TOUR 2011: Entrevista completa com JANICK GERS


O blog “Poparazzi” (vinculado ao jornal “Today”, de Singapura) realizou um extensa entrevista com o guitarrista do Iron Maiden, Janick Gers. Dentre outros assuntos, Gers falou da nova turnê, dos fãs e como se prepara quando sai numa longa tour.
Eis a cena: eu, preso num abrigo sob chuva torrencial, com cabos de monitores por todos os lados. Janick Gers do Iron Maiden preso num hotel em Moscou sob uma temperatura abaixo de zero. O que poderíamos fazer além de uma teleconferência?
Olá! Como está sendo o começo da turnê?
Bem, estamos em Moscou, e está cerca de 12 ou 15 graus negativos. Eu fui na Praça Vermelha tirar umas fotos e minhas mãos congelaram. Não consegui ficar lá fora, então voltei para dentro do hotel.
Nós voamos no Ed Force One, trouxemos todo o equipamento conosco. Este é o início da turnê mundial, que passará por Singapura, Jakarta, Bali, Austrália, Tóquio e então América do Sul… Basicamente por todos os lugares, incluindo Coréia, Colômbia, México, e terminamos nos Estados Unidos em abril, tiramos umas semanas de folga e rumamos para a Europa. É o começo de uma turnê muito longa, na verdade. Assim que fizermos o show de Moscou (Nota do Tradutor: Quando a entrevista foi realizada, o show de Moscou ainda não havia acontecido), estaremos indo direto para vocês. Do frio congelante ao calor insuportável.
O calor insuportável é a excitação por seus fãs poderem ver vocês pela primeira vez aqui!
Yeah, e trouxemos tudo; Eddie veio conosco. Vamos tocar novas canções, do ultimo álbum – Final Frontier – e algumas mais antigas para aqueles que gostam do material antigo. Então é bem balanceado, mas extravagante ao estilo do Maiden. Mas é ótimo pisar em novos lugares. É ótimo tocar em novos lugares. 
Esta não a sua primeira vez em Singapura, correto?
Nós iríamos fazer um show aí quando eu estava na banda de Ian Gillan, em 1982, mas não nos permitiram, porque nosso cabelo era muito comprido. Mas ainda bem que tudo aquilo mudou, então estamos realmente animados em tocar para pessoas que ainda não nos viram ao vivo antes. É realmente excitante para nós.
Bem, sair numa turnê tão longa pode ser difícil. Como você mantém sua energia? 
Todo show é muito importante para as pessoas que pagaram para nos ver, então acho que é muito importante dar a elas o melhor show possível. E você sabe, em muitos destes lugares só vamos uma vez a cada dois anos – isso quando voltamos -, então temos ciência de que cada show é muito, muito importante, e tentamos fazer a melhor apresentação todas as vezes. Não importa se são 100 mil ou 10 mil ou seja lá quantas pessoas. Não importa. Nós fazemos o melhor show possível. E sim, sob certas circunstâncias, temos problemas com energia elétrica ou algo do tipo, mas temos que fazer com o que temos, e fazer o melhor. Todo show é importante. Não há exibicionismo.
Você acha que haverá incidentes? 
Nós partimos de Londres, e tivemos um problema com o avião. Na verdade, tivemos que fazer uma nova peça para ele, e quando a colocamos, ela não funcionou. Então este foi um momento um tanto Spinal Tap, eu acho. Estes pequenos problemas técnicos meio que te atrasam, mas no final funcionou, e estávamos todos loucos para ir, prontos para tocar.
Como vocês evitam ficarem entediados ao tocar as mesmas músicas noite após noite?
Nós mudamos muito o set, na verdade! Há alguns anos, nós só tocamos músicas do novo álbum. Então mais tarde fizemos um set com canções do começo dos anos 80, mas há algumas músicas que, se não tocarmos, as pessoas nos linchariam, então temos que tocá-las. Tentamos manter o set interessante para nós e para as pessoas que vêm nos assistir. Não somos uma paródia de banda. Não tocamos somente o material antigo. Estamos sempre tentando alargar os limites.
Por falar em alargar os limites, um deles é a diferença de idades. Vocês têm garotos vindo aos shows – e não apenas os fãs que estavam lá desde o começo.
Quando tocamos na Escandinávia, a maioria dos garotos tinha de 12 a 15 anos, e os caras no fundo eram os fãs mais antigos. E é incrível, porque você pensa nisto no sentido de… Bem, como os Rolling Stones, que tocam para pessoas mais velhas. Você não vê muitos jovens indo aos shows deles. Mas com a gente há muitos jovens, e eu acho isso rejuvenescedor, na verdade. É excitante saber que atraímos uma nova geração de fãs. Eu acho que é fantástico. Me mantém com pé no chão, tocando o meu melhor, ao invés de afundando na velhice! É ótimo ver rostos jovens por aí, e você sabe que eles não te viram ainda, então é excitante. É absolutamente incrível. Não apenas na Escandinávia, mas em toda a Europa também. Não sei explicar por que isto acontece, mas acontece. Sou grato por isso, que nossa música atinja estes novos fãs.
Você acha que isto é uma validação do Iron Maiden? Porque vocês são uma banda, tocando ao vivo, ao invés de apenas depender da tecnologia, fazendo tudo com o apertar de um botão.
Você não pode descartar outras formas de música, mas somos muito honestos com o que fazemos. Fazemos o que acreditamos. Usamos as armas que temos. Quando as tendências musicais começaram a mudar, nos mantivemos fazendo o que fazemos. Nos saímos ok. Eu não descartaria as outras pessoas – há muito espaço para todo mundo. Eu sei o que gostamos de fazer, e eu acho que temos um tremendo show e as pessoas que vêm nos ver se divertem. Esta é uma das nossas forças. Nós podemos sair e tocar, e é tudo ao vivo.
Qual a maior lição que você aprendeu?
Apenas ser honesto com relação à sua música e lutar com as armas que tem. E praticar muito. Você não quer ir lá fora e não ser bom. Você tem que priorizar o trabalho. Certamente bebemos após os shows, mas antes dos shows somos bem rigorosos. Tudo é sobre ser profissional e deixar a melhor impressão possível.
Então nada de sexo, drogas e Rock n’ Roll?
Bem, não. Eu gosto de um bom drink após os shows. Apenas antes que eu não bebo nada! Eu faço o que gosto quando o show termina – é o meu momento! Só até o show. Depois eu tomarei uns goles.
Qual a melhor coisa de se estar no Iron Maiden agora?
Eu amo viajar e tocar. Tocar é meu passatempo preferido. Eu gosto de ver novas culturas, conhecer novas pessoas e observar a arquitetura. Fico com minha câmera na mão para sair e fazer fotografias. Eu aproveito a vida. Eu faço isto desde que era jovem, então eu devo gostar, caso contrário não estaria fazendo. Os únicos problemas que temos são o jet leg e as mudanças de fuso. Estamos contra o tempo agora, então quando chegarmos em Singapura, estaremos bem fora do nosso fuso horário. E isto não fica mais fácil. Quando chegarmos na Austrália, será como um dia de diferença. E estaremos de pé às oito da manhã, você sabe, de uma semana atrás. Este provavelmente é a coisa mais difícil.
Como você gostaria que fosse seu epitáfio?
Ele veio, ele viu, ele tomou um drink e ele se foi.
Você acha que irá trabalhar em novas músicas e novas gravações durante esta turnê?
Bem, nós lançamos o álbum no final da última turnê, e esta turnê é para este álbum – apesar de ser um pouco mais tarde do que planejamos. Nós terminamos em agosto, então tiramos uma folga e vamos compor novas músicas. Então será no ano após o próximo, eu acho!
Qual a coisa você tem que lembrar a você mesmo quando sai em turnê? 
Você tem que se manter fisicamente em forma, porque se você desmorona após a primeira semana da turnê… Você sabe, você escuta muitas bandas cancelando uma turnê por causa de ‘esgotamento nervoso’, mas o que isto na verdade quer dizer é que eles ficaram tão bêbados, que não conseguem mais fazer o show. Se você vai sair numa turnê de seis meses, você tem que se controlar. Eu tento fazer muito exercício antes de partirmos – na verdade, me exercitei tanto, que agora estou com uma fratura por estresse no pé, então isto meio que me segurou. Não bebo durante o dia. Sou um bebedor da noite. Mas você cuida de si mesmo. Você tem que estar bem fisicamente. Não é um jogo. Você não pode ficar doente. Você viaja bastante, come diferentes comidas e ninguém vai cuidar de você a não ser você mesmo.
Tradução: ImprensaRocker

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