Numa entrevista recente com a produtora de
“Nights With Alice Cooper”, Katherine Turman, o vocalista do Iron Maiden, Bruce
Dickinson, que estava em Nova Iorque em 11 de Setembro de 2001, relatou suas
memórias da tragédia, exatamente catorze anos depois do ataque terrorista. Veja no vídeo abaixo:
Dickinson disse à Travel Trade Gazette, em
2012, sobre sua experiência naquele dia fatídico: ”Eu havia acabado de
completar meu treinamento como piloto, e estava licenciado para voar, e estava
em Nova Iorque com a banda. Era um dia realmente ensolarado, e eu estava
sentado na cobertura do hotel, perto da piscina. Eu estava com um manual do
Boeing 757 no colo, lendo, quando uma senhorinha foi até o atendente da piscina
e perguntou se era verdade que um avião tinha atingido uma das torres. Eu achei
que devia ser um avião particular pequeno, e voltei à minha leitura. Então,
mais pessoas apareceram, e alguém falou que havia sido um avião comercial, e eu
pensei ‘ah, cara...’”
O cantor descreveu para "Nights With Alice
Cooper" a cena que ele testemunhou pouco depois das torres do World Trade
Center terem desabado. Ele disse: “Foi estranho, porque não havia ninguém em
pânico. Todos estavam apenas... Havia um ar de ‘não-realidade’. Não havia trânsito.
Era um dia adorável – um belo dia – e eu estava andando e olhando para as
pessoas. Pessoas estavam bebendo nos bares, tomando uma cerveja. E foi assim
até anoitecer, e foi obviamente mais melancólico. Ninguém estava contando
nenhuma piada; não havia nada engraçado sobre isso. E até hoje, não consigo
pensar em nenhuma que fosse apropriada.”
Ele continuou: “Eu andei por aí no dia seguinte, e eu pensei: ‘eu não sei o que fazer agora. Eu vou ir doar sangue.’ Então eu andei mais um pouco e encontrei um lugar para doar sangue. E tinha uma fila que dobrava o quarteirão. E tudo o que eles diziam era ‘ok, é o seguinte: voltem amanhã. Não precisamos de sangue. Não houveram sobreviventes.’ Então, eu fui e escrevi num pedaço de papel ‘se precisarmos do seu sangue, nós ligamos pra você.’”
Ele continuou: “Eu andei por aí no dia seguinte, e eu pensei: ‘eu não sei o que fazer agora. Eu vou ir doar sangue.’ Então eu andei mais um pouco e encontrei um lugar para doar sangue. E tinha uma fila que dobrava o quarteirão. E tudo o que eles diziam era ‘ok, é o seguinte: voltem amanhã. Não precisamos de sangue. Não houveram sobreviventes.’ Então, eu fui e escrevi num pedaço de papel ‘se precisarmos do seu sangue, nós ligamos pra você.’”
Dickinson então diz: “Então, o vento mudou
de direção. E toda este negócio, uma poeira cinzenta, lentamente começou a avançar
em direção a Midtown. E então mais ainda, até Upper Manhattan, Central Park,
você não podia sentir o cheiro dela. E eu estava dando uma volta, sem direção,
porque não tinha mais nada pra fazer. E eu pude sentir esse cheiro ácido, e eu
pensei: ‘eu não tenho certeza se estar ou não num prédio com ar condicionado é
melhor para você ou se não faz a menor diferença, mas quer saber? Eu vou voltar
para o meu quarto, porque tem muita coisa ruim nisso, neste negócio.’ E, claro,
eles agora sabem exatamente o tanto de coisas ruins que havia naquele negócio.
Quero dizer, eu apenas tive um breve contato com ela.”
Fonte: Blabbermouth
0 comments:
Postar um comentário