Confira abaixo a materia!
Tradução de Michelle Ferreira Sanches com exclusividade para o Iron Maiden Brasil
Não muito após terem finalizado sua obra de arte ambiciosa, baseada nos Maias, o Iron Maiden recebeu uma notícia que ameaçava para-los para sempre. Agora, pela primeira vez, Steve, Bruce, Janick, Adrian, Dave e Nicko nos contam como eles superaram esse assunto de vida e morte.
Você está sentado confortavelmente? É hora para mais um conto improvável da mais épica e reverenciada saga na história do heavy metal. Tendo tomado o planeta como algum tipo de império, um colosso de muitos membros, por mais de 35 anos, energizado por entusiasmo criativo, dedicação correta ao trabalho duro, e uma visão não comprometida, o Iron Maiden adentra 2015 com uma reputação invejável e o amor de milhões, mas também sobrecarregados pelo peso de expectativas assustadoras.
Admitidamente, o lançamento de um CD do Iron Maiden é sempre um evento enorme. Desta vez, no entanto, o álbum em questão – The Book of Souls, o 16⁰ álbum de estúdio – foi quase obscurecido pelos eventos que se somaram depois que as músicas estavam gravadas. Em Fevereiro deste ano, foi noticiado que o vocalista Bruce Dickinson estava sendo tratado de um tumor cancerígeno na parte de trás de sua língua, e de repente, pela primeira vez na história, a fachada de aço impermeável do Iron Maiden começou a exibir um pequeno sinal de vulnerabilidade. Em termos de metal, os membros do Iron Maiden são imortais. Lendas vivas. Heróis. Mas no final de 2014, eles foram subitamente confrontados com a perspectiva de perder seu vocalista e, como resultado disso, chegando ao fim de suas carreiras com um toque arrepiante de fatalidade. Mas então, é claro, eles são o Iron Maiden; esses caras são feitos de um material muito mais duro e de maneira nenhuma estão dispostos a encerrar seu papel de banda de metal mais adorada do planeta. Com o lançamento de The Book of Souls se aproximando, nós conversamos com os seis membros da banda sobre o tumulto do ano passado e a criação do que pode vir a ser o melhor álbum que o Iron Maiden já tenha feito...
‘Eu tive um caroço, na lateral do pescoço, igual quando você tem um resfriado ou gripe realmente forte, e seus gânglios ficam inchados’, diz um Bruce Dickinson que parece confortavelmente saudável, vários meses após ter recebido a notícia de estar totalmente livre do câncer. “Eu achei que era só a droga de um vírus, como você sabe. Mas isso não se desenvolveu para um resfriado ou gripe, e eu estava cantando muito bem. Um clínico geral francês foi até o estúdio e deu uma olhada por cima e examinou minha garganta, e disse ‘Bom, você precisa de uma Ressonância Magnética disso, e de uma Tomografia Computadorizada do peito e pulmões, e precisamos enfiar uma agulha nisso pra ver o que tem dentro’. Eu fiquei tipo ‘ahh merda!’ “ Bruce se senta e respira fundo, momentaneamente abalado pela lembrança, mas ainda sorrindo porque, como todos nó sabemos, seu conto tem um final feliz.
“A ironia de tudo isso foi, eu fui olhar no Google, e Wikipedia, e tudo mais”, ele continua. “E seis semanas antes de ver o médico, eu já tinha o diagnóstico exato, até qual o tipo de tumor que era. Assim que eu peguei o diagnóstico, eu disse ‘Não vou fazer mais nada, pelo resto da minha vida, até eu me livrar deste negócio. É minha ocupação de tempo integral, agora.’ “
Bruce foi diagnosticado com um carcinoma celular escamoso, um tipo de câncer relativamente comum, e, felizmente, um que seu oncologista achava facilmente curável, não apenas porque seu paciente se encontrava em excelente estado de saúde e consideravelmente mais ativo do que a maioria dos homens com cinquenta e tantos anos. Claro, a reputação de Bruce como um metaleiro culto e uma força da natureza impossível de ser contida, faz com que ele pareça a pessoa menos provável neste mundo a ser derrubado por uma doença como essa. “Nenhum de nós sabia”, Steve Harris dá de ombros, ainda exasperado pelo azar de seu amigo. “Ele não sabia. Ele estava cantando de modo fantástico no estúdio. Ela soa melhor do que nunca, então não havia nenhuma indicação de que havia algum problema em sua garganta, mas, para a surpresa de todos, ele fez um exame e o resultado foi que ele tinha um tumor. Isso foi algo assustador. Levando em conta que ele é o mais jovem, e de longe o mais em forma da banda, isso foi um choque massivo pra ele e para todo mundo ao redor. Mas ele é uma pessoa muito positiva, como todos nós sabemos. Ele está cheio de energia e é um cara bem em forma, então ele vai superar isso.”
Por mais ridículo que possa soar, pelo menos para quem estava do lado de fora, a muito bem-vinda recuperação de Bruce parecia quase inevitável; suas legendárias quantidades de energia o propulsionaram por semanas de um tratamento doloroso, íntimo e intrínseco, e, também, em direção às belas notícias de que seu tumor tinha desaparecido e que seu prognóstico para o futuro era excelente. Trabalho feito. Bruce parece ter aguentado sua tempestade pesquisando profundamente a ciência de seu tratamento – ele nos regala com um resumo incrivelmente detalhado de tudo o que ele experimentou, seus olhos brilhando com o entusiasmo de um nerd – mas, apesar de tudo, combater um câncer é um trabalho exaustivo e ele animadamente admite ter lutado com força em vários momentos. “As últimas duas ou três semanas foram particularmente terríveis”, ele diz. “Eu estava tomando morfina e em uma dieta líquida, e você perde o sentido do paladar completamente. Tudo tem gosto de papelão, massa de modelar ou areia. Eu nunca tinha percebido o quão essencial o paladar é para o apetite até que eu não o tinha mais. O que me ajudou nesse período foi gemada! O lado de dentro da boca se desintegra por um período de tempo... é chamado de mucosite, e não é algo muito legal. Então, eu não podia falar, porque doía usar a língua, mas eu podia tomar grandes goles de gemada todos os dias. Você acaba com o metabolismo de um beija-flor durante o tratamento porque você está sendo cozido de dentro pra fora, mas seu corpo também está tentando se curar rapidamente, e isso acelera o processo. Eu acho que uma das razões de você perder peso é essa. É simplesmente porque seu sistema está fazendo um grande esforço e então, eventualmente, tudo isso para e volta ao normal. É fascinante. Sou meu próprio projeto científico!”
Voltando alguns meses, até o outono de 2014, o Maiden esteve enfiado nos estúdios Guillaume Tell, em Paris, com o produtor de longa data, Kevin Shirley, para começar a trabalhar no álbum seguinte ao amplamente elogiado The Final Frontier. Voltando a um terreno conhecido, eles estavam muito animados, após terem completado outro round de uma turnê muito importante, que culminou em um performance onde atiraram com todas as suas armas no sagrado Knebworth, no Sonisphere. Em contraste com alguns de seus colegas de palco, os seis integrantes estavam morrendo de vontade de ir, armados com novas ideias e animados pela possibilidade de fazer música juntos.
“Estar no estúdio em Paris foi uma grande influência para o álbum’, diz o guitarrista Adrian Smith. “Nos sentimos em casa no mesmo instante. Nada mudou – tem até o mesmo tapete! O que assustou é que haviam passado 15 anos desde que estivemos aqui, e meio que causou um ataque de pânico, tipo ‘oh, cara...’, mas assim que começamos, foi um ótimo ambiente. Eu amei ficar em Paris por aqueles dois meses. Era o final do verão e tudo estava lindo, inspirador. Todo mundo sentiu isso e realmente nos conectamos.”
“É um estúdio de gravação propriamente dito”, diz um dos companheiros de guitarra de Adrian, Dave Murray. “É um antigo cinema francês que foi convertido em estúdio, então o ambiente e a energia são ótimas. É lindamente decorado, com enormes amplificadores, montados nas paredes, e aquela energia antiga e alegre. E era um território familiar, o que ajuda muito.”
“A verdade é, a banda não estava exatamente preparada, quando chegaram ao estúdio”, revela Kevin Shirley, “mas o Iron Maiden é uma força destruidora e não é fácil mudar seus planos quando eles estão em ação! As coisas acontecem nas vidas das pessoas que tornam tudo mais complicado, mas você não pode parar uma força destruidora. Mas havia um sentimento maravilhoso no estúdio. Todos trouxeram ideias, nós gravamos as músicas quando elas estavam frescas e todos tocavam incrivelmente bem. Estas canções são desafiadoras mas eles mandaram ver. Este é o álbum do Maiden do qual mais me orgulho.”
Realmente, algo especial acontecem quando estes seis caras juntam seus talentos. Os quatro álbuns anteriores gravados por esta – indiscutivelmente definitiva – formação foram muito bem recebidos, ajudando muito no plano da banda de conquistar o planeta. O Maiden desafia consistentemente as leis para bandas veteranas que se aproximam do fim de suas carreiras. Até onde aqueles envolvidos estão cientes, o 16⁰ álbum foi feito com a mesma paixão e intensidade que seus 15 antecessores. ‘A mágica verdadeira é que estávamos tão felizes por estar em estúdio juntos novamente, igual crianças numa loja de doces’, diz o baterista Nicko McBrain. “A essência desta banda é fazer música juntos. É maravilhoso ter 30 anos nas costas e todos esses concertos incríveis ao redor do mundo, mas ainda é tudo sobre criatividade e fazer uma obra de arte. E é isso o que nós fizemos.”
Há uma certa simetria amarrada em torno do jeito como The Book of Souls foi gerado e concebido. Embora seja impossível falar sobre isso sem o anúncio assustador do câncer de Bruce lançar uma sombra, o álbum do Maiden teria gerado muito mais assunto por si mesmo. Primeiramente, porque este é o primeiro álbum duplo de estúdio da banda – pontuando uma duração de 92 minutos. Finalmente, e muito mais significante, The Book of Souls começa e termina com músicas escritas inteiramente por Bruce – If Eternity Should Fail, de longe a faixa de abertura mais pesada na história do Maiden, e Empire of the Clouds, um tributo explicito, complexo e audacioso à jornada final que o dirigível R101 fez em 1930... que, em espantosos 18 minutos e 1 segundo, é a faixa mais longa que o Maiden já se comprometeu a gravar. Se algo resume bem os níveis formidáveis de energia de Bruce e o brilho nos olhos ao mero pensamento de embarcar em um dos projetos mais loucos, é esta música.
“Tudo começou quando ganhei um piano em um leilão!” diz Bruce. “Ha ha! Eu ganhei! Eu ganhei um piano elétrico num leilão. Eu levei pra casa e comecei a brincar com ele. Foi por volta do tempo em que John Lord adoeceu. Estávamos falando sobre a possibilidade de trabalharmos juntos naquela época, então eu estava vagando experimentando algumas coisas. Infelizmente, John nos deixou, mas eu continuei experimentando no piano. Este foi o gênese da coisa toda. Eu estava, originalmente, tentando escrever uma música sobre a Primeira Guerra Mundial e o triplano (*uma aeronave com uma configuração de asas de tal modo que há três superfície de sustentação verticalmente paralelas, uma sobre a outra, também conhecido como Fokker; nota da tradutora), mas aí eu fui à casa de Adrian e nós escrevemos Death or Glory. Esta é uma canção sobre triplanos e a Primeira Guerra Mundial, então já tínhamos uma. Eu pensei subitamente ‘Que tal o R101?’... e a ideia continuou crescendo e crescendo.
Dezoito minutos de um heavy metal teatral e amplamente memorável que contam a história trágica do R101, Empire... é um trabalho miraculoso e excitantemente destemido, até mesmo para os padrões altos do Maiden. É quase como se Bruce estivesse destinado a ser o centro das atenções desta vez.
“Eu vi Empire se desenvolver desde o começo”, Kevin relembra. “Nós mapeamos todas as ideias de Bruce e ela cresceu até se tornar este monstro! A grande surpresa foi o quão teatral ela se tornou. É uma música tão forte! Nada é supérfluo. Eu acho que o Steve estava apreensivo no começo, como ‘Como vamos fazer isso?’ mas tudo se juntou lindamente ao final.”
“Ele tinha todos esses pedaços e partes ao piano, como um professor maluco”, Steve recorda, visivelmente divertido pela lembrança. “Eu disse, ‘Um dia vai ser como Monty Python; eu vou chegar e você vai estar sentado ao piano sem roupas, olhando sobre seu ombro, como um doido varrido...’ Ha ha! Estou feliz por isso não ter acontecido! Mas quando estávamos gravando, houveram momentos em que nós literalmente olhamos uns para os outros pensando ‘O que acontece em seguida?’ Mas isso só adicionou mais elementos. Eu, na verdade, disse a ele ‘Foda-se, você me superou, seu babaca! Está é absolutamente uma obra prima...’ e é mesmo. Empire é quase uma ópera rock. Me lembra de um musical do West End. Mas bem melhor. Ha ha ha!”
“Numa época onde o pico de atenção das pessoas caiu ao nível mais baixo possível, eu amo que uma banda como a nossa possa criar uma faixa de 18 minutos”, diz o guitarrista Janick Gers. “Você nunca tem certeza de onde está entrando, com o Maiden. Você sabe que vai soar como o Maiden, porque somos nós, mas as possibilidades são infinitas. Você pode perguntar ‘Quão longa pode ser uma faixa?’ Bom, Empire é tão longa quanto o necessário. Não temos medo de fazer coisas como esta.”
Se alguma coisa enclausura o humilde porém inflexível espírito do Iron Maiden, é o modo que a banda imediatamente adiou o lançamento de The Book of Souls e qualquer plano de turnê quando o diagnóstico de Bruce veio à tona. Diferente de muitas bandas veteranas, o Maiden ainda é uma força muito unida, tanto no palco quanto por trás da cortina: amigos até o fim e todos 100% comprometidos para a causa. É óbvio, falando com qualquer um deles, quanto amor, respeito e admiração mútua existe entre eles nestes dias. Como resultado, as coisas tendem a correr bem suavemente, no mundo da banda. Mas enquanto os seis membros estão claramente deliciados com a experiência da gravação, The Book of Souls não foi criado sem uma certa turbulência, que trouxe uma pitada de escuridão para as músicas.
“Geralmente nós escolhemos um período de tempo no qual queremos fazer o álbum, nós nos damos um número X de semanas para escreve-lo, e é isso”, Steve explica. “Sempre funcionou muito bem antes, mas obviamente você não pode fazer planos para as coisas inesperadas acontecerem. Eu não vou contar a choradeira toda, mas basicamente eu perdi duas pessoas, um velho amigo de escola e um membro da família, bem no período em que deveríamos estar escrevendo o álbum. E quando você está tentando ser criativo, isso é muito difícil. Mas você pode tornar isso numa coisa positiva. Se eu for honesto, este foi um dos períodos mais difíceis da minha vida, mas os caras foram realmente ótimos comigo e muito positivos, e realmente me ajudaram a passar por isso. Nós sempre fizemos isso. Todo mundo teve traumas durante esses anos, e sempre ajudamos uns aos outros, e isso faz a banda mais forte. Todo mundo passar por tempos difíceis, e se você consegue tirar algo de positivo, como este álbum, no final, então realmente tudo bem.”
Os tempos difíceis que Steve menciona podem ser a causa de o líder de fato do Iron Maiden não ter contribuído tanto quanto o usual, em termos de composição, como ele tem sido conhecido durante toda a história da banda. Mas um pequeno raio de por trás da nuvem escura que é The Book of Souls mostra que esse é um álbum com esforço colaborativo maior que a maioria, com todos, exceto Nicko, recebendo crédito de ter escrito ao menos uma música. Mas além dos menores detalhes, a coisa mais chocante sobre o álbum é o quão coeso, engajado, substancial e, mais do que tudo, excitante, que ele é. Com melodias enormes, refrãos instantaneamente memoráveis e momentos de abandono das três guitarras, este álbum de 92 minutos voa no que parece ser não mais do que meia hora. Tudo, desde a canção de 13 minutos de Steve, The Red and the Black, através da dose dupla bombástica de Bruce e Adrian – o primeiro single, Speed of Light, e o já mencionado hino à Primeira Guerra e ao triplano, Death or Glory, borbulha um tipo de vitalidade e exuberância que bandas de tão longa duração geralmente não tem mais.
“Sim, é incrível. Por ser um álbum duplo, ele faz exatamente o que um álbum duplo deveria fazer!” diz Bruce, com um sorriso enorme. “A razão pela qual é um álbum duplo é porque ele tem que ser assim. Rod, inicialmente, estava tipo ‘Ah, um álbum duplo é uma dor de cabeça... não podemos fazer como o Guns ‘n’ Roses, Use Your IllusionsI e II?’ e nós dissemos ‘Não, é um álbum duplo!’ Como uma ideia, era incrivelmente legal. Ninguém mais faz isso e é o tipo de coisa que nós fazemos. Pelo amor de Deus, nós temos ido nesta direção por décadas, ha ha ha!”
Mais uma vez, tem uma estranha simetria com The Book of Souls. A jornada emocional de Steve durante o processo de gravação pode não inspirado diretamente algumas das músicas do álbum, mas desde o título até aquela arte de capa brilhantemente ameaçadora, através da das explorações existenciais de If Eternity Should Fail e The Great Unknown, este é um álbum que revela os contrastes entre a força e a efervescência de seus criadores, enquanto cava profundamente nas questões eternamente sem resposta da humanidade.
‘Conforme você vai envelhecendo, você começa a pensar mais sobre sua própria mortalidade e este tipo de coisas”, diz Steve. “Eu sempre fiquei intrigado com esse tipo de coisa. Conforme você vai envelhecendo, isso se mostra mais e mais presente. As pessoas estão morrendo e você sabe que já viveu mais anos da vida do que o que tem pela frente. É só um fato. Você tem que aceitar isso e isso começa a fazer com que você sinta as coisas de modo diferente, sobre o que é ou não importante... o que é o porquê de não discutirmos mais por coisas estúpidas no Maiden! Ha ha!”
Agora firmemente no caminho da recuperação, Bruce Dickinson é a prova viva de que ninguém deveria subestimar a resistência do corpo humano... ou, indo direto ao ponto, a extraordinária capacidade do Iron Maiden de continuar indo em frente, não importando quais bombas, flechas ou explosões sejam jogadas em seu caminho. E se mantendo com sua banda e sua confiável e estoica maneira de fazer música, Bruce está claramente não disposto a ficar amargando seu infortúnio, ou deixar que qualquer aspecto dele fique em seu caminho.
“A experiência foi meio que uma mudança de vida, sim... mas também não foi!”, o frontman ri. “Você pensa, ‘Essa coisa foi realmente uma dor de cabeça!” Ou uma dor no pescoço, literalmente, no meu caso, e é brilhante poder passar por isso e poder continuar com o resto da sua vida. Minha determinação em ir em frente com meus planos é maior do que nunca!”
Neste ponto, seguir em frente com seus planos presumivelmente significa levar The Book of Souls em turnê em 2016 – um objetivo que deve ter adicionado um motivo a mais para Bruce se recuperar. Os detalhes dos novos shows do Maiden ainda estão sendo ajustados, mas o que é óbvio é que o vivido imaginário de The Book of Souls levará a uma produção extraordinária no palco, continuando com os mesmos padrões elevados e elogiados que levaram a banda a ganhar o Silver Cleff Award, da Nordoff Robbins associação de caridade de terapia musical, por sua ‘excepcional contribuição para a música no Reino Unido’, em julho. Excepcional? Nós definitivamente devíamos dizer isso. E também, se cruzarmos os dedos e rezarmos com muita força para os deuses do metal, pode haver um outro conto épico e vitorioso para contar, dentro de um ou três anos. Iria você seriamente apostar contra eles?
“Estar lá com esses caras, fazendo esta música maravilhosa, após todos esses anos, é um sentimento incrível,” Nicko conclui. “Nós ainda temos essa voz maravilhosa, coletivamente, que os fãs do Maiden conhecem e amam, mas também temos esses novos garotos vindo aos nossos shows, também, e quando eles descobrem que temos estado por aqui por 35 anos e que temos 16 álbuns de estúdio... bom, é um grande legado, sabe?”
“Nós fazemos o que queremos, e não há muitas pessoas que podem dizer isso”, acrescenta Steve. “Ser pago para fazer seu hobby, efetivamente, por tanto tempo quanto nós temos sido... é o melhor emprego do mundo. Nós fizemos grandes canções e elas viverão para sempre, não é? Mas o que importa agora é ir lá e tocar para os fãs outra vez.”
“Nada vai me impedir de subir naquele palco”, conclui Bruce, uma expressão de desafio no rosto. “Você teria que atirar em mim! Mesmo nessa situação, os outros teriam que arrastar meu cadáver. As pessoas falam, ‘Você não fica entediado de ter que sair em turnê de novo?’ Não! Nunca mais eu direi que a ideia de sair em turnê com o Iron Maiden me deixa entediado. Vamos nessa, sabe?”
Eddie: O Guerreiro da Selva
O ilustrador Mark Wilkinson trabalhou pela primeira vez com o Iron Maiden em 1992, quando ele fez o design de um Eddie alado para o pôster de Donington. Ele também fez a arte de The Wicker Man, em 2000, e um box de aniversário do Maiden, em 2002. Agora, o criador do Eddie de The Book of Souls, nos conta tudo que precisamos saber sobre o novo mascote tribal.
É o primeiro Eddie completo em que Mark trabalhou.
“Esta foi a primeira vez que eu tive a chance de trabalhar com a figura inteira do Eddie, já que as versões anteriores que eu ilustrei não eram humanoides. Eu queria tentar uma aproximação diferente do modo como ele se parece... obscuro, esquelético, a carne literalmente esfolada ou pendurada, com cada rachadura parecendo o mais convincente possível.”
A aparência do Eddie combina culturas antigas
“Para a pele, eu olhei em antigos livros médicos, e o método de tortura antigo de esfolar que era usado milhares de anos atrás, no Meio Oeste, África e América. Eu vi uma vestimenta ritualística Maia e as marcas no corpo, mas me inclinei mais para a aparência de um vodu – parecia mais maligno.”
Algo sobre um lugar especifico foi abandonado
“Algumas ideias foram riscadas – essencialmente marcas ou tatuagens, que eram muito específicas para um período ou tribo. A intenção era fazer Eddie parecer aterrorizante mas não ser tão servilmente acurado para uma cultura, então as marcas tribais são genéricas, inventadas... elas não são nem Baron Samedi nem sacerdotes maias, mas uma junção dos dois.”
A pele do Eddie foi o aspecto que mais consumiu tempo
“Eu trabalhei na pele do rosto por um longo tempo, com as linhas imortais dos Eddies anteriores agora parecendo um corpo rasgado. Eu queria que a pintura do corpo parecesse como se ela tivesse sido infiltrada por suas rachaduras, e não colocada por cima.”
MUITO OBRIGADO pela matéria traduzida! Ótimas entrevistas e excelentes palavras de Bruce, Dave, Nicko, Steve, Adrian, Janick e Kevin. Realmente eles são exemplo de como trabalhar em equipe!
ResponderExcluirhahahaha
ResponderExcluirCara.. rolou até um suor hetero dos meus olhos... Bacana demais saber que a banda está unida nesse nivel e ao mesmo tempo que emociona , é assustadora a idéia de um mundo sem maiden !!!
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