IRON MAIDEN EM MANAUS
Um ano depois de tocar no Brasil pela sétima vez, a banda de heavy metal Iron Maiden começou uma segunda fase de sua turnê Somewhere Back In Time World Tour por seis cidades brasileiras. Uma multidão, estimada pela organização do evento em mais de 25 mil pessoas, lotou o sambódromo de Manaus para ver o vocalista Bruce Dickinson comandar um show com duas horas de duração que teve direito a conversa com o público, declaração de amor pela Amazônia e até canto de "parabéns a você" para o baixista Steve Haris, que fazia aniversário na noite desta quinta-feira.
A banda chegou à capital amazonense na tarde de quarta e passou a quinta-feira fazendo um passeio de barco. Eles conheceram o encontro das águas, visitaram comunidades ribeirinhas onde moram índios e conheceram a culinária amazônica. Foi motivo suficiente para Bruce Dickinson dizer que era "diferente tocar em Manaus". O vocalista disse que eles conhecem muitos lugares pelo Mundo e que a experiência de tocar na Amazônia foi marcante para toda a banda.
"Nós voltaremos a tocar no Brasil em 2011 e queremos voltar a Manaus", disse Bruce.
Em vários momentos, o vocalista do Iron parou para conversar com o público, apesar da distância do palco e do forte esquema de segurança. Um dos momentos mais incomuns para um show de heavy metal foi o coro unísono de "happy birthday to you" para o baixista Steve Harris que completava 53 anos.
Intervalos à parte, o show em si já foi apoteótico do começo ao fim. Como se reconhecesse o momento inédito, a banda inglesa foi generosa e permeou o setlist com vários dos seus maiores sucessos. Delírio natural dos fãs que já começaram a pular com Aces High. Depois vieram Wratchild, Powerslave, Phanton Of The Opera e outras melodias recheadas de solos executados em três vozes de guitarras, uma das marcas registradas do grupo que tem como guitarristas os cinquentões Dave Murray, Janice Gers e Adrian Smith. Junto com Haris e Dickinson, Nicko McBrain (baterista) completa o grupo de senhores roqueiros que esbanjou simpatia e jovialidade dentro de fora do palco. Destaque, mais uma vez, para o vocalista Bruce Dickinson que fazia piruetas subindo e descendo dos módulos montados no palco, que tinha 360 metros quadrados.
Na música The Tropper, Bruce cantou segurando uma grande bandeira da Inglaterra, vestido de um uniforme militar britânico. O vocalista também cantou vestido com um casaco preto e uma máscara tribal. O bis foi um nova apoteose. A banda voltou ao palco para tocar The Number of the Beast. E um dos momentos mais esperados foi a entrada do boneco Eddie. O zumbi-mascote entrou no palco em sua versão cyborg, mesmo visual da capa do álbum Somewhere in Time (1986).
Em um show sem confusões ou empurra-empurra, o Iron Maiden realizou o sonho de milhares de roqueiros que esperaram décadas para ver a banda inglesa em um palco da região Norte. "Foi um momento surreal", dizia o fã Erivaldo Júnior, que acompanhou a banda desde sua chegada na cidade até o último acorde no palco. O Iron se apresenta ainda em mais cinco cidades brasileiras: Rio de Janeiro (14), São Paulo (15), Belo Horizonte (18), Brasília (20) e Recife (31).
Mais de 25 mil pessoas lotaram o sambódromo de Manaus para ver o Iron Maiden no coração da Amazônia!
Nada de mudanças no Set List: Aces High, Wrathchild, 2 Minutes To Midnight, Children of The Damned, Phantom of the Opera, The Trooper, Iron Maiden, Wasted Years, Rime of The Ancient Mariner, Run To The Hills, Powerslave, Fear of The Dark, Hallowed Be Thy Name, The Number of The Beast, The Evil That Man Do e Sanctuary fizeram a alegria dos fãs de Manaus nesse primeiro encontro dos brasileiros com a parte final da Somewhere Back In Time Tour.
Show do Iron Maiden em Manaus reúne várias gerações de fãs
Com direito a “parabéns” ao baixista Steve Harris, que completou 53 anos ontem, dia do Show, banda faz História na capital amazonense e segue construindo legado de fãs de todas as idades.
MANAUS – Crianças, adolescentes, jovens e muitos, muitos “tiozões”. Essa era a formação básica do público que prestigiou na noite desta quinta-feira (12), no sambódromo de Manaus, o show Somewhere Back in Time World Tour Final Leg 2009, do grupo britânico Iron Maiden.
Pontual, o show começou na hora planejada, por volta das 21h, com a inconfundível voz aguda de Bruce Dickinson rompendo o intenso burburinho das arquibancadas. Já na primeira canção, Aces High – que conta a história real dos combates da força aérea inglesa contra invasores nazistas durante a Segunda Guerra – o público foi ao delírio.
Com apoio de uma gigantesca estrutura de 12 toneladas de equipamentos de iluminação, som e efeitos especiais, as “Donzelas de Ferro” arrancaram berros tresloucados do público, que acompanhava a performance teatral dos seis integrantes da banda.
Após as primeiras três canções, entre elas a famosa The Trooper, o vocalista fez sua primeira interação com o público manauense. “Eu jamais havia estado em Manaus. É um lugar bem legal”, disse Dickinson, para delírio dos cerca de 20 mil homens e mulheres quase todos vestidos de preto.
Iron Maiden durante apresentação. Foto: Bruno Lopes
Ao longo do show, Dickinson fez várias outras interações, como a que pediu ao público que cantasse parabéns ao aniversariante do dia, Steve Harris, que completou 53 anos no dia da apresentação. Entre outros méritos, Harris já foi eleito 50 vezes como sendo o melhor baixista do mundo.
Ópera-metal
Um dos pontos que mais chamou a atenção do público, ao lado da energia de cada integrante, eram as transformações de cenário, que acompanhavam as mudanças de repertório – algo muito próximo de uma ópera.
Durante as trocas de cenário, um agitado Bruce Dickinson desaparecia das vistas do público e das câmeras para voltar logo em seguida com algum novo elemento no figurino. Foi em um desses momentos em que o vocalista – que também é historiador e aviador profissional pela empresa britânica Astraeus Airline – arrancou berros da platéia ao surgir usando uma máscara com ornamentos indígenas.
Quando o show já estava em pouco mais da metade de seu tempo estimado de duração, uma surpresa: o mascote da banda, Eddie, apareceu no palco. O boneco, que aparentava ter cerca de seis metros de altura, caminhou de um lado a outro e ainda fez algumas performances ao lado dos integrantes.
“The devil’s music”
Restando cerca de meia hora para o fim do show, algo que parece estranho ao público acontece: ao encerrar uma música, Dickinson agradece e sai do palco. O baterista e os baixistas jogam as baquetas e munhequeiras ao público. As luzes e o som são desligados e tudo parecia indicar que o show terminara. Ledo engano.
De repente, Dinckinson retorna, ao lado dos outros, e canta um dos maiores sucessos do Iron: 666, The Number of the Beast (“666, o número da Besta”, em português). O público vai ao delírio mais uma vez.
Por várias vezes usada em trilhas sonoras, como na série Reaper (“Reaper, um trabalho infernal”, no Brasil), a música parece carregar um significado negativo, já que remete, à primeira vista, à famosa Besta do livro bíblico de Apocalipse.
Aparências enganam
No entanto, a imagem aparentemente negativa ou supostamente “maléfica” da banda, segundo os fãs, é apenas “comercial”, já que boa parte das músicas é inspirada em poesias e clássicos da literatura britânica. O engenheiro agrônomo Heitor Liberato Júnior, 43, explica:
“Há músicas que falam sobre o período da inquisição, quando a Igreja Católica perseguia e levava à fogueira muitos inocentes. Há também canções que são livremente inspiradas em poesias e belas histórias da literatura britânica”, conta Heitor, que acompanha a banda desde os 13 anos de idade.
Heitor faz questão de ressaltar que possui nada menos que todos os discos lançados pelo Iron: “Eu tenho todos os LPs e os CDs lançados”, conta, satisfeito, o engenheiro agrônomo, que já assistiu a três shows da banda, contando com a apresentação de Manaus: “Eu fui em São Paulo ano passado e estive também na apresentação do Iron na primeira edição do Rock in Rio, em 1985”.
Oportunidade de reencontrar amigos
O show, para muitos, também foi a oportunidade perfeita para rever velhos amigos do heavy metal. O estudante de Direito Judson Cardoso, 26, diz que reviu vários amigos que não via há alguns anos. “Eu nem imaginava que poderia rever tanta gente por aqui”, conta o estudante.
Mesma opinião tem o psicólogo Felipe Machado, 27, que acompanha a banda desde os 13. Questionado sobre o show, Machado tenta ser poético: “A Amazônia é o pulmão do mundo, e hoje esse pulmão respirou rock”.
Tour segue no Brasil por mais seis cidades
Depois de inaugurar o tour mundial na cidade de Manaus – mesma tática adotada em 2005 pela dupla de Detroit The White Stripes – a banda britânica Iron Maiden prossegue com o show Somewhere Back in Time World Tour Final Leg 2009 no Brasil, desta vez nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife.
Discografia do Iron Maiden
The Number of the Beast (1982)
Piece of Mind (1983)
Powerslave (1984)
Live After Death (Live 1985)
Somewhere in Time (1986)
Seventh Son of a Seventh Son (1988)
No Prayer for the Dying (1990)
Fear of the Dark (1992)
A Real Live One (Live 1993)
A Real Dead One (Live 1993)
Live at Donington (Live 1994)
Best of the Beast (compilation 1996)
Brave New World (2000)
Rock in Rio (2002)
Edward the Great (compilation 2002)
Eddie's Archive (limited box set including Beast Over Hammersmith, Best Of The B'Sides and The BBC Archives) (2002)
Dance of Death (2003)
A Matter of Life and Death (2006)
Para fãs de Iron Maiden, show em Manaus foi ‘um sonho realizado’
13 de março de 2009.
MANAUS – A expectativa de assistir a um show da banda inglesa de rock Iron Maiden, em Manaus, era tanta que, minutos antes de a apresentação começar, muita gente ainda duvidava que veria seus ídolos de perto. Após o primeiro acorde das guitarras, a dúvida deu lugar à euforia e tudo o que se conseguia ouvir dos fãs no Centro de Convenções Sambódromo, na noite de ontem (12), era: “realizei um sonho”.
Fãs de todo o País vieram a Manaus para curtir o primeiro show da parte final da turnê mundial “Somewhere Back in Time”, que passou pelo país em março de 2008 e volta para se encerrar aqui. “É um momento histórico e único na cidade. A banda é antiga e por isso, acredito que este é o último show aqui em Manaus da minha geração”, disse Idelfonso Brelaz, 36 anos.
O fã fez uma homenagem à banda inglesa ao colocar o nome e o mascote da banda, o zumbi “Eddie the Head”, junto com as bandeiras da Grã-Bretanha e do Amazonas em uma imensa bandeira branca, que fez sucesso entre os presentes. “Eu nasci ouvindo Iron Maiden, não podia deixar de homenagear nossa terra e a banda numa oportunidade dessas”, ressaltou Idelfonso.
A apresentação dos astros do rock serviu para unir quatro fãs de diferentes estados brasileiros. “Temos gente de Fortaleza, São Paulo, Belém e Porto Alegre que veio só pra curtir esse show histórico. A Amazônia está na moda e isso tem contribuído para que ícones da boa música tenham interesse em se apresentar aqui”, comentou o paraense Brandão, 45, como gosta de ser chamado.
Para ele, Manaus já entrou para o circuito mundial do rock, desde que recebeu bandas como Scorpions, Whitesnake, Nightwish, Alanis Morissette, Collin Hay.
'Happy Birthday'
Quando montou a banda Iron Maiden, em 1975, o baixista Steve Harris não podia imaginar que iria comemorar seu aniversário de 53 anos em Manaus, diante de mais de 20 mil fãs que aguardaram longos 34 anos para assistir de perto ao show de uma das maiores bandas da história do rock mundial.
Ao final do show, os fãs pareciam não acreditar que haviam estado tão perto de Bruce Dickinson (vocalista), Dave Murray (guitarra), Adrian Smith (guitarra), Janick Gers (guitarra), Steve Harris (baixista e fundador), e Nicko McBrain (bateria).
– Foi lindo, obra dos deuses. Eu nunca pensei em ter essa felicidade de poder ouvir Iron Maiden ao vivo em Manaus. Vou pra casa feliz e, certamente, não vou esquecer esse dia – afirmou a estudante de biologia, Pauline Faria, que curtiu todo o show ao lado da amiga Gabriela Cruz.
Fonte: Raphael Cortezão - Especial para o Portal Amazônia
Sobre Tiago Marques
cara!!
ResponderExcluiriron maiden em Manaus deve ter sido o bixo!!
queria estar lá para fikar muito louco com aquelas musicas!!
só pawlera!!