupo é chegado a uma mitologia), em Paris, para registrar o disco “The book of souls”, e, mais importante, enfrentou o tumor maligno que acometeu Dickinson — descoberto em fevereiro de 2015 e combatido com sete semanas de quimioterapia e radioterapia.
Em maio, o cantor recebeu a notícia de que estava curado. Sem pressa, a banda finalizou “The book of souls”, que, lançado em setembro, foi aclamado por público e crítica ao redor do mundo. Foi a melhor recepção a um disco da banda desde “Brave new world”, de 2000, exatamente o que marcou a volta de Dickinson e Smith à banda depois de seis e nove anos de ausência, respectivamente.
— Ficamos muito felizes com a resposta a “The book of souls” — diz Smith. — Você sabia que ele foi gravado no mesmo estúdio que “Brave new world”? Se você ouvir com atenção, é possível encontrar semelhanças na sonoridade, é muito interessante. Mesmo com toda a tecnologia, o lugar onde um disco é gravado, os tijolos, tudo influencia o som.
Ele conta que o processo no estúdio foi mais ou menos o mesmo de sempre.
— Tivemos liberdade total — resume. — Queríamos reunir algumas músicas mais longas, com influência de rock progressivo, a outras agressivas, mais diretas, como “Speed of light” e “Death or glory”.
“The book of souls” ficou marcado pelas canções longas, com partes diferentes e longos trechos instrumentais. A mais simbólica delas talvez seja “Empire of the clouds”. Composta por Dickinson ao piano, ela tem 18 minutos de duração (é a mais longa da história da banda, superando o clássico “Rime of the Ancient Mariner”, de 1984) e conta a história de um acidente de avião em 1930, na França — Dickinson é aviador e historiador, afinal.
— Bruce não é um pianista virtuoso, mas compõe coisas muito interessantes no instrumento — diz o guitarrista, que, além do Maiden, chegou a acompanhar o cantor em sua carreira solo, nos anos 1990. —Sim, a música foi um inferno para gravar, toda construída em volta do piano, nunca tínhamos feito isso antes. Mas adorei o resultado.
Ele é o primeiro a comemorar o retorno do vocalista aos palcos.
— Ele é inacreditável, está correndo por todos os cantos do palco — comemora. — Já acompanhei algumas pessoas batalhando contra o câncer, e nunca vi alguém tão determinado, forte, com uma atitude tão positiva em relação a tudo. Não há nada como Bruce.
Mesmo em uma banda com seis marmanjos — já que, desde a volta de Smith, são três guitarras, com Dave Murray e Janick Gers responsáveis pelas outras —, o cantor é quem domina a cena. Na turnê atual, o Iron Maiden está tocando seis músicas do novo disco, de um repertório de 15 canções, além do bis, que deve ter “The number of the beast”, “Blood brothers” e “Wasted years”.
— Hoje em dia não é possível mais guardar surpresas, mas a produção está fantástica, com o novo Eddie (o monstro-mascote da banda, agora em sua encarnação múmia maia) e uma nova introdução — anima-se Smith. — E também estamos muito felizes por excursionar com a Raven Age, banda do filho de Steve, George (guitarrista), e com os nossos amigos do Anthrax (veja quadro acima). Estamos viajando todos juntos em nosso avião, é sempre muito divertido.
Iron Maiden, Anthrax e The Raven Age
Onde: HSBC Arena - Av. Embaixador Abelardo Bueno, 3401, Barra (3035-5200)
Quando: Quinta (17), às 19h.
Quanto: R$ 110 a R$ 600.
Classificação: 16 anos.
Excelente site, digno, dê informações sobre o IRON MAIDEN em Brasília no futuro amigos, precisa apenas do redesign com as cores da tour THE BOOK OF SOULS, as notícias são ótimas
ResponderExcluirFaço bottonspersonalizados !!
ResponderExcluirVarias imagens do iron maidem !!
Visite nosso face !!
Bottons etc
Faço bottonspersonalizados !!
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Bottons etc
Alguem sabe em qual hotel eles ficarão no Rio de Janeiro?
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