Um certo dia um amigo de longa data me fez esta pergunta, garanto que respondi na hora, por conta dos solos de Murray, Smith e Gers, pelas impressionantes linhas de baixo de Harris e pelo excelente vocal de Dickinson, e pelo excelente baterista McBrain, mas aquela resposta foi tão vaga quanto um estádio de futebol em dia de semana...
Então comecei a me perguntar o porque que o Iron Maiden mexeu comigo?
Bom para responder esta pergunta é muito simples e ao mesmo tempo complexo, para começar a responder eu tenho que voltar a 7 anos atrás, eu estava na escola ainda, não sabia o que era Rock muito menos o que era Heavy Metal.
Minha família todos, inclusive eu, tem formação evangélica, e por isso sempre fui educado ouvindo hinos da igreja e de cantores evangélicos, mas um dia, meio que por bruxaria encontrei empoeirado e meio que escondido duas impressionantes fitas K7 – que foram me roubadas à alguns anos atrás – contendo o nome da banda, um em amarelo e o outro em azul e logo abaixo as inscrições The Piece of Mind e Live afther death vol 2, lembrei que uns anos antes eu havia encontrado essas fitas e achei o nome que aparecia era quase igual ao meu – meu nome é Eron – pra minha cabeça de criança era só trocar o I pelo E que formava meu nome.
Mas naquele momento, um pouco mais velho, soube analisar bem o que estava em minhas mãos, garanto que a caveira amarrada a correntes em um lugar que parecia acolchoado me levou a pensar muitas coisas, e o outro contendo uma outra caveira saindo de um tumulo levando um raio na cabeça, pensei meu Deus que coisa demoníaca deveria conter essa fita...
Na época em que eu achei os k7’s eu se quer tinha um tocador para ouvir aquelas estranhas fitas, salvando elas da destruição – ou da gravação de coisas por cima do conteúdo original, uma coisa que as crianças de hoje nem sabe o que é... pena – estranhamente eu as guardei com a minha própria vida, e escondi - as dos olhos dos meus pais.
Um certo dia, meu pai apareceu com um tocador de fita e eu esperei o momento certo para ouvir o conteúdo - sozinho obviamente – o problema era que como eu e minha família sempre fomos muito unidos, sempre tinha alguém em casa, até que finalmente em um belo dia ouvi as primeiras batidas da bateria e os primeiros acordes de “Where Eagles Dare”, a voz estridente de Dickison cantando “it’s snowing outside, the rumbling sound of engines roar in the night” logicamente que na época eu não entendi uma palavra do que ele disse, mas meu coração começou a bater no ritmo da musica, no ritmo dizendo “Where Eagles Daaaaaare”...
E ouvindo o solo que até hoje me arrepia, onde possivelmente se fechar os olhos você enxerga alguém solando – na época não tinha noção de quem era os integrantes da banda – fora os barulhos de tiros atrás dos solos.
Finalmente os 45 minutos de fita distribuídos em dois lados se acabaram e o “tick” do play do pequeno tocador que se soltara automaticamente, eu sinceramente não sabia o que eu tinha ouvido.
Meus ouvidos acostumados a ouvir hinos evangélicos e coisas convencionais que tocavam na escola, não sabiam realmente o que tinha ouvido, eu que dizia que não gostava de rock por ter ouvido outros exemplos, nem lembro os nomes das primeiras bandas que eu ouvi, mas o Iron Maiden mudou aquilo.
Naquele dia nem consegui ouvir o Live Afther Death, fui embora para escola, foi na época em que eu estudava a noite, e fiquei com aquilo na minha cabeça.
Na época conheci um cara, que hoje é um dos meus melhores amigos, ele estava começando a aprender a tocar baixo, e eu ia quase que diariamente para a casa dele, ele é um cara bem eclético, gosta de tudo, o irmão dele - que é mais velho uns três anos – tinha um gosto mais levado para o Rock n’ Roll, e um dos CD’s de diversas musicas, tinha uma que começava logo depois de Burn do Deep Purple, começando como começa uma musica ao vivo, dizendo “ a light in the black... o just in Fear of the Dark” logo depois, aquele começo impressionante, o mais impressionante do que eu já ouvi na minha vida,
Com o coro dizendo “ooooooo” no ritmo da musica, aquela musica de repente me chamou a atenção, até parei a conversa, perguntei pro meu amigo que musica é essa?
Ele: - Não sei, é do cd do meu irmão...
Logo o irmão dele apareceu e falou que era Fear of the Dark do Iron Maiden, eu pensei não pode ser, era a mesma banda que eu ouvira uns dias antes, logo pensei deve ser outro vocalista.
A minha gana pelo Iron, começou a fazer efeito, logo mostrei as fitas para o meu pai, que me disse que tinha ganhado elas de presente, mas que ele nunca havia gostado muito – depois descobri que meu pai é muito fã do Van Hallen - e que não tinha tido coragem de desgravar as pobres coitadas...
Depois de apresentado as fitas para os meus pais, eu comecei a ouvir mais, e mais, e mais e mais, se tornou uma droga, todos os dias eu tinha que ouvir o Piece Of Mind ou o Live Afther Death.
Um tempo depois, minha mãe comprou o nosso primeiro computador, ainda sem internet – porque naquela época a banda larga ainda era cara demais – eu comecei a garimpar entre os meus amigos os cds do Iron Maiden, foi quando eu ouvi Brave New World, o terceiro álbum que ouvi da banda com outro estilo totalmente diferente do que os outros dois que eu tinha ouvido e muito diferente de Fear Of the Dark...
Bom depois de ter a minha sonhada internet em casa, pesquisei sobre as letras, quem foram os integrantes do Maiden, apareceram Paul Di’Anno e Blaze Bayley, qual era o contexto que a banda tinha sido formada, as dificuldades de Harris, as soluções de Dickinson, duvido que tenha uma outra banda que se compare com a historia do Maiden.
Essa paixão pelos 6 integrantes da banda inglesa, e saber que The Number Of the Beast não tem nada a ver com a aclamação pelo demônio, só me fizeram ser mais fã dos caras. Logo depois de começar ouvir o Maiden, eu comprei um baixo e aprendi a tocar, fiquei em uma banda durante 5 anos compondo e cantando, e com meu estilo no baixo moldado entre Steve Harris, Duff McKagan (Guns n’ Roses) e Markus Grosskopf (Halloween), e no vocal moldado entre Bruce Dickinson, Blaze Bayley, Raul Seixas e Dinho Ouro Preto, posso dizer que 90% do cara que eu era, foi mudando ao decorrer do tempo por causa do Maiden.
Hoje se me perguntarem, porque que você é fã do Iron Maiden?
Eu responderei: Por que não teve uma banda no mundo que tenha mudado meu coração, minha mente, meus pensamentos como o Iron Maiden mudou, por causa dele que eu mudei minha maneira de ver o mundo, deixei conceitos pré - estabelecidos de lado e comecei uma vida nova...
Se a pessoa não entender, eu explico novamente dizendo simplesmente: Por que os caras são foda.
Eron Alves é leitor do IMBNoticias e possui um Blog - http://eronalves.wordpress.com
Então comecei a me perguntar o porque que o Iron Maiden mexeu comigo?
Bom para responder esta pergunta é muito simples e ao mesmo tempo complexo, para começar a responder eu tenho que voltar a 7 anos atrás, eu estava na escola ainda, não sabia o que era Rock muito menos o que era Heavy Metal.
Minha família todos, inclusive eu, tem formação evangélica, e por isso sempre fui educado ouvindo hinos da igreja e de cantores evangélicos, mas um dia, meio que por bruxaria encontrei empoeirado e meio que escondido duas impressionantes fitas K7 – que foram me roubadas à alguns anos atrás – contendo o nome da banda, um em amarelo e o outro em azul e logo abaixo as inscrições The Piece of Mind e Live afther death vol 2, lembrei que uns anos antes eu havia encontrado essas fitas e achei o nome que aparecia era quase igual ao meu – meu nome é Eron – pra minha cabeça de criança era só trocar o I pelo E que formava meu nome.
Mas naquele momento, um pouco mais velho, soube analisar bem o que estava em minhas mãos, garanto que a caveira amarrada a correntes em um lugar que parecia acolchoado me levou a pensar muitas coisas, e o outro contendo uma outra caveira saindo de um tumulo levando um raio na cabeça, pensei meu Deus que coisa demoníaca deveria conter essa fita...
Na época em que eu achei os k7’s eu se quer tinha um tocador para ouvir aquelas estranhas fitas, salvando elas da destruição – ou da gravação de coisas por cima do conteúdo original, uma coisa que as crianças de hoje nem sabe o que é... pena – estranhamente eu as guardei com a minha própria vida, e escondi - as dos olhos dos meus pais.
Um certo dia, meu pai apareceu com um tocador de fita e eu esperei o momento certo para ouvir o conteúdo - sozinho obviamente – o problema era que como eu e minha família sempre fomos muito unidos, sempre tinha alguém em casa, até que finalmente em um belo dia ouvi as primeiras batidas da bateria e os primeiros acordes de “Where Eagles Dare”, a voz estridente de Dickison cantando “it’s snowing outside, the rumbling sound of engines roar in the night” logicamente que na época eu não entendi uma palavra do que ele disse, mas meu coração começou a bater no ritmo da musica, no ritmo dizendo “Where Eagles Daaaaaare”...
E ouvindo o solo que até hoje me arrepia, onde possivelmente se fechar os olhos você enxerga alguém solando – na época não tinha noção de quem era os integrantes da banda – fora os barulhos de tiros atrás dos solos.
Finalmente os 45 minutos de fita distribuídos em dois lados se acabaram e o “tick” do play do pequeno tocador que se soltara automaticamente, eu sinceramente não sabia o que eu tinha ouvido.
Meus ouvidos acostumados a ouvir hinos evangélicos e coisas convencionais que tocavam na escola, não sabiam realmente o que tinha ouvido, eu que dizia que não gostava de rock por ter ouvido outros exemplos, nem lembro os nomes das primeiras bandas que eu ouvi, mas o Iron Maiden mudou aquilo.
Naquele dia nem consegui ouvir o Live Afther Death, fui embora para escola, foi na época em que eu estudava a noite, e fiquei com aquilo na minha cabeça.
Na época conheci um cara, que hoje é um dos meus melhores amigos, ele estava começando a aprender a tocar baixo, e eu ia quase que diariamente para a casa dele, ele é um cara bem eclético, gosta de tudo, o irmão dele - que é mais velho uns três anos – tinha um gosto mais levado para o Rock n’ Roll, e um dos CD’s de diversas musicas, tinha uma que começava logo depois de Burn do Deep Purple, começando como começa uma musica ao vivo, dizendo “ a light in the black... o just in Fear of the Dark” logo depois, aquele começo impressionante, o mais impressionante do que eu já ouvi na minha vida,
Com o coro dizendo “ooooooo” no ritmo da musica, aquela musica de repente me chamou a atenção, até parei a conversa, perguntei pro meu amigo que musica é essa?
Ele: - Não sei, é do cd do meu irmão...
Logo o irmão dele apareceu e falou que era Fear of the Dark do Iron Maiden, eu pensei não pode ser, era a mesma banda que eu ouvira uns dias antes, logo pensei deve ser outro vocalista.
A minha gana pelo Iron, começou a fazer efeito, logo mostrei as fitas para o meu pai, que me disse que tinha ganhado elas de presente, mas que ele nunca havia gostado muito – depois descobri que meu pai é muito fã do Van Hallen - e que não tinha tido coragem de desgravar as pobres coitadas...
Depois de apresentado as fitas para os meus pais, eu comecei a ouvir mais, e mais, e mais e mais, se tornou uma droga, todos os dias eu tinha que ouvir o Piece Of Mind ou o Live Afther Death.
Um tempo depois, minha mãe comprou o nosso primeiro computador, ainda sem internet – porque naquela época a banda larga ainda era cara demais – eu comecei a garimpar entre os meus amigos os cds do Iron Maiden, foi quando eu ouvi Brave New World, o terceiro álbum que ouvi da banda com outro estilo totalmente diferente do que os outros dois que eu tinha ouvido e muito diferente de Fear Of the Dark...
Bom depois de ter a minha sonhada internet em casa, pesquisei sobre as letras, quem foram os integrantes do Maiden, apareceram Paul Di’Anno e Blaze Bayley, qual era o contexto que a banda tinha sido formada, as dificuldades de Harris, as soluções de Dickinson, duvido que tenha uma outra banda que se compare com a historia do Maiden.
Essa paixão pelos 6 integrantes da banda inglesa, e saber que The Number Of the Beast não tem nada a ver com a aclamação pelo demônio, só me fizeram ser mais fã dos caras. Logo depois de começar ouvir o Maiden, eu comprei um baixo e aprendi a tocar, fiquei em uma banda durante 5 anos compondo e cantando, e com meu estilo no baixo moldado entre Steve Harris, Duff McKagan (Guns n’ Roses) e Markus Grosskopf (Halloween), e no vocal moldado entre Bruce Dickinson, Blaze Bayley, Raul Seixas e Dinho Ouro Preto, posso dizer que 90% do cara que eu era, foi mudando ao decorrer do tempo por causa do Maiden.
Hoje se me perguntarem, porque que você é fã do Iron Maiden?
Eu responderei: Por que não teve uma banda no mundo que tenha mudado meu coração, minha mente, meus pensamentos como o Iron Maiden mudou, por causa dele que eu mudei minha maneira de ver o mundo, deixei conceitos pré - estabelecidos de lado e comecei uma vida nova...
Se a pessoa não entender, eu explico novamente dizendo simplesmente: Por que os caras são foda.
Eron Alves é leitor do IMBNoticias e possui um Blog - http://eronalves.wordpress.com