A História da New Wave Of British Heavy Metal Part I

Como já é de conhecimento dos maníacos por heavy metal antigo, a década de 80 foi sem sombra de dúvida a mais prolífica em se tratando do surgimento de bandas de rock pesado. Muitas não conseguiram gravar sequer um álbum, lançaram apenas demos, mas mesmo assim ficaram em nossos corações rockeiros com muito orgulho.

Inúmeras bandas conseguiram lançar singles, outras álbuns completos e EP’s, muitos destes itens raríssimos e dificílimos de encontrar. Outras obtiveram mais sorte conseguindo bons contratos com grandes gravadoras, tendo assim a oportunidade de lançar muitos discos para deleite de nós, incomensuráveis fãs. E sem muitas delongas, tentarei explanar nas próximas humildes páginas este maravilhoso "boom" de heavy metal, a nomeada "New Wave Of British Heavy Metal".

Bem, obviamente tudo começou na Inglaterra (ótimas bandas também surgiram na década de 80 em outros países como Estados Unidos, Espanha, França, etc., mas vamos nos concentrar primeiramente no "berço", ou seja, nossa querida Inglaterra). Um crítico de uma revista inglesa musical da época batizou este levante metálico de "New Wave Of British Heavy Metal", uma sacada irônica para com a moda pop new wave em voga na época (vide B-52’s, Go-go’s, Devo, etc.). O punk também reinava com a explosão de 1977 com as bandas Sex Pistols, The Clash, Dead Kennedys, Exploited, etc. E na ocasião, quem gostava de heavy metal se encontrava órfão, pois até a malfadada disco-music assombrava a galera de então. Pois bem, quando tudo parecia perdido e muitos diziam que o heavy metal estava morto (na verdade estava só adormecido), eis que como uma autêntica fênix, nosso querido e amado metal renasce das cinzas. Para se ter uma idéia, os grandes monstros sagrados do rock pesado haviam terminado ou sofriam com as constantes trocas de componentes no fim da década de 70 e começo da de 80. Exemplos: O Led Zeppelin havia anunciado a sua dissolução devido à morte do batera John Bonham por causa de sua famosa ingestão de quarenta doses de vodka. O Deep Purple e o Black Sabbath tentavam dar a volta por cima após a saída de seus vocalistas, respectivamente Ian Gillan e Ozzy Osbourne. Na época entrariam para os postos o desconhecido David Coverdale para o Purple e nada mais nada menos do que Ronnie James Dio (ex-ELF e ex-Rainbow) para o Sabbath. Ian Gillan cantaria no Sabbath, antes de sua volta para o Purple, no ótimo álbum Born Again de 1983, surpreendendo a todos. Já outras bandas como Uriah Heep, Blue Oyster Cult, Grand Funk e Budgie, apesar de excelentes, não conseguiam mais segurar a onda.
Sendo assim, os verdadeiros amantes do heavy metal, cansados da mediocridade musical da época (vide pop, punk e disco-music), resolvem empunhar as guitarras como um brado e resgatar de uma vez a semente plantada pelos monstros sagrados. E o surgimento deste levante impulsionou o heavy metal de volta ao lugar que ele merece, ou seja o topo.
Analisaremos a seguir estas bandas, dando na medida do possível alguns toques a respeito dos principais integrantes, melhores discos (na minha opinião, é claro), faixas destacadas, etc., começando obviamente com as bandas que fazem parte de meu acervo discográfico. E não poderia deixar de começar pela melhor banda do movimento NWOBHM e melhor banda de heavy metal de todos os tempos (empatando pau a pau com o Black Sabbath). Estou falando do:


IRON MAIDEN - Quando se fala em metal pesado, ou apenas rock and roll de uma maneira geral, fala-se em Iron Maiden. Na minha humilde opinião o disco Piece Of Mind, o quarto de estúdio, sintetiza todo o rock pesado desde os primórdios até hoje em dia. Com certeza ele estaria incluído nos cinco discos que levaria até uma ilha deserta. Os outros quatro são... bem, por enquanto deixa pra lá. Pois é, quem é fã ou ao menos gosta de metal, concorda comigo. Lançado em 1983, no auge da NWOBHM, o Iron conseguiu algo que parecia impossível, pois este disco superou (volto a frisar... "em minha opinião") a obra-prima The Number Of The Beast lançado um ano antes. Piece Of Mind é um álbum coeso, forte, enigmático e maravilhoso. Começa arrebentando com a "esmaga-crânios" Where Eagles Dare e termina com a épica To Tame A Land. Sem falar de outras pedradas como Revelations, Flight of Icarus e The Trooper. A capa, as letras, o som e sobretudo o entrosamento perfeito de Bruce Dickinson (vocais), Steve Harris (baixo), Adrian Smith e Dave Murray (guitarras) e a estréia de Nicko Mcbrain (ex- Trust) substituindo o insubstituível Clive Burr na batera, nos levam ao delírio e a refletir como o heavy metal é grandioso e apaixonante. O Maiden aterrissou em terras tupiniquins nada mais nada menos do que quatro vezes e talvez faça uma quinta aparição no Rock In Rio 3 com a velha – nova formação (um sexteto, já que Janick Geers continua apesar da volta de Adrian Smith). Aguardamos ansiosamente esta nova vinda e pelo novo disco, o 12° álbum de estúdio. "Longa vida a Donzela de Ferro".


SAXON - Outra excelente banda, bem no estilo do Iron Maiden. O carisma de seu vocalista Biff Byford, dono de um timbre inconfundível, é digno de nota. Arrebatou muitos fãs ao redor do mundo e seu melhor disco, na minha humilde opinião, é Power and Glory (a faixa auto-intitulada é de arregaçar), apesar de que muitos apontem Crusader seu melhor disco, sem falar do potente ao vivo The Eagle Has Landed. Visitou-nos duas vezes e o show no Palace foi um dos melhores que já vi em minha vida; três horas de pura energia!! Atualmente Biff Byford luta na justiça contra ex-integrantes do Saxon que alegam ter direito sobre o nome. Estes ex-integrantes se apresentam atualmente com o singelo nome de Son of A Bitch, curiosamente o primeiro nome do Saxon.


DEF LEPPARD - Seus dois primeiros discos On Through The Night e High’N’Dry são muito bons, nos fazem relembrar de grandes bandas dos anos 70 como Thin Lizzy e UFO, mas depois amaciaram muito o som apelando para o comercialismo de FM’s. Uma pena, apesar de que seus álbuns subsequentes foram sucesso de venda. Conseguiram obviamente muitas fãs não muito adeptos do metal pesado, mas eu particularmente não aprovo isso. Os dois primeiros discos sintetizam a NWOBHM e só eles já valem para conhecer o Def Leppard. Duas notas tristes: a morte de um dos guitarristas por overdose e a perda de um braço do batera em um acidente.



GIRLSCHOLL - Uma banda formada apenas por mulheres, assim como as Runaways e no começo tiveram muito apoio do pessoal do Motörhead; saíram juntos em turnês, inclusive. Seu som era um heavy/rock bem básico, raivoso, com muita energia e com pitadas de... Motörhead (sintomático, não é?). Os discos Demolition e Hit And Run são a prova disso.



RAVEN - Uma das mais rápidas da NWOBHM. Seus três primeiros discos são irrepreensíveis e o duplo ao vivo Live at the inferno mostra toda a fúria deste power-trio do metal. Em determinado ponto da carreira quiseram amaciar seu poderoso som percebendo logo em seguida que isso era uma besteira. Os reais headbangers nunca aprovam que sua banda preferida se venda!!! Jamais!! Logo após dois pecados cometidos (Stay Hard e The Pack is Back – na verdade não eram tão ruins assim), voltaram com o razoável Life is a Bitch, conseguindo depois a redenção com o ótimo Nothing Exceeds Like Excess. Estão vendo? Boiolagem também tem cura.



TYGERS OF PAN TANG - Outra bandaça bem na linha de Thin Lizzy. Foi responsável pelo surgimento do guitarrista John Sykes que tocou no excelente disco Spellbound, o segundo da carreira do Tygers. Depois Sykes formaria o Blue Murder e participaria do próprio Thin Lizzy e do Whitesnake. Infelizmente a banda acabou prematuramente; tinha grande potencial, mas deixou-nos grandes legados como o dèbut Wild Cat e o já citado Spellbound. O vocalista original Jess Cox hoje é um dos diretores da grande gravadora inglesa Neat Records e responsável pelo relançamento de toda a discografia de sua ex-banda recheada de faixas bônus. Imperdível.


ANGEL WITCH - Uma das minhas preferidas. Sem dúvida uma das fiéis seguidoras do estilo do saudoso Black Sabbath, sobretudo na parte lírica. Seu primeiro disco auto-intitulado, antológico, traz a arrepiante faixa Angel of Death (nada a ver com a homônima do Slayer) e assim como muitas outras bandas acabou cedo (dizem que se reunirão novamente agora em 2000, esperamos que sim). Alguns de seus integrantes formariam o Tytan juntamente com ex-membros de outra lenda da NWOBHM, o A II Z. Esta última lançou seu dèbut ao vivo (The Witches of Berkeley), uma raridade. Sendo assim podemos afirmar que ouvir Angel Witch é uma experiência incomum e muitas bandas de death, thrash e black metal que surgiriam posteriormente citam Angel Witch como grande influência.


DIAMOND HEAD - Se possuíssem mais sorte fariam frente aos baluartes do heavy metal como Iron, Saxon e Cia., pois competência era o que não faltava. Simplesmente uma das melhores bandas da atualidade gravou "apenas" quatro covers do Diamond Head em seu disco Garage Inc. Que banda é essa? Ora... Metallica! Seu batera, Lars Ulrich, fanático pela NWOBHM, inclusive idealizou uma excelente coletânea dupla com suas bandas e músicas favoritas chamada NWOBHM’79 Revisited. Esta coletânea saiu pela gravadora Metal Blade. Sem dúvida, uma das maiores influências do Metallica foi Diamond Head que lançou no começo da carreira uma pequena obra-prima de nome Lightning to the Nations com pérolas como I Am Evil, The Prince e a erótica Suckying my Love. Seu vocalista era muito bom e a música uma mistura de agressividade com um som melódico sem ser contudo comercial. Tentaram uma volta com o disco Death and Progress com participação de Tony Iommi (guitarrista do Black Sabbath) e apesar do disco não ser ruim, ficou muito aquém das maravilhas dos anos 80.


JAGUAR - Esta é uma banda das mais esquisitas. Seu dèbut Power Games foi um dos melhores lançamentos metálicos da época; tenho a versão em vinil lançado pela Continental, vejam só. Este disco é uma maravilha, som rápido, vibrante, energético (parece propaganda de Gatorade), etc. Pois bem, tudo levava a crer que o segundo viria na mesma linha ou até melhor... pois é, viria... O segundo álbum This Time é uma verdadeira "merda", desculpem o palavreado. Lembro-me que quando comprei esta "coisa" e ouvi, pensei: "Não é possível, não pode ser o Jaguar... talvez uma outra banda com o mesmo nome". Qual nada! Para o meu desespero era a mesma banda . Quase quebrei o disco de raiva. Não é possível fazer um excepcional dèbut e depois "cometer" uma heresia logo após. Quiseram se vender e caíram do cavalo. Não conseguiram novos fãs e perderam os antigos. Mas o rock and roll têm muito disso infelizmente. Cogita-se uma possível volta do Jaguar, mas se for para lançar algo como This Time, que continuem no anonimato. Fiquemos com o magistral Power Games.


VENOM - Esta banda maldita, odiada por uns e amada por outros talvez não devesse estar englobada na NWOBHM e sim numa matéria de black metal, mas enfim... O nome de seu disco definitivo é, paradoxalmente, Black Metal, mas o som propriamente dito é um heavy/speed com temática pesada; digamos um encontro de Sabbath com Motörhead. Se tiverem a oportunidade, assistam o sensacional vídeo Ultimate Revenge onde tocam além do Venom, o Slayer e o Exodus. Um momento engraçado do vídeo é quando Cronos, vocalista e baixista, tenta quebrar seu baixo com a perna e quase quebra a própria perna! Mas podem falar o que quiserem, o Venom foi tido como uma aberração, ruindade mesmo, mas a verdade é que eles foram os principais influenciadores, juntamente com os suiços do Hellhammer (depois Celtic Frost) e o sueco Bathory de uma leva de bandas de black metal malditas que surgiriam nos anos 90. Junto com a banda americana Cirith Ungol foram tidos como as piores bandas de metal de todos os tempos, uma injustiça, apesar das palhaçadas de Cronos e dos vocais esganiçados de Tim Baker do Cirith Ungol, grupo este que nos dava um som extremamente trabalhado e devoto de Black Sabbath. Uma pena que os críticos acabaram com eles. Em tempo: Estamos falando de heavy inglês dos anos 80, mas apesar do Citith Ungol ser ianque vale destacar que os dois primeiros belíssimos discos – Frost and Fire e King of Dead – saíram no Brasil em vinil com as capas trocadas entre si. Há! E o terceiro – One Foot in Hell – é uma obra-prima. Fodam-se os críticos!!


QUARTZ - Seu primeiro disco foi produzido por nada mais nada menos do que Tony Iommi, sendo assim a sonoridade como era de esperar se assemelhava (um pouco) com o grande Black Sabbath (é incrível, mas se o Sabbath não existisse não apareceriam 70% das bandas de metal que hoje conhecemos). Mas assim como muitas outras não conseguiram uma melhor sorte apesar da boa musicalidade.


WITCHFINDER GENERAL - E dá-lhe mais Black Sabbath, para profundo agradecimento de nós, humildes fãs. Esta banda é extremamente cultuada e seus dois primeiros discos de estúdio são geniais. São eles: Death Penalty e Friends of hell. Itens dificílimos de encontrar em suas versões originais em vinil. Quem têm tem, quem não têm ... chora! E eu choro! Mas a gloriosa gravadora Heavy Metal Records num arremedo de sanidade genial lançou os dois discos em CD’s para a nossa felicidade antes que as cópias originais dos plays sumissem do mapa. O som é Sabbath puro misturado à sonoridade peculiar da NWOBHM. As capas também são chocantes, com os membros da banda vestidos de inquisitores prontos para degolar algumas bruxas. Se não estou enganado, algum membro do Witchfinder General está tocando, ou tocou, com a banda black metal Cradle of Filth.


TANK - Este "tanque" na verdadeira concepção da palavra foge um pouco das características da NWOBHM assim como o Venom, pois seu som é muito difícil de rotular. Digamos que seja uma mistura de punk, Motörhead (de novo) e heavy tradicional. Seus álbuns originais também são difíceis de encontrar (só importados), mas um disco auto-intitulado chegou a sair no Brasil em vinil, e eu logicamente tenho. Creio eu que o Tank é uma típica banda ame ou deixe. Fico com a primeira opção.

CHARIOT - Quando comecei a tomar gosto pelo heavy rock lá pelos idos de 1985/86, lembro-me que esta banda foi uma das primeiras a fazer parte de minha coleção. Na época a revista Rock Brigade e a loja Woodstock Discos lançaram dezenas de discos no Brasil e eu, hipnotizado pelo metal, comprava tudo que meu dinheirinho dava, sendo a banda ruim ou boa. Era também o começo da fase áurea do thrash com Metallica, Exodus, Anthrax, Dark Angel, Exciter e muitas outras. E o Chariot, bem longe do thrash e perto do típico heavy inglês, fez parte das minhas aquisições vinílicas. Seu dèbut The Warrior e o sucessor Burning Ambition se não possuem nada de extraordinário, rendem momentos agradabilíssimos aos ouvidos se você não exigir demais. É som honesto, competente, simples e com energia, ou seja, para quê um som mirabolante, cheio de efeitos especiais e solos virtuosos se isso nos chega aos ouvidos de um modo artificial? É só colocar simplicidade, honestidade e amor ao rock and roll que a nota dez estará garantida. E isso o Chariot sabe fazer muito bem.


TOKYO BLADE - Outro caso perdido, assim como o Jaguar. Seus dois primeiros discos são fantásticos, totalmente NWOBHM – Night of the Blade e Powergame (coincidência?) – mas perderam-se pelo caminho. Farofaram o som e se ferraram pois não seguiram o exemplo de seus conterrâneos do Iron Maiden que soube modernizar o som sem perder sua identidade. Pois é. Tentaram "deflepparizar" mas não obtiveram êxito. Bem feito.


SATAN - Acho que o único pecado que cometeram foi o nome da banda, pois satanismo e coisas afins nunca fizeram parte da temática do grupo. Acho que quiseram chamar a atenção, mas o que conseguiram foi muita resignação por parte das gravadoras que torceram o nariz para o nome da banda. Contudo, conseguiram gravar o primeiro disco pela Metal Blade que se tornou um dos melhores lançamentos da NWOBHM. O álbum intitulado Court in the Act (tenho o vinil importado original, he, he, he) é simplesmente fantástico. Som poderosíssimo, vibrante e cheio de heavy metal até a medula. Os vocais estupendos de Brian Ross (atual Blitzkrieg, outra grande banda da NWOBHM) se encaixaram perfeitamente fazendo com que Court in the Act se tornasse um clássico indispensável para os amantes da música pesada. Ainda com o nome de Satan lançaram o ótimo EP Suspended Sentence e o excelente LP Into the Future com outro vocalista (Brian Ross já havia puxado o carro) de nome... Michael Jackson (ops!!), mas não "aquele". Apesar da qualidade dos mesmos, não obtiveram altas vendagens por causa do nome da banda. Percebendo a mancada, muito tarde por sinal, mudaram o nome para Blind Fury e depois para Pariah, mas infelizmente, alguns bons discos depois, tudo acabou. Atualmente alguns ex-membros fazem parte da banda de heavy/gothic Sky Clad .


WITCHFYNDE - Banda obscura, mas bem legal e bastante criativa. Como muitos grupos que estamos estudando, lançaram discos por gravadoras pequenas, portanto difíceis de encontrar e se tornando verdadeiras raridades. Mas nossa amiga gravadora British Steel torna possível ouvir estas bandas pois costuma ter o salutar hábito de relançar estes velhos vinis em CD’s, sejam nas formas de coletânea ou em álbuns completos. O som do Witchfynde é bem britânico e muito bem feito, com certeza deveriam melhor sorte. Vale a pena conhecê-los pois suas músicas contém belíssimas passagens e harmonias cativantes com peso na medida certa.

BLADE RUNNER - Na linha de Judas Priest e Iron Maiden mas mais leve. Não tenho muitas notícias dessa banda, mas possuo o primeiro disco em vinil importado intitulado Hunted. È bacana mas sem muitas qualidades excepcionais. Realmente não é uma banda que mudará sua vida, mas suas músicas rendem bons momentos de entretenimento.


VARDIS - Como o Witchfynde, seus discos são itens de colecionador; lançaram o dèbut ao vivo(!), o aclamado 100HPM, e muitos EP’s durante sua curta carreira. Faziam um rock and roll mais básico, quase chegado num glam (gravaram covers de T. Rex, Rolling Stones e Hawkind), mas com mais ênfase no boogie. Seu vocalista/guitarrista, assim como Johnny Winter, é albino e o som é contagiante apesar de não extremamente metálico.


SAMSON - Outra banda que poderia fazer grande sucesso se seu vocalista não tivesse ido para o ... tchan, tchan, tchan ... Iron Maiden! Pois é, o nosso grande amigo Bruce Dickinson (ou Bruce Bruce como era conhecido) cantou no glorioso Samson no começo da carreira nos álbuns Head On e Shock Tactics, mas o convite para o Maiden foi irrecusável (sorte nossa). O Samson continuou com o ótimo Nicky Moore no lugar de Bruce, lançaram o bom disco Before the Storm mas não conseguiram o sucesso desejado. Nos anos 90 voltaram com o disco Refugee, mas infelizmente só haviam conseguido alguma glória nos tempos de Dickinson.


DEMON - Outro grupo muito cultuado no meio underground e seus dois primeiros discos chegaram a sair no Brasil em vinil. O nome, assim como o Satan, e as capas, nos levam a crer que o som é uma pauleira só. Ledo engano. Não é heavy metal na verdadeira concepção da palavra, mas um hard rock mais suave com letras pesadas.



GASKIN - Uma banda das mais envolventes, pois seu som mescla o puro heavy britânico com pitadas de hard rock e até progressivo, ou seja, não ficaram limitados somente à pauleira, tentaram novos horizontes mas não foram compreendidos pelos mais radicais apesar da incrível qualidade de sua música. Seus dois álbuns – End of the World e No Way Out – foram lançados em um CD pela gravadora British Steel (grande British Steel), portanto imperdível para os amantes da NWOBHM, já que o preço do CD está salgado. Leva-se dois pelo preço de um. Ótimo!!


SAVAGE - Juntamente com o Satan, podemos considerar o Savage como um dos grupos memoráveis da NWOBHM (no que se diz respeito às bandas que não conseguiram muito sucesso como Iron e Cia.) pois lançou um dos discos mais arrasadores da época: Loose ‘N Lethal. Um disco perfeito, forte, potente, incrível! O som da guitarra de Andy Dawson neste play está qualquer coisa de extraordinário, apesar do próprio Dawson afirmar que não sabia tocar direito. Ta aí! Música com o coração, sem virtuosismos à la Steve Vai e Yngwie Malmsteen. Não disseram que até Jimi Hendrix não sabia ler partituras? Para que tantas firulas? O heavy e o hard setentista eram feitos com paixão e o Savage (principalmente neste magistral disco) faz isso com atitude e acontece! Hoje inúmeras bandas fazem heavy com extrema competência, mas às vezes exageram com inúmeros teclados, bateria à velocidade da luz e vocais extremamentes melódicos e irritantes. Como frisei anteriormente, quando a música é feita de modo simples, ela sai mais honesta. Pois bem, o segundo álbum do Savage – Hyperactive – apesar de bem feito, não conseguiu o sucesso do antecessor, pois também pudera... Loose ‘N Lethal está muitos degraus acima. Atualmente eles estão com disco novo na praça – Babylon – tentando voltar à ativa novamente, já que até o Metallica deu uma forcinha gravando uma de suas músicas. Bem-vindo à estrada, Savage! Em tempo: Esta preciosidade que você observam aí em baixo (Loose ‘N Lethal) faz parte de meu acervo discográfico na versão original em vinil!!! Como sou feliz!


TYSONDOG - Assim como o Chariot, o Tysondog surgiu um pouco mais tarde (idos de 1985/86) junto com a leva de thrash metal; mesmo assim englobamos esta boa banda como NWOBHM. Lembro que comprei seu dèbut – Beware of the Dog – em vinil nacional lançado pela Woodstock discos. O som era legal, mas o batera era muito ruim... Deus me perdoe mas como era ruim (talvez fosse a produção, já que ela estava infelizmente a cargo de Cronos do Venom). Foi prontamente chutado, coitado, e no segundo álbum tocou outro batera, desta vez um pouco melhor. Fiquei sabendo, na época, que uma das músicas do Beware of the Dog (Dead Meet = carne morta) agredia gratuitamente o Iron Maiden e eu, indignado, quase detonei o vinil. Pensei melhor e passei-o para frente. Hoje, passados todos esses anos, foi lançado pela Rock Brigade Records os dois primeiros discos (o segundo chama-se Crimes of Insanity) em CD duplo pelo preço de simples. Bingo! Não poderia deixar passar e tenho de novo o malfadado Beware of the Dog. Hoje, sinto que era apenas inveja que sentiam do Iron Maiden, sendo assim perdôo o Tysondog.


BITCHES SIN - Outra banda obscura, mas tenho o vinil original importado, que seria seu dèbut: Predator, um bom disco mas com qualidade de gravação muito abaixo das expectativas. Mancada de nossa querida gravadora Heavy Metal Records. Chegaram a lançar o segundo álbum – Invaders – mas depois sumiriam do mapa. Aí está reproduzido a capa de um cassete-demo do Bitches Sin.


DESOLATION ANGELS - Também surgiu durante a explosão thrash de 1985/86 mas seu som não tem nada a ver com este movimento, muito pelo contrário. Seu primeiro petardo, auto-intitulado, era tipicamente NWOBHM com pitadas "sabatescas" ; saiu por uma gravadora independente, inclusive no Brasil... milagre! Infelizmente não conseguiram chegar sequer ao segundo disco, talvez engolidos por esta explosão thrash frisada anteriormente. Uma pena. A capa que vocês vêem a seguir é de um 7" de nome Valhalla.

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