Bruce Dickinson: O Casamento químico e o dirigível.



Por Michelle Ferreira:

"The dreamers may die, but the dreams live on ((Empire of the Clouds)"

Bruce, em sua palestra no Campus Party Colombia, em 2013, fez algumas revelações interessantes sobre como ele se envolveu com o projeto do Airlander.

Tudo começou com The Chemical Wedding.

Ele revela ser muito interessado na figura de Aleister Crowley, tendo escrito muitas músicas inspirado neste ser icônico, dentre elas, a própria "Chemical Wedding", faixa título do quinto CD solo do vocalista, que o levou a, posteriormente, escrever um roteiro para o cinema, que levou o mesmo nome.

Durante o processo para tentar ter o filme produzido, Bruce acabou encontrando algo muito mais interessante. Enquanto buscava patrocinadores, fez uma reunião com alguns possíveis investidores (segundo Bruce, todos ricos), oferecendo, a quem patrocinasse o filme, a oportunidade de ter uma dedução nos impostos (algo bastante comum na Europa – investir em artigos culturais pode resultar em dedução nos impostos). Bruce diz que foi um dos dias mais deprimentes de sua vida, porque eram pessoas horríveis, que não estavam interessados no filme, nem  em nada relativo ao tema. A única coisa que queriam era a dedução dos impostos, o mais rápido possível, por isso foram deixando a sala, enquanto Bruce ainda estava tentando falar sobre a visão artística do filme.

Bruce disse que, no canto da sala, havia um cara que estava sorrindo bastante, o que chamou sua atenção, porque todos os outros estavam terrivelmente deprimidos, incluindo ele próprio. Dirigiu-se até o cara e lhe perguntou: ‘então, você vai investir no meu filme?’

O homem disse ‘não’.

Bruce, então, perguntou por que ele ainda estava ali.

'Ah, bom, eu estou desenvolvendo um projeto  e preciso encontrar investidores. Ouvi falar sobre esse esquema dos impostos, então, pensei em vir aqui e tentar roubar sua ideia.’

Bruce respondeu: ‘Eu gostei de você´. E ao invés de indagar a ele ‘como você se atreve a vir e roubar minha ideia?’, quis saber qual era o seu projeto.

O homem em questão era Roger Munk, a quem Bruce havia visto há cinco anos, num programa da Discovery Channel, sobre como usar tecnologia mais leve que o ar, que resolveria os problemas que os antigos zepelins e dirigíveis tinham.

Bruce acabou indo conhecer o projeto e, com seu auxílio financeiro e sua influência, ajudou Munk a conseguir de volta a patente de seu projeto (que estava, naquele momento, nas mãos dos Estados Unidos), trazendo-o de volta para a Inglaterra, fazendo com que a maior aeronave do mundo fosse um filho orgulhoso para as terras da rainha.

Deste modo, graças a Aliester Crowley e a Chemical Wedding (cujo filme não arrecadou quase nada em termos financeiros, mas o CD foi muito mais bem sucedido), Bruce Dickinson deixou de ser apenas um nome da indústria do rock ‘n’ roll. Escreveu seu nome na história da aviação, ajudando a dar vida a uma aeronave que não apenas é a maior do mundo, mas ecologicamente correta, algo que pode muito bem vir a ser um ‘Império nas Nuvens’, mudando para sempre a aviação como a conhecemos.



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