[NEWS] - ENTREVISTA COM O PRODUTOR DO SHOW DE RECIFE

Matéria de hoje da Folha pra galera...

Entrevista: Luiz Vieira da Silva
O produtor Luiz Vieira, nos detalhes finais para o show da banda, aqui
Thiago Corrêa

Contagem regressiva: falta uma semana para o show do Iron Maiden. Na expectativa da maior apresentação já vista no Nordeste, a Folha de Pernambuco conversou com Luiz Vieira da Silva, um dos sócios da Raio Lazer, produtora responsável por trazer a banda inglesa para o Recife na próxima terça-feira. Nesta entrevista, Lula, como é mais conhecido, fala sobre o processo de negociação com o grupo de heavy metal, as dificuldades encontradas para montar um evento desse tamanho, revela detalhes da apresentação no Jockey Clube de Pernambuco, comenta sobre o mercado de shows no Recife e aposta que, caso tudo der certo, a Cidade vai passar a receber a visita de atrações internacionais de grande porte.


Como fã do Iron Maiden, você achava que algum dia conseguiria trazer a banda pro Recife?

Não, mas desde os 12 anos que eu gosto do Iron Maiden, sempre ouvi a banda, minha vida toda sempre foi voltada para o rock. Em 1996, quando era do Downtown comecei a ter vontade de trazer e consultava São Paulo. Rolou até fax quando ainda não era nem Bruce Dickinson no vocal (fase Blaze). Mas não deu para trazer. Aí dei uma parada, saí do Downtown, abri uma pizzaria e em 2001 voltei para o ramo de produção. E desde lá venho tentando trazer o Iron Maiden.


Como foi o processo de negociação?

É um processo de confiança, não é financeiro, não. A gente foi entrando nas produtoras de São Paulo, fazendo trabalhos menores, ganhando confiança. Aí teve a oportunidade, o pessoal disse pague amanhã, a gente depositou e pronto. Foi assim, é rápido. Amanhã tem que depositar “X” e nós pagamos. Aí fechamos os shows da Alanis Morissette e Iron Maiden com a Mondo Entretenimento, foi uma negociação dupla.


Quanto tempo durou isso?

Foi um ano de negociação com a Mondo. Já antes, a gente investiu na T4F, mas ela perdeu o show para a Mondo. Para vir para Recife foi uma luta grande, o Iron não queria vir, queria ficar só pelo Sudeste e depois ir para a América do Norte. Convencemos eles a vir para cá, de que ia ser um público legal e foi uma pentelhação de um ano, ligava para a Mondo quase todo dia. Até que eles ligaram dizendo que amanhã tinha que pagar e nós arrumamos o dinheiro.


Qual foi o custo?

É um investimento alto, pelo contrato não podemos falar, mas é no top, beirando quase US$ 1 milhão.


Da banda ou de tudo?


Da banda. No total é na base de R$ 3 milhões.


Como se conseguiu isso?

Fomos conseguindo, o patrocínio é pequeno, foi uma merreca. Foi na tora mesmo, convencemos algumas pessoas e elas entraram comigo e pronto. É um pool de empresários, conversei com todo mundo, quatro empresários toparam e entramos no risco acreditando que tudo vai dar certo. Tem que superar os 20 mil pagantes.


Como estão as vendas?

Ainda não decolou, mas a perspectiva é que decole na semana do evento. Ainda não chegou no satisfatório, não estou mais nem acompanhando isso, para falar a verdade. Esperamos pelo menos 20 mil pessoas para poder valer a pena. Queria que desse 25 mil, mas se der 20 mil já dá para fazer um bom show.


Dá medo quando você pensa nisso?

Não. Tinha medo quando entrei, mas agora já foi.


No show em São Paulo, você ficou observando detalhes da estrutura do show. O que você aprendeu com isso?


Aprendi a não errar como eles erraram. A gente já tinha fechado o palco, tudo melhor. Fui ver apenas detalhes, faltava algumas coisinhas. Detalhes de backstage, o que a banda quer e o que não quer. Mas em termos de produção mesmo, não aprendi nada não. O som daqui é melhor, os telões de LED são muito melhores, contratamos a melhor empresa. Aqui teremos três telões de 7 metros por 5, lá foram dois de 6X4 que não funcionaram. Nosso palco é melhor, de alumínio, com cobertura.


Que diferenças o show de Recife terá em relação ao de São Paulo?

O Eddie (mascote do grupo) vem, só não vem a múmia que surge do fundo do palco. O restante vem, os fogos que lá não funcionaram, a iluminação, tudo completo. Só esse detalhe que não vai ter.


Quais foram as maiores dificuldades para se trazer esse evento?


Tudo está sendo difícil. Arrumar um lugar para o show foi complicado, tentamos negociar com o Santa Cruz para fazer no Arruda, não conseguimos. Fomos para o Sport, também não conseguimos. Não tinha outra área, descobrimos o Jockey, temos que reformular ele. Está chovendo, prejudicando, estamos tendo que fazer tudo, terraplanagem, um investimento altíssimo. Mas vai dar tudo certo, o show vai ser perfeito.


E com relação à mão-de-obra?

Os engenheiros são todos de São Paulo, o problema é que esse palco não tem aqui. É um palco especial, com 23 metros de largura e 14 de altura. Esse show tem que dar certo para dar o pontapé para grandes eventos. Por isso que eu digo, mesmo quem não gosta do Iron Maiden tem que ir, porque esse show é especial. A banda arrasa e, fazendo uma produção bem feita, vira um espetáculo inesquecível.


Quando fechou com o Iron Maiden, você achava que seria tão complicada essa pré-produção?

Rapaz, quando fechamos o dólar era para ficar em R$ 1,70. Toda perspectiva que fizemos daria para pagar o show com oito mil pagantes. E aí o dólar subiu para R$ 2,50, só isso aí você vê que, para zerar o show e começar a ganhar dinheiro, essa perspectiva de público subiu de oito para 16 mil pagantes. É coragem.


Você acha que esse show vai ser um divisor de águas para o Recife e que, a partir dele, a cidade vai começar a receber shows maiores?

Dando sucesso, dando público, o Recife dá o pontapé para grandes eventos.


Isso por conta do retorno financeiro ou porque isso reflete lá fora?

O Iron vai vir, vai gostar e, sendo sucesso, isso também repercute lá fora. Como Alanis repercutiu, o Iron também vai dizer: olha, vai para lá que é bom. Aí a Mondo vai ter mais interesse em trazer mais coisas para cá e talvez a gente até feche diretamente com as bandas no futuro, que é nosso intuito. Esse show no Recife é comprado, não é bilheteria. Nos outros do Brasil, todos são da Mondo com a bilheteria do Iron Maiden, esse é o único que é comprado.


E vocês já pensam em trazer outras bandas desse porte?

Podem vir o Rush, o Metallica, o Red Hot Chilli Peppers e outras bandas aí. Vamos torcer para dar certo. Eu ia trazer o Black Sabbath, mas não consegui fechar. Mas para esse tipo de formato, acima de 15 mil pessoas, só bandas assim como Rush, Metallica e Red Hot Chilli Peppers. Tem muita coisa aí pela frente.


Você acha que o mercado de grandes shows demorou para engrenar aqui?

Recife sempre foi muito forte culturalmente. O mercado daqui sempre foi muito conhecido, mas a gente que é doido mesmo. Mas está vindo muito show para aqui e as bandas estão vindo mesmo mais caras por conta do dólar. Por isso que os ingressos são mais caros, isso está sendo o grande atrativo para trazer shows. A área VIP é a grande alavanca para trazer show internacional para cá, ela paga 50% do show.

Sobre Tiago Marques

Tiago Marques

13 comments:

  1. "Podem vir o Rush, o Metallica..."

    RUSH, q foda! ñ importa aonde!

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  2. Puta mundo injusto não vem o Eddie múmia. Fazer o que né. Mas, para primeira vez no NE tá valendo.

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  3. "Pista VIP paga 50% do show". Agora continuem chorando por causa da vip, que é elite, que é injusto, que é o caraio a quatro. Se não tivesse, nem haveria shows...

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  4. Luiz Vieira da Silva:

    Então o problema dos telões em SP foi culpa da produtora?
    A chuva que danificou parte dos efeitos pirotécnicos tb?

    Larga mão de falar bobagens!
    Vc é empresário mas não precisa disso pra vender seu peixe. Brasilia tinha 25 mil pessoas, com ingresso mais caro e ninguém ficou cornetando show de outros Estados.

    SP (e até o show no Rio) teve muitos problemas sim, devido a chuva e organização de como acomodar o público. Outros Estados não tiveram a produção de palco completa e pagaram valores altissímos para tal.

    Fale que a Time 4 Fun não quis trazer o Maiden em 2008 e 2009 pq não quis fazer leilão, pois sabia que a banda não traria o palco completo e daí seria motivo de críticas. A Mondo pagou menos pra trazer um show incompleto em 2008 e enganou todos com esses shows em 2009.
    Se você prestasse atenção no produto que tá investindo e fosse tão fã quanto diz, vc saberia que esse palco dos shows de agora não é o palco usado na tour 2008 nos USA / Europa.

    Essas produtoras sem vergonha ganham muitaaa grana na boa vontade dos fãs e fazem um serviço porco.
    A Mondo já havia feito uma gafe gigante trazendo o Slayer sem pagar o frete da bateria do Dave Lombardo e o mesmo só ficou sabendo minutos antes do show e por pouco a banda não subia no palco.

    Valorize seu produto mas sem desmerecer outros Estados.
    Falaram tanto e cadê a múmia e a outra parte do cenário?
    Vou aguardar....

    Sorte fãs do Recife!

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  5. em resumo parece que produtora nenhuma pensa nos fãs. e isso é bem CLARO.

    aqui em fortaleza ocorrerá o show do motorhead, porém dois dias antes de iniciar as vendas do primeiro lote de ingresso ( mais barato) vários 'fãs' conhecidos da loja onde se venderiam os ingressos conseguiram comprar de 30,40 e até 100 ingressos.

    OU seja: cambista é VIP e tem acesso a ingresso, já fã tem que comprar mais caro.
    ps: os cambistas estavam vendendo na propria fila de compra.

    E a culpa de quem? Da produtora que disse bem claro: eu quero é vender não importa como!"

    legal de se ouvir isso.

    Já quanto a entrevista do LULA acho que ele deve ter sofrido mt na mão da MONDO ( como a gente sofreu com a aparceria mondo + livepass) e disse o que disse.

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  6. Olha,se eu tivesse a oportunidade esse ano,eu iria num show do Maiden so com os marshalls e umas luzes brancas....ja tava de bom tamanho..

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  7. Jaílton, não sinta-se ofendido, não é nada de errado com São Paulo, a organização que foi ruim. E talvez a produção daqui do Recife tenha algo para protejer os telões no caso de chuva, sei lá. E eu não me importo nem um pouco se tem Eddie Mummy ou não, isso é um mero detalhe. O que importa é o som bom e um mínimo de fogos e cenário já tá ótimo. Putz tem que dar mais de 20 mil nesse show, é a chance do Recife entrar no mapa dos grandes concertos. Faltam 6 dias!

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  8. mauricio1975, é isso aí, eu tambem não me importaria nenhum pouco. Só em ver os caras la tocando já é uma grande coisa, ainda tendo fogos e cenário ja ta no lucro.

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  9. Eu n vou mais.
    n teremos eddie mumia
    n teremos mais de 20 mil pagantes.









































































































    mimimimimimimimimi

    AIUHAIUHAIUHIAUHIA primeiro show no NE POOOOORRRRA SEMPRE SONHEI COM ISSO! TOU é LÀ!

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  10. Eu mandei um e-mail pro blog antes do início da tour no Brasil avisando que apenas RJ e SP teriam o palco completo, incluindo a múmia, pois recebi um informativo por e-mail do site oficial da banda. Porém, continuaram falando aqui no blog que todos seriam completos, pra não tirar e estragar a esperança dos fãs. Agora acreditam? Eddie múmia só RJ e SP, infelizmente. E não adianta falar que não faz diferença pq faz sim. Ele é simplesmente sensacional e é o principal apetrecho do palco.

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  11. Com certeza o show do Iron Maiden em Recife será o melhor da turner, detalhes por detalhes, temos bem mais. O maior palco, melhor som, mais iluminação, melhores e maiores telões, a Rede Globo vai gravar, especial na globo nordeste dia 28/03, será montada uma estrutura para um festival como diz o produtor Lula, não tenho dúvidas que a banda vai ficar muito satisfeita com público no show, afinal, 20 mil nordestinos fazem mais baralhos do que qualquer 40 mil em outra região.

    Up the irons!

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