Metal Assault: Review de The Book of Souls
sexta-feira, agosto 28, 2015
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Nos últimos tempos, o Iron Maiden tem mantido e aprimorado sua reputação de instituição definitiva do heavy metal, triunfalmente, explorando novos territórios e negócios em grande escala, tais como uma turnê pelo mundo em seu próprio avião, “Ed Force One”, pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson e liberando a cerveja Trooper, e, o mais importante, através de inigualáveis performances ao vivo, que elevam o padrão para o gênero. Desde o lançamento do seu álbum de 2010, “The Final Frontier”, e a subsequente world tour, eles finalmente lançaram o DVD “Maiden England” e percorreram o globo, novamente, para trazer de volta algumas das seleções da Tour “Seventh Son of a Seventh Son”, de 1988, dando aos fãs mais jovens a oportunidade muito bem-vinda de conhecer o sabor daquela época. Avançando rapidamente para 2015, o Iron Maiden acaba de produzir novas músicas e o mais importante evento de metal do ano se aproxima. A banda está pronta para revelar seu décimo sexto álbum de estúdio, o LP duplo 'The Book of Souls', em 4 de setembro.
Se decidir por manter um LP duplo de 90 minutos, levando em consideração a rápida diminuição do pico de atenção, é audacioso por si só, levantando expectativas e colocando o álbum em uma grande avaliação de todos os detalhes. Mas os fãs terão todo o prazer em descobrir que, em comparação aos 76 minutos de “The Final Frontier”, o Iron Maiden utilizou o que há de mais moderno em efeitos em 'The Book of Souls', e cada uma das 11 faixas distintivamente estampa sua autoridade, enquanto mantém o ritmo do álbum intacto.
A assinatura clássica do Iron maiden, ou seja, as guitarras harmônicas, os solos, o ritmo de galope e o vocal magistral, de longo alcance, adquiriu qualidade, com introduções épicas, que são evidentes desde o início, como a faixa de abertura ‘If Eternity Should Fail’, que oferece tudo o que os fãs têm ansiosamente esperado, desde a versão anterior. Esta deliciosa música de oito minutos, potencialmente ideal para abertura da próxima turnê da banda, leva direto para a animada Speed of Light'. Esta faixa foi lançada como single, o que faz todo o sentido, pois é a composição mais pop álbum. Ouvintes que não puderam apreciar o single não precisam se preocupar, porque, com toda a honestidade, as outras dez faixas são muito superiores.
'The Book Of Souls', em seguida, aprofunda-se em algumas músicas progressivas, fortemente dinâmicas, como “The Great Unknown' e 'The Red and The Black', esta última emanando uma vibração ricamente sinfônica que o Maiden carrega com grande desenvoltura, enquanto Dickinson alcança novas alturas vocais em sua bem sucedida tentativa de se destacar sonoramente de corpo e alma acima de todas essas camadas. “When The River Runs Deep” e ”Death or Glory” são cativantes, mais rápidas e excitantes, que, certamente, vão se tornar favoritas dos fãs com o tempo, enquanto a faixa-título justifica seu posicionamento central. “Shadows Of The Valley” traz para os ouvintes os mais memoráveis riffs e solos do álbum. “Tears Of A Clown”, o sincero tributo à lenda recentemente morta, Robin Williams, é liricamente pungente, e a balada “The Man Of Sorrows” oferece vocais e instrumentais crescentes. Mas, mais do que qualquer coisa, tudo isso serve como uma gloriosa publicidade para a última música, a mais longa escrita pelo Maiden até então.
Exclusivamente composta por Bruce Dickinson, “Empire of The Clouds”, de 18 minutos, é incrivelmente brilhante, com Dickinson derramando todo o seu gênio criativo para esta composição. A introdução da faixa é linda, atravessando uma sequência progressiva magistralmente escrita, com arranjos musicais altos e baixos. A paciência daqueles que ouvirão esta música na íntegra, será recompensada, como a enormidade de sua qualidade corresponde a seu tamanho, e só se pode imaginar o quão esmagadora seria se fosse tocada ao vivo.
O Iron Maiden tem sempre sido anunciado como os indiscutíveis precursores do New Wave Of British Heavy Metal, mas, nos últimos anos, têm se expandido muito além de tudo o que implica este estilo musical, mostrando tendências de composição progressivas e épicas. em várias faixas. em álbuns como “Brave New World (2000)”,"Dance of Death (2003)”," A Matter Of Life And Death (2006)” e “The Final Frontier (2010)”. Mas, mantendo os elementos clássicos, o Iron Maiden tomou esta qualidade progressiva aos extremos, e sem precedentes, em 'The Book of Souls', tanto que eles podem até ser classificados como uma banda de metal progressivo.
'The Final Frontier' foi talvez uma decepção em termos de conteúdo e composição, mas 'The Book of Souls' é bem sucedido onde seu antecessor falhou e, em contraste com esse álbum, terá impacto imediato sobre os ouvintes, mesmo que exija paciência e atenção. É enfática a defesa da iniciativa do Iron Maiden para lançar o seu mais longo álbum, já nesta fase de sua carreira. É um salto de fé em suas próprias habilidades, assim como a lealdade de seus fãs e, julgando pelo que foi mostrado, tem indícios de conquistar o sucesso mundial, através deste lançamento e do ciclo de turnês.
O veredicto? 'The Book of Souls' é melhor esforço do Iron Maiden desde o impecável 'Brave New World'. Ele encapsula e expande estilos de Iron Maiden dos últimos anos e é, em muitos aspectos, uma reminiscência dos álbuns no século XXI. 'The Book of Souls' dá a impressão de que foi feito ao longo dos últimos dez anos, já que Steve Harris e Bruce Dickinson, Adrian Smith, Dave Murray, Janick Gers expressaram sua criatividade individual e coletiva, de uma forma não tão evidente no passado, enquanto as performances e a produção permanecem tão supremas como sempre. Os fãs do Iron Maiden podem se alegrar, porque com 'The Book of Souls', a banda atingiu o ouro.
Nota para o álbum: 10/10
Fonte: Metal Assault
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