IRON MAIDEN: O que há de mais “Cult” está no Metal da banda

Por Aloysio França para o site megalomania1




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Você pode usar o termo “Cult”, “intelectuais”, ou pode dizer “seguidores de obscuridades literárias e artísticas”, tanto faz. O que é que este público Cult ouve afinal de contas? Indie? Música Eletrônica? Sons experimentais com gênero indefinível? Bom, tenho que dizer algo a essas pessoas: Estão no caminho errado! Não existe banda mais Cult neste mundo que o Iron Maiden. Eu sei que alguns leigos ainda acham que suas letras são satânicas (!?) mas a verdade é que quase tudo o que o Iron cria vem de algum livro que eles leram, poesias, filmes e até história mundial. Fiz uma seleção de músicas de várias épocas da banda que se encaixam bem nesta denominação.

Phantom of the Opera – Esta música do álbum de estréia da banda fala da obra literária chamada O Fantasma da Ópera (obviamente) escrita pelo francês Gaston Leroux em 1910. Já inúmeras vezes adaptada para o teatro e para o cinema e definitivamente popularizada como um musical feito para a Broadway.

The Ides of March – É a música que abre o Killers, segundo álbum da banda. Apesar de ser uma música instrumental, no próprio nome Ides of March há uma referência a algo histórico. Ides of March (Idos de Março) era uma expressão usada pelo antigo império romano para referir o 15° dia de cada mês, muito provavelmente usado para marcar a lua cheia. A palavra ides vem do latim “Idus”que quer dizer metade (usada para datas e calendários). Os Idos de Março também ficaram conhecidos por terem sido festejados e dedicados à Marte, o deus romano da guerra.

Murders in the Rue Morgue – Essa música tem uma participação especial na minha iniciação literária. Murders in the Rue Morgue (Os Assassinatos na Rua Morgue) é um conto clássico escrito por um dos pais da literatura gótica, Edgar Allan Poe, publicado pela primeira vez na revista Graham’s Magazine em 1841. Minha recomendação pessoal para todos!

Genghis Khan – Mais uma instrumental do Killers, essa música tem o nome de Genghis Khan, o guerreiro e conquistador mongol da idade média.

Children of the Damned – Esta música está no The Number of the Beast e faz referência ao filme homônimo de ficção científca lançado em 1964 pelo diretor Anton Leader.

The Prisoner – A terceira e bela faixa do The Number of The Beast foi inspirada no seriado inglês The Prisoner da década de 60. Recentemente foi feito um remake desta série e embora eu não tenha visto, me inclinei a esta idéia, pois ouvi críticas muito boas.

Where Eagles Dare – Esta música maravilhosa pertence ao Piece of Mind e fala sobre o filme homônimo de 1968 dirigido por Brian G. Hutton e estrelado por ninguém menos que Clint Eastwood. Seu roteiro fala sobre a Segunda Guerra Mundial.

The Trooper – Veio da poesia “The Charge of The Light Brigade” de Lord Tennyson inspirada na Batalha da Balaclava. Esta batalha foi um importante episódio da Guerra da Criméia de 1854, que embora passe batido pelas aulas de história dos brasileiros, foi de grande importância para a história da Inglaterra e da Rússia. Vale a pena dar uma pesquisada.

To Tame A Land – Esta música do Piece Of Mind fala do romance chamado “Duna” do norte-americano Frank Herber publicado em 1965. Esta obra de ficção científica aborda também filosofia, psicologia e religião. Além de ter sido extremamente aclamada pela crítica foi também um sucesso comercial da época.

Aces High – A épica música de abertura do Powerslave é outra aula de história. Narra os acontecimentos em torno de um piloto da força aérea inglesa na Batalha da Grã-Bretanha ocorrida na Segunda Guerra Mundial, em combate com caças da Deutsche Luftwaffe. A música chega a citar o ME-109 (abreviação de Messerschmitt Bf 109), um famoso caça alemão usado pelos nazistas.

Alexander The Great – Este tesouro do Heavy Metal está no Somewhere In Time e obviamente conta a história de Alexandre Magno, um dos maiores conquistadores do mundo antigo.

The Evil That Men Do – O título deste clássico foi tirado de uma obra de William Shakespeare chamada Julius Caesar e cita o discurso feito por Marco Antônio após o assassinato de Júlio Cesar da Roma antiga:”The evil that men do lives after them; The good is oft interred with their bones.”(O mal que os homens fazem vive depois deles; O bem é muitas vezes enterrado com seus ossos).

Lord Of The Flies – O segundo som do subestimado X-Factor é baseado no sensacional livro de mesmo nome (lançado no Brasil como “O Senhor das Moscas”) de William Golding, vencedor do Prêmio Nobel em 1983.

The Edge Of Darkness – Esta música é baseada em um dos melhores filmes da história, Apocalypse Now, dirigido pelo consagrado Francis Ford Coppola em 1979. Alguns trechos da letra foram tirados diretamente das falas dos personagens do filme.

Brave New World – A capa do álbum e a música fazem alusão ao livro Brave New World conhecido no Brasil como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Um livro extraordinário!

Esta lista não é nem de longe tudo que o Iron Maiden tem pra oferecer de narrações culturais. Seu material é repleto de insinuações literárias como Rime of Ancient Mariner, The Fugitive, Flight Of Icarus, os dizeres na capa do Live After Death, e muitos outros. Relatei apenas alguns dos nomes que talvez possam motivar alguém a se introduzir no universo literário. Até mesmo o nome da banda faz referência a um filme da década de 70. Bruce Dickinson em sua carreira solo gravou um álbum parcialmente inspirado em Willian Blake, um poeta e pintor inglês do século XVIII.

A intenção de escrever este artigo não é apenas mostrar que os integrantes do Iron Maiden são muito dedicados à leitura e ao cinema, mas sim mostrar o que o universo do Metal tem muito mais pra oferecer do que apenas música. Outras bandas como Metallica, Grave Digger, Blind Guardian e mais uma infinidade, também divulgam trabalhos dignos de consideração. Eles estão usando seu poder de voz para mostrar ao mundo um conjunto de criações ricas e diversificadas que só tem a acrescentar às nossas vidas. Aumentam o nosso repertório de informações e nos tornam mais inteligentes.

Enfim, quer ser culto? Quer ser intelectual? Então leve o metal mais a sério!

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