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O primeiro veículo a resenhar o aguardado primeiro disco solo de Steve Harris, baixista do Iron Maiden, foi a tradicional revista inglesa Kerrang. O jornalista Nick Ruskell escreveu um review sobre o trabalho. Ficou curioso para saber o que ele achou do álbum? Então acomode-se e leia abaixo:
Seja como líder ou principal compositor do Iron Maiden, Steve Harris é um dos mais importantes nomes da história do heavy metal. Ele é muito bom no que faz - 15 álbuns gravados, 85 milhões de discos vendidos -, e o Maiden continua sendo uma das maiores bandas do planeta. Apesar disso, uma das maiores surpresas de 2012 foi a notícia de que Steve estava gravando o seu primeiro disco solo - a primeira vez que Harris grava algo fora do Iron Maiden em seus mais de 30 anos de carreira. Isso fez surgir uma questão interessante: que direcionamento musical esse disco teria e que levou Steve a decidir que a única forma que ele poderia ser lançado seria como um álbum solo? E o que você espera ouvir aqui? Country? Rap? Dubstep?
A realidade é bem menos extrema. Desenvolvido ao lado de alguns velhos amigos durante anos, músicos esses que fizeram parte de uma desconhecida banda chamada British Lion, as dez músicas que compõe a estreia solo de Steve Harris ainda são pesadas, com riffs orientados para o rock e o heavy metal, porém não espere ouvir nada parecido com o Iron Maiden - as faixas realmente não se encaixariam em um disco do grupo. A abertura matadora com "This is My God", por exemplo, tem um riff lamacento banhado em wah-wah e que não está muito distante dos melhores momentos do Alice in Chains. O trabalho segue com o agitado prog metal "Lost Worlds", que conta com um riff em stacatto e um grande e melodioso refrão onde o vocalista Richard Taylor soa muito diferente de tudo o que Bruce Dickinson já fez. O turbilhão de guitarras e a maneira mais lenta de Taylor cantar em "Karma Killer" aumentam ainda mais a distância caminhando por algumas experimentações, enquanto "Judas" é um rock pesado pra bater cabeça e com um grande refrão.
Naturalmente, alguns elementos da sonoridade do Iron Maiden surgem em certas passagens, como as guitarras gêmeas de David Hawkins e Graham Leslie em "Us Against the World". Pela quantidade de músicas do Maiden com a assinatura de Harris (mais de 100), não há razão para não esperar algo nessa linha. Entretanto, British Lion mostra o trabalho de um incrível compositor pisando fora da sua zona de conforto e se provocando para fazer algo diferente, cercado por ótimos músicos.
Como o projeto de Adrian Smith, o Primal Rock Rebellion, lançado no início deste ano, British Lion não é uma ameaça ao Iron Maiden e não significa que alguma coisa de errado esteja acontecendo com a banda. É apenas o som de Steve Harris exercitando os músculos como normalmente não faz, e o resultado é uma verdadeira explosão!
A melhor notícia para você é que British Lion é um excelente disco.
Tradução: Ricardo Seelig (Collectors Room)
STEVE HARRIS: Review da Kerrang para British Lion
segunda-feira, setembro 10, 2012
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