Team Rock: Como fizeram The Book Of Souls

Team Rock Exclusivo: Iron Maiden – Como Fizeram The Book of Souls
Tradução por Michelle Sanches para o Iron Maiden Brasil

Enquanto o Iron Maiden atinge o topo das paradas ao redor do mundo, eles nos revelam a história por trás de seu novo álbum

O novo álbum do Iron Maiden, The Book of Souls, atingiu o No.1 nas paradas do Reino Unido, na semana passada, quase um ano após ter sido gravado – o atraso no lançamento causado pelo vocalista Bruce Dickinson ter se submetido a um tratamento para o câncer.

Marcando o aniversário de 40 anos da formação da banda, The Book of Souls é o primeiro álbum duplo de estúdio do Maiden, e inclui a faixa mais longa que já gravaram – a música de 18 minutos escrita por Dickinson, Empire of the Clouds.

Falando para Classic Rock estão os seis membros do Iron Maiden – Dickinson, o baixista Steve Harris, o baterista Nicko McBrain, e os guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers. Eles falam sobre o processo de gravação do novo álbum e a criação de suas canções principais; incluindo Empire of the Clouds, a ‘mística’ faixa título, e uma música parcialmente inspirada na morte do ator e comediante Robin Williams.


Agora que The Book of Souls foi finalmente lançado, como se sentem sobre isso?

Steve Harris: Para mim, o mais incrível é o modo como Bruce está cantando nele. Ele soa fantástico. É inacreditável pensar que ele fez isso enquanto estava tão doente.

Bruce Dickinson: Um álbum duplo é uma coisa realmente legal. Ninguém mais faz álbuns duplos. Nós achamos que os fãs do Maiden iriam adorar isso.

Dave Murray: É incrível que ainda tenhamos tanta musica em nós depois de todo esse tempo. Isso realmente me deixou espantado.

Adrian Smith: Nestes dias onde as pessoas estão apenas fazendo download de faixas e pulando, e indo de uma coisa para outra, nós ainda podemos fazer música como esta porque temos uma base de fãs leais. E isso não acontece por acaso – nós estamos nos matando fazendo turnês desde 1980.

Janick Gers: Nós lançamos um álbum de 92 minutos numa época onde o pico de atenção das pessoas é quase inexistente. Mas assim é o Maiden. Já fizemos vários grandes álbuns no passado, mas este é pesado, é dificil, é irascível, cheio de melodia, tem todos os diferentes tipos de humor nele. É um álbum puramente do Iron Maiden.

Nicko McBrain: Para mim, The Book of Souls é o álbum definitivo do Iron Maiden. Eu realmente acho que é o melhor álbum que já gravamos. Eu sempre digo isso quando lançamos um álbum novo. Mas eu estou realmente convencido que este álbum é uma obra de arte. Algumas das músicas, como a própria The Book of Souls, são mostruosamente pesadas. O álbum todo é, em uma palavra, majestoso.

Fazer um álbum duplo, isso os levou de volta à adolescência, nos anos 70 e os álbuns clássicos daquela era como Physical Graffiti, do Led Zeppelin, e The Lamb Lies Down on Broadway, do Genesis?

Bruce: Ah, sim! O fato é, antigamente, com meus amigos, nós costumávamos ir às casas um do outro e nos sentávamos e ouvíamos os discos, dois, ou três de nós Ouvíamos um lado e dizíamos, ‘Uau, o que acha disso?’ Nós falávamos sobre ele, tomávamos uma xícara de chá ou algo assim, e depois voltávamos para a segunda rodada.

Dave: Isso me lembra de quando eu era adolescente, e comprei Physical Graffiti, eu amei todo o lance de álbum duplo, aquela vibe quente dos anos 70.

Noventa e dois minutos de música nova do Iron Maiden é muito para se absorver.

Bruce: É mesmo (risos). Depois disso, você precise ir se deitar em um quarto escuro.

Steve: Mesmo nosso último álbum (The Final Frontier) foi bem longo – 72 minutos, ou algo assim. Mas sabíamos quando Bruce tinha escrito Empire Of The Clouds que este álbum seria infernalmente longo. Nós realmente não parecemos ser capazes de condensar o que fazemos.

E você não quer ser?

Steve: Não necessariamente. Tendo dito isso, temos algumas músicas realmente curtas no álbum, como Speed of Light e Death or Glory.

Bruce: Depois de seis músicas, nós dissemos, ‘ou paramos agora, ou vai ser um álbum duplo.’Então pensamos nas possibilidades do trabalho de arte – encarte, toda essa merda. Ótimo! Vamos fazer um álbum duplo. E, claro, a primeira coisa que Rod (Smallwood, empresário do Maiden) disse foi, ‘Ah, não, isso é um pé no saco!’ Eu disse ‘Rod, é brilhante! Eu sei que a gravadora provavelmente vai chiar, mas os fãs do Maiden irão amar.’ Então, nós o convencemos. Rod disse, ‘Não podemos fazer um Álbum 1 e Álbum 2?’ Eu disse, ‘O que, como (os álbuns do Guns n Roses) Use Your Ilusion I and II? Não, aquilo foi uma merda. É um álbum duplo, e é assim que ele deveria ser.

Adrian: É engraçado. Neste álbum minha ideia era voltar a fazer músicas curtas. Uns dois álbuns atrás, Dance of Death, eu fiz minha tentativa de escrever um épico com Paschendale. Apenas para me desafiar. Desta vez eu fui para músicas mais impactantes, como Speed of Light, no estilo de 2 Minutes to Midnight. Mal sabia eu que este seria provavelmente o álbum mais longo que já fizemos, com a música mais longa que já gravamos. Provavelmente foi uma boa ideia que eu não tenha escrito um épico. Teria sido um pouco demais.

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