Tony Moore: Entrevista Exclusiva para o Iron Maiden Brasil.


Um pouco de história. O ano era 1977. O Iron Maiden contava em sua formação com Steve Harris(B), Terry Wapran(G), Dennis Willcock(V) e Barry Purkis(D). Para dar complemento musical ao guitarrista Terry Wapran, eles decidem não chamar um 2° músico para a guitarra, mas sim, um tecladista. O escolhido para o cargo foi o músico britânico Tony Moore.

Longe da cena Heavy Metal já a algum tempo, Tony hoje trabalha com a cantora britânica de música pop Ilona. E gentilmente recebeu a equipe do Iron Maiden Brasil para um excelente bate papo, para revelar bastidores de sua passagem pela donzela. Confiram:

IMB. Tony, em primeiro lugar, queríamos te agradecer por receber nossa equipe. Vamos lá então. Quais foram suas principais influências musicais?

Quando eu era mais jovem eram os Beatles. Minha mãe costumava pegar os singles e eu os tocava o tempo todo. Depois de um tempo, me espelhei em artistas "Glam" como David Bowie, Marc Bolan e Alice Cooper. Mas depois que vi o Genesis na "Foxtrot Tour", eu quis ser como eles. Foi uma experiência inspiradora. Eu vi a primeira tour do Deep Purple do álbum "Burn" e amei assim como a tour do "Dark Side of the Moon" do Pink Floyd e muitas outras bandas de rock clássicas no começo dos 70's, quando ainda estava na escola.

IMB. Conte-nos um pouco de sua experiência musical antes de se juntar ao Iron Maiden.

Eu sempre fiz música e tinha minha própria banda na escola chamada "Quantum". Nós fizemos alguns shows e aprendi muito desde então. Então quando eu tinha 16 anos eu entrei em turnê como tecladista na banda de suporte de um cantor de soul music chamado Al Mathews, que tinha um certo sucesso na metade dos 70's

IMB. Você já conhecia ou tinha ouvido o Iron Maiden antes de se juntar a banda?

Não. Eu jamais tinha ouvido-os antes de fazer a audição. Eu cresci em Bristol, cerca de 100 milhas (160 km) a oeste de Londres.

IMB. Como foi o processo para sua entrada na banda?

Eu vi um anúncio num jornal musical e liguei para o número (acho que foi Dennis Willcock que atendeu). Então me dirigi até o local do teste, fiz a audição e eles me ofereceram a vaga. Então me mudei para Londres para se juntar a banda.


IMB. Basicamente, qual era o set list tocado naquela época?

Todo o primeiro álbum mais a "The Ides of March".

IMB. Há alguma música que teve sua participação direta na composição?

Todos nós trabalhavámos duro nos arranjos para fazer a música soar o melhor que podíamos, mas sem composições, juro pelo meu nome.

IMB. Quais as melhores lembranças daquela época?

Os caras da banda eram altamente naturais e amigáveis. Com frequência nos encontrávamos para ir a algum pub para umas bebidas e ver outras bandas e "checá-las". Foi excitante ter se mudado para Londres e ter feito parte do cenário musical local.

IMB. Qual foi o real motivo de sua saída da banda?

Depois de um importante show que não foi muito bem, pareceu para mim que minha função como tecladista na banda não funcionava. A química não rolava. Ao mesmo tempo, tive o convite para se juntar a Brian James (da banda britânica de Punk "The Damned") e pensei que meu estilo cairia melhor naquela banda (chamava-se "Tanz Der Youth). Então liguei para Steve Harris e avisei a ele que estava deixando a banda.

IMB. Recentemente você se encontrou com Dennis Willcock, Terry Wapran e Barry Purkis, ou seja, 80% daquela formação. Como você se sentiu?

Foi muito emocionante. A última vez que tinha visto-os no mesmo lugar eu tinha 18 anos e minha carreira estava apenas começando. Agora, depois de tantos anos, foi realmente muito bom vê-los novamente.



IMB. Conte-nos um pouco sobre sua carreira pós Iron Maiden.

Eu passei um ano excursionando com o Tanz Der Youth com outras bandas como o "The Stranglers". Lançamos um single chamado "I'm Sorry. I'm Sorry" antes de separarmos. Depois me juntei a uma panda de rock progressivo chamada "England" por alguns anos. No começo dos anos 80 eu lancei minha própria música em uma banda chamada "Radio Java" que gravamos nos estúdios Abbey Road e tívemos um hit na Holanda no natal de 1983. Depois me juntei ao "Cutting Crew" onde excursionei e gravei com eles.


IMB. Qual o seu álbum predileto do Iron Maiden?

Eu ainda amo o primeiro álbum, até por que soa bem básico devido a produção em comparação com trabalhos de hoje em dia. As canções tem um significado para mim. Tem muita energia crua lá. Realmente é uma peça importante da NWOBHM.

IMB. Você conhece alguma banda de rock ou metal aqui do Brasil?

Não, infelizmente não. Eu adoraria ir e tocar no Brasil e ver esse país musical um dia.

IMB. Tony, mais uma vez, agradecemos demais sua atenção. Por favor, deixe uma mensagem para seus fãs brasileiros.

Muito obrigado a vocês pelo apoio. Mesmo tendo sido um membro do Iron Maiden a um bom tempo, o interesse de vocês em minha carreira e vosso amor pela música me inspiram. Mantenham a música viva em seus corações!

Para quem quiser conhecer o atual trabalho de Tony Moore, eis o novo single da cantora Ilona, composto por ele, e que deve ser lançado semana que vem.








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