O Legado De Paul Di’anno Parte 1 – O Início E Os Discos Com O Maiden


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Créditos: Iron Maiden Promo Photo
Falta menos de um mês para Paul Di’anno chegar ao Brasil trazendo sua ‘The Last Tour. Beirando os 55 anos, ‘The Beast’ – como ele gosta de ser chamado – decidiu que 2013 será o ano no qual deixará o competitivo mundo da música. A ideia do homem é dedicar-se mais à família e encontrar tempo para atividades corriqueiras. No entanto, antes de se despedir dos palcos, o vocalista preparou uma gira mundial que inclui o Brasil. Por aqui, o ex-integrante do Iron Maiden tem programado 12 shows entre os dias 27 de março e 27 de abril (datas e mais informações aqui www.abstratti.com.br/pauldianno). Em homenagem ao legado desse ícone do som pesado, a Abstratti Produtora – promotora oficial da derradeira turnê de Paul em território nacional – preparou um apanhado de sua trajetória como músico. O material será dividido em três partes: a primeira é sobre o início da carreira e os anos com a donzela de ferro. A segunda tratará sobre trabalhos solos e alguns projetos. Para encerrar, apresentaremos um resumo das três passagens de Paul pelo Brasil organizadas pela Abstratti (2009, 2010 e 2011).
Nascido na East London – área nordeste de Londres, Inglaterra – em 17 de maio de 1958, Paul Andrews envolveu-se com música desde jovem. Antes da fama, emprestou a voz para alguns grupos de sua região que não deram lá muito certo. Nesse tempo, ainda teria trabalhado como açougueiro para garantir uns trocados. Até que, em 1977, conheceu o baixista Steve Harris, que procurava alguém para assumir o posto de vocalista em sua banda de heavy metal. A partir daí, rolou o que todos já desconfiam.
Com sua voz feroz e menos aguda que a de boa parte dos cantores do cenário metálico na época, Di’anno entrou para o então incipiente Iron Maiden. Não demorou para o grupo ser enquadrado como destaque da nova onda do momento naqueles tempos, a NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal). Em 1979, o EPThe Soundhouse Tapes, gravado um ano antes, viu a luz do dia e mostrou que o Maiden estava no rumo certo. Com três composições (‘Prowler’, ‘Invasion’ e ‘Iron Maiden’), a bolachinha esgotou sua primeira prensagem em poucas semanas. A repercussão ajudou a conquistar o contrato com a major EMI/Capitol para o lançamento do primeiro full-length, o autointitulado Iron Maiden (1980). A partir daí, a donzela de ferro viu sua popularidade aumentar gradativamente. O disco tornou-se um clássico e tinha como diferencial uma pegada mais punk que a de congêneres daquele período.
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A estreia oficial do Maiden em disco tornou-se referência para estilos como thrash e speed metal. Muito dessa energia singular é contribuição de Paul Di’anno, que fugia do estereótipo de cantor de heavy metal, tanto estética quanto tecnicamente. Além, claro, de seu comportamento hedonista – que mais tarde foi apontado como o motivo de sua saída do grupo.
O debut dos britânicos já trazia clássicos: além de versões diferentes para ‘Prowler’ e ‘Iron Maiden’, estão ali faixas como ‘Remember Tomorrow’ e a sensacional ‘Running Free’ – peça chave no repertório do conjunto até hoje.
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Com o cheiro do sucesso pairando no ar, o Maiden continuou a todo o vapor. Em 1981, liberou seu segundo álbum, Killers. O trabalho trazia mais algumas pérolas na carreira do então quinteto, como ‘Wrathchild’ e ‘Murders In The Rue Morgue’.
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Aproveitando o bom momento, o grupo lançou no mesmo ano um EP ao vivo gravado no Japão. O nomeMaiden Japan é uma brincadeira com o clássico Made In Japan (1973), disco também ao vivo do Deep Purple.
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Além dos registros oficiais e do ao vivo no oriente, o Maiden da fase com Paul Di’anno também editou alguns singles, como ‘Women In Uniform’, ‘Sanctuary’, ‘Twilight Zone’ e ‘Purgatory’.
O estilo niilista de Paul acabou o levando para fora da banda. Festas exageradas e divergências com Steve Harris, líder do Maiden, culminaram com a saída do vocalista. Porém, sua importância na história da donzela é inegável. Para se ter ideia, só com os dois primeiros trabalhos, o Maiden já vendeu mais de 20 milhões de exemplares.
É fato que o alcance massivo e o sucesso comercial vieram mesmo com o substituto de Paul, o cantor Bruce Dickinson. No entanto, é errado minimizar o papel do primeiro frontman como um dos responsáveis por colocar o Maiden entre os grandes nomes do heavy metal.

- É inegável a importância de Paul Di’anno no inicio da banda. Importância essa que ecoa até hoje quando fãs relembram sua época e comparam trabalhos recentes com os primeiros registros da banda. A transgressão de regras retratada nas letras, o vocal furioso e a postura de Di’anno no palco levaram a banda a um patamar diferenciado. Era uma identidade própria e única entre tantas bandas que nasciam na época. Algo indomável. Isso tornava os shows do Iron Maiden algo marcante para cada um dos fãs. Di’anno participou de dois álbuns clássicos que vão além da história do Iron Maiden e que hoje são pedras fundamentais de um estilo que arrasta multidões de fãs fiéis. Ele é um dos responsáveis por isso, por ter vivido intensamente uma época e por permitir aos fãs, sejam velhos ou novos, a oportunidade de ainda vê-lo em ação, sem mudar, sendo um eterno membro da maior banda de heavy hetal do mundo – afirma Tiago Marques, fundador e editor do portal Iron Maiden Brasil (www.ironmaidenbrasil.com.br).
Texto Homero Pivotto Jr.

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